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Buracos na BR-163 já formam coleção de calotas

Publicado

em

Maria Cristina Kunzler

Que transitar pela BR-163, especialmente no trecho entre o portal de Marechal Cândido Rondon até o Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Quatro Pontes, está cada vez mais difícil já não é mais nenhuma novidade. A cada chuva os buracos ficam ainda maiores e causam mais transtornos e prejuízos para os motoristas, especialmente para os que desconhecem a situação. Porém, existem pessoas que fazem disso uma brincadeira bem-humorada.

Geraldo Küler reside às margens da rodovia, justamente nas proximidades de um dos locais onde há mais buracos. Há três dias ele resolveu começar uma coleção de calotas, tamanha a quantidade delas que havia no acostamento. Em dois dias já colecionou 12, que foram recolhidas em somente 100 metros, as quais estão expostas na parede de um galpão da sua chácara. A boa notícia é que quem eventualmente tenha perdido a calota no trecho pode visitar o quatro-pontense para saber se ele não achou o objeto perdido. “Para mim essas calotas não têm valor. Quem perdeu pode vir recolher”, afirma.

De acordo com o morador, muitas pessoas que param no acostamento em razão de pneus furados reclamam do estado de conservação da rodovia. Como ele reside às margens da BR-163, é frequente receber a visita de motoristas que pedem ajuda, seja para trocar pneu ou para indicar uma borracharia. “Em alguns casos já levei motoristas até o borracheiro. Direto vem pessoas reclamar”, declara.

No lucro

Enquanto os motoristas criticam os buracos, existe uma pessoa que não está se queixando. Pelo contrário, não tem do que reclamar. Trata-se do borracheiro José Irineu de Oliveira (Neguinho), que trabalha junto ao Posto Trovão Azul e é o local mais próximo para se trocar um pneu furado. Serviço não está faltando e ele menciona que ao chegar ao trabalho é comum ter veículos estacionados à espera do serviço. “Cheguei para trabalhar às 07 horas e já havia seis carros aqui”, revela.
O foco do seu trabalho são veículos pesados, mas o profissional comenta que desde que surgiram os buracos aumentou consideravelmente o número de motoristas de carros em busca de auxílio. “Antes eu atendia em média cinco carros por dia, hoje são aproximadamente 15”, conta. Os períodos mais críticos, acrescenta, são durante a noite e nas primeiras horas da manhã, tendo em vista que nem sempre as pessoas conseguem ver os buracos, até porque alguns não mantêm distância de outros veículos da frente e não há tempo de desviar as “panelas”.

Conservação

O Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), por meio da Superintendência de Curitiba, está licitando a empresa que ficará responsável por obras de conservação e recuperação do trecho entre Marechal Cândido Rondon e Toledo, totalizando 38,9 quilômetros, em um investimento orçado em R$ 3.896.792,42. No último dia 16 houve a abertura dos envelopes com as propostas de preços das licitantes. A Delta Construções S/A apresentou o menor preço (de R$ 2.177.841,59). Se nenhuma empresa recorrer, a mesma será a ganhadora do certame. A expectativa é que o quanto antes seja dado início às melhorias na rodovia.

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