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Calor intenso resulta em alterações fisiológicas no sistema cardíaco, além da vasodilatação

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Tontura, cansaço e suor em excesso. Já sentiu algum desses sintomas durante o verão? Na estação mais quente do ano não é difícil encontrar pessoas que se queixam por conta do calor intenso. Quem não sofre com esses sintomas pode até pensar que é frescura de quem reclama, mas não é o caso: o calor pode fazer uma pessoa ter quedas perigosas de pressão e desmaiar.

As mudanças na temperatura resultam em alterações fisiológicas no sistema cardíaco, além da vasodilatação, que provoca edemas (inchaços) nos membros inferiores. Segundo a médica cirurgiã vascular Verena Carvalho da Silva, a maior parte dos pacientes que chegam ao consultório, mesmo que levados por outras razões, acabam revelando os desconfortos sentidos no verão. Alguns relatam cansaço e inchaço nas pernas, outros o aumento de peso e retenção de líquido, menciona.

As razões que podem levar a esses quadros são muitas. A médica destaca a hereditariedade, hipertensão, insuficiência cardíaca, problemas na tireoide e nos rins, uso de anticoncepcional no caso das mulheres, entre outros fatores. Todos esses casos podem resultar na retenção de líquido, já que no calor o consumo de água aumenta e caso a pessoa não esteja com o sistema renal ou venoso funcionando bem, esse líquido fica retido e gera o inchaço, comenta.

Verena ainda dá exemplos de casos vividos no consultório. Já me questionaram por que de manhã o peso é um e no fim do dia pode ser constatado dois quilos ou mais na balança. Isso tem a ver com a hidratação durante o período de calor, em que o organismo pode demorar algumas horas para metabolizar todo o líquido consumido, explica.

 

Sintomas

O corretor de seguros Pedro Neto Chambó Junior, de 29 anos, compartilha dos sintomas vividos por muitos no verão. Me sinto mais cansado, os dedos das mãos incham, fico vermelho com mais facilidade e o suor é bem maior, declara. Pedro chegou a procurar um médico cardiologista. Porém, mesmo tendo feito cerca de 15 exames, nada foi encontrado. Tanto os exames cardíacos como os gerais não apontaram nada, tudo normal, comenta.

Já o aposentado Lauro de Souza, de 69 anos, se acostumou com o desconforto sentido no calor. Todos os anos é a mesma coisa. Nem chegou o verão ainda, mas já faz muito calor na nossa região e aí começam os sintomas: perna inchada, cansaço, suador. Lá por fevereiro ou março tudo passa, relata.

Lauro conta que nunca foi ao médico para verificar o que pode ocasionar essas situações. Como sempre vem e depois passa, o jeito é esperar o verão acabar, brinca.

Na visão da cirurgiã vascular, quando não existe uma doença pré-existente, o grande vilão é o calor e não há um tratamento para essa situação. Aconselhamos uma alimentação com menos sódio e equilibrada, exercícios físicos regulares e uma hidratação adequada, com bastante ingestão de água, orienta.

 

Atenção hipertensos!

O verão é a estação em que menos casos de crises hipertensivas são registradas. Isso porque no frio a baixa temperatura pode enrijecer os vasos sanguíneos e dificultar a passagem de sangue ao resto do corpo, elevando assim a pressão arterial. No entanto, os hipertensos precisam cuidar para não cair nas armadilhas do verão.

O que pode ocorrer é que a estação mais quente do ano combina muito bem com férias, viagens, praia e afins, que normalmente vêm acompanhadas de uma alimentação desregrada, rica em gorduras e cerveja. O ideal é consumir de tudo, mas com moderação.

Vale lembrar que a pressão arterial considerada normal é de 120/80 mmHg. Quando sucessivas aferições apontam para valores iguais ou superiores a 140/90 mmHz, é fundamental procurar um médico.

 

Para baixo e caindo

Já quem tem pressão arterial normal ou baixa, o calor pode fazer com que ela despenque. Com os vasos sanguíneos dilatados, podem surgir sensações de fraqueza e tontura. Há ainda o risco de desmaios. É importante nestes casos ingerir bastante água para manter o corpo hidratado e buscar locais mais frescos e arejados.

 

Ar-condicionado

Lugares refrigerados são o refúgio no verão. Seja em casa, no trabalho ou no carro, é onde o calor pode ser aliviado. Contudo, cuidado! Não é aconselhado entrar em um ambiente gelado depois de quase derreter no calor, por conta do choque-térmico que essa situação causa. Essa mudança brusca e repentina na temperatura corporal pode fazer com as defesas do organismo caiam e a pessoa fique mais propensa a resfriados.

 

Grupo de risco

Idosos e crianças contemplam o grupo de risco para problemas no calor. Como muitos idosos possuem doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes, doenças pulmonares, entre outras, a atenção deve ser redobrada. Eles podem ainda não responder adequadamente à hidratação, fazendo com que o corpo sofra para regular sua temperatura.

Com as crianças os cuidados vão além da ingestão de líquidos e incluem atenção com a exposição solar, picadas de inseto e intoxicação alimentar por conta de férias e viagens.

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