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Geral Entrevista ao O Presente

Combustíveis têm reajustes superiores à inflação, indica economista

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(Foto: Bruno de Souza/OP)

Acima da inflação, os muitos reajustes no preço dos combustíveis refletem o cenário internacional no Brasil, indica o economista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Jandir Ferreira de Lima. “Foi um aumento muito significativo, bem acima da inflação brasileira, que varia entre 9% e 12% no acumulado de 12 meses. O preço nas refinarias varia de acordo com o valor do petróleo no cenário internacional e houve uma variação positiva. Por outro lado, o real está desvalorizado perante o dólar. Aliado a esses aspectos, há um alto custo de produção no Brasil, cujas refinarias foram construídas há bastante tempo e projetadas para refinar um perfil diferente de petróleo”, expôs ao O Presente.

Ele relembra ainda algumas medidas não frutíferas para controlar os preços, como a troca na direção da Petrobras, empresa estatal de economia mista que capitaliza o refino petroleiro. “O petróleo brasileiro não atende completamente o mercado e o Brasil depende da importação de barris para fazer o combustível internamente. Mesmo assim, o país não é autossuficiente de combustível e precisa importar”, salienta.

 

COMBUSTÍVEL DO VIZINHO

Devido à proximidade com o Paraguai, muitos consumidores da microrregião procuram os postos do país vizinho para abastecer. De acordo com o economista, os preços mais baratos do combustível do vizinho têm relação com o guarani, que desvalorizou menos que o real, a tributação diferenciada e subsídios do governo do Paraguai, bem como aspectos logísticos do país. “O Paraguai é geograficamente pequeno se comparado ao Brasil, fazendo com que o custo logístico seja menor do que o brasileiro”, compara.

A gasolina paraguaia, ressalta Lima, é de pior qualidade que a brasileira. “No Brasil a gasolina tem mistura com etanol como forma de estimular a produção e diminuir os gases de efeito estufa. Isso também influencia na diferença dos preços”, pontua.

 

FUGA DE INVESTIDORES

O economista explica que, para que os preços do combustível brasileiro fiquem mais amenos é preciso haver valorização cambial do real. “O dólar tem variado bastante devido à conjuntura política e econômica do Brasil, que está num momento turbulento. O dólar é usado na proteção dos investidores e, simultaneamente, investidores internacionais migram de país devido à incerteza. Enquanto não acalmar os cenários, vamos ter impactos”, enfatiza.

Economista e professor da Unioeste, Jandir Ferreira de Lima: “Foi um aumento muito significativo, bem acima da inflação brasileira, que varia entre 9% e 12% no acumulado de 12 meses” (Foto: Divulgação)

 

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