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Cresce número de encaminhamentos de seguro-desemprego

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Carina Ribeiro/OP
Número de encaminhamentos de seguro-desemprego está na
contramão da abertura de vagas

Um fenômeno do universo do trabalho tem chamado a atenção de lideranças e entidades de Marechal Cândido Rondon: cresceu o número de encaminhamentos de seguro-desemprego na agência do Sine local. A média de benefícios liberados nos primeiros sete meses do ano foi de 274 novos seguros por mês.

Considerando que o valor do benefício gira entre R$ 678 e R$ 1.235 mensais, a estimativa é de que sejam liberados em torno de R$ 185 mil a R$ 200 mil por mês somente em novos seguros-desempregos, sem contar o montante recebido pelos segurados que já tinham conquistado esse direito em meses anteriores.

A elevação aparenta ir na contramão da realidade do mercado, segundo observaram empresários ligados à Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar). No primeiro semestre, o município registrou 4.233 contratações e 3.616 desligamentos, resultando em saldo positivo de 617 novos postos ocupados por trabalhadores formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Além disso, o Sine possui em média 150 a 250 vagas de trabalho disponíveis mensalmente. No Brasil, estima-se que foram repassados em torno de R$ 8 milhões aos trabalhadores na forma de seguro-desemprego ao longo de 2012.

Diante dos números, a Acimacar convidou o gerente da Agência do Trabalhador (Sine), Adelar Neumann, assim como representantes da agência da Caixa Econômica Federal, para que pudessem explanar a respeito do seguro-desemprego e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em nível local. O encontro aconteceu na terça-feira (30), na sede da entidade classista.

De acordo com o gerente do Sine, a reunião foi muito proveitosa e consistiu em uma oportunidade de estreitar a comunicação com a associação que representa grande parte dos empregadores do município. Na ocasião, Neumann explanou aos membros da diretoria motivos que podem ter influenciado na elevação dos encaminhamentos de seguro-desemprego.

Dentre eles estão os vários pontos admitidos como alegação para que os trabalhadores se recusem a aceitar vagas disponíveis no sistema. Para que o trabalhador desempregado seja encaminhado a uma empresa que possui vaga, esta tem que ser condizente com a qualificação registrada e declarada por ele, assim como a remuneração ofertada pelo empregador deve ser igual ou superior à ocupação anterior, explica o gerente.

A vaga precisa estar descrita sob mesmo código e nominação da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Conforme Neumann, são muitas as brechas oferecidas pela lei para que o requerente do seguro-desemprego deixe de ser encaminhado às vagas de trabalho disponíveis, tais como problemas de saúde, choque cultural, horário incompatível, endereço do trabalho ser de difícil acesso, atividade ou condição insalubre, condição de periculosidade, dentre outros.

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