Fale com a gente

Geral

Criminalidade faz rondonenses mudarem comportamento

Publicado

em

Na edi ccedil; atilde;o de ontem (06), O Presente publicou uma entrevista com o empres aacute;rio rondonense Valmir Boeff. Indignado com mais um furto em sua resid ecirc;ncia, ele procurou a reportagem deste di aacute;rio para expor sua revolta com a situa ccedil; atilde;o em que se encontra Marechal C acirc;ndido Rondon no que se refere agrave; seguran ccedil;a p uacute;blica e agrave; facilidade com que os criminosos est atilde;o agindo.
Certamente ele n atilde;o eacute; o uacute;nico que passou por tal situa ccedil; atilde;o. Muitos outros rondonenses tamb eacute;m j aacute; tiveram que se deparar com fatos semelhantes ou at eacute; piores. Este eacute; o caso do empres aacute;rio do ramo de contabilidade, Firmino Peters. Sua empresa j aacute; foi assaltada por duas vezes e, ap oacute;s a segunda a ccedil; atilde;o de bandidos, n atilde;o pensou duas vezes em tomar uma decis atilde;o: instalou um v iacute;deo porteiro na empresa e agora para entrar s oacute; ap oacute;s a pessoa se anunciar no interfone.
A medida j aacute; fez ele perder alguns clientes, mas prefere assim do que facilitar a vida novamente para os assaltantes. ldquo;O v iacute;deo porteiro serve para dificultar um pouco, impedir n atilde;o conseguimos. Quem j aacute; enfrentou um assalto passa a desconfiar mais das pessoas, ainda mais se for algu eacute;m mal-encarado rdquo;, declara.
No uacute;ltimo assalto, o empres aacute;rio levou uma coronhada e a arma foi colocada em sua boca como uma amea ccedil;a para dar mais dinheiro aos bandidos. ldquo;Somos ref eacute;ns disso. Eles estavam armados e eu n atilde;o tinha o que fazer. Eacute; de se ficar indignado rdquo;, lamenta.
Na avalia ccedil; atilde;o do empres aacute;rio, todo o sistema est aacute; errado, inclusive o prisional. ldquo;Sou a favor da pena da morte. As pessoas m aacute;s precisam ser eliminadas da sociedade boa. Queremos uma sociedade organizada e de repente estamos competindo por um lugar com os bandidos rdquo;, afirma.
V iacute;tima por 7 vezes
Enquanto alguns t ecirc;m realidade de ter enfrentando um, dois assaltos, outros j aacute; somam v aacute;rios. Este eacute; o caso de Jo atilde;o*, empres aacute;rio rondonense. Ele conta que desde que abriu seu estabelecimento, h aacute; dez anos, sempre se preocupou com a quest atilde;o de seguran ccedil;a. No entanto, nada adiantou para evitar os crimes em sua empresa e resid ecirc;ncia. ldquo;Sempre nos precavemos com alarme, c acirc;meras, pol iacute;tica rigorosa de sa iacute;da de caixa, de malote ao banco, mudan ccedil;a de trajeto de ida ao banco. Sempre tivemos estes cuidados at eacute; mesmo antes de sermos assaltados. Mas quando acontece alguma coisa a iacute; vemos o quanto eacute; complicado rdquo;, relata.
De acordo com ele, se antigamente o medo era que o com eacute;rcio ou as resid ecirc;ncias fossem arrombadas, hoje a modalidade de crime eacute; outra: assaltos agrave; m atilde;o armada. ldquo;Os bandidos n atilde;o querem se arriscar em entrar em uma loja durante a noite que tem alarme e vigil acirc;ncia. Eles acham mais seguro assaltar quando o estabelecimento est aacute; aberto. Se fizer cinco a seis assaltos r aacute;pidos, eles conseguem arrecadar quase que a mesma quantia de dinheiro do que arrombamentos com um risco menor rdquo;, avalia.

Psicol oacute;gico
Mais do que os preju iacute;zos financeiros, Jo atilde;o afirma que o preju iacute;zo psicol oacute;gico eacute; maior. ldquo;N atilde;o adianta investirmos em seguran ccedil;a se o Poder P uacute;blico n atilde;o faz a parte dele. Falta efetivo policial e trabalho de investiga ccedil; atilde;o rdquo;, enfatiza, acrescentando: ldquo;A gente perde a vontade de trabalhar, simplesmente desanima. Pagamos nossos impostos, que n atilde;o s atilde;o poucos, e esperamos a contra partida, que n atilde;o vem. Gastamos com seguro, alarme, vigil acirc;ncia, o nosso dinheiro s oacute; vai embora e n atilde;o estamos tendo contrapartida rdquo;, fala.
Segundo o rondonense, todos os assaltos foram r aacute;pidos. O uacute;ltimo durou apenas 20 segundos, como pode ser constatado nas filmagens do sistema de seguran ccedil;a. ldquo;Quando acontece um assalto a gente fica sem a ccedil; atilde;o. N atilde;o sabemos se corremos, se gritamos, se ficamos parados. Nos sentimos a pior pessoa do mundo rdquo;, conta.

Por precau ccedil; atilde;o
Em uma outra empresa rondonense foi colocada uma placa no port atilde;o solicitando que a pessoa toque o interfone para ser atendido. A medida se fez necess aacute;ria, segundo Maria*, porque outros estabelecimentos pr oacute;ximos j aacute; foram assaltos. Ali, nunca aconteceu um assalto e a seguran ccedil;a ainda eacute; feita por meio de alarme e cachorro. Mas a preocupa ccedil; atilde;o eacute; constante.
ldquo;Ocasionalmente v ecirc;m pessoas estranhas, ent atilde;o para a nossa seguran ccedil;a, para a seguran ccedil;a dos nossos clientes e dos nossos funcion aacute;rios colocamos o interfone para n atilde;o deixar a porta livre para qualquer um rdquo;, explica.
De acordo com a rondonense, em cidades maiores este sistema j aacute; funciona e ela acredita que isso ser aacute; tend ecirc;ncia em Marechal Rondon. ldquo;Estamos nos precavendo, porque se algu eacute;m tem a inten ccedil; atilde;o de assaltar j aacute; vai pensar duas vezes. Acredito que em pouco tempo, em sua maioria, os prestadores de servi ccedil;o v atilde;o tomar esta atitude. O com eacute;rcio n atilde;o porque eacute; dif iacute;cil, mas quem pode acho que vai aderir a isso rdquo;, considera.
Maria diz que para quem nasceu e cresceu em Marechal Rondon a situa ccedil; atilde;o do munic iacute;pio chegou em um ponto assustador nos uacute;ltimos anos. ldquo;Pod iacute;amos andar agrave; noite tranquilamente, e hoje em dia n atilde;o eacute; mais assim rdquo;, reclama.

* Nomes fict iacute;cios para preservar identidade dos entrevistados.

Sistemas de seguran ccedil;a: procura em alta
A cada nova onda de assaltos e arrombamentos a procura por equipamentos de seguran ccedil;a para o com eacute;rcio ou resid ecirc;ncia aumenta. A constata ccedil; atilde;o eacute; do empres aacute;rio Peterson Pierini Martins, da Sigilus Alarmes. De acordo com ele, em um ano est aacute; se vendendo a mesma quantia de aparelhos do que era comercializada em cinco. ldquo;A procura por equipamentos de seguran ccedil;a aumentou bastante. Praticamente todos os dias estamos instalando um alarme, seja em empresas ou em resid ecirc;ncias rdquo;, aponta.
Em Marechal C acirc;ndido Rondon, o que mais tem sido vendido s atilde;o os alarmes, seguido de c acirc;meras de seguran ccedil;a e cercas el eacute;tricas. ldquo;Estamos vendendo mais alarmes porque o pre ccedil;o ficou mais acess iacute;vel. Al eacute;m de ajudar a evitar arrombamentos, o aparelho tem um bot atilde;o que ao ser apertado avisa a empresa de uma emerg ecirc;ncia. Com isso, imediatamente a pol iacute;cia eacute; acionada rdquo;, explica.
A procura por c acirc;meras de seguran ccedil;a tamb eacute;m est atilde;o aumentando. Com o aparelho eacute; poss iacute;vel visualizar as imagens at eacute; mesmo de outras cidades e Estados, basta ter acesso a um computador com internet. ldquo;J aacute; a cerca el eacute;trica tem um valor um pouco mais elevado e por isso os que optam por ela ainda n atilde;o s atilde;o muitos rdquo;, menciona Peterson.

Consicentiza ccedil; atilde;o
Apesar de hoje os mais diversos sistemas de seguran ccedil;a estarem mais acess iacute;veis financeiramente do que h aacute; alguns anos, eacute; preciso tamb eacute;m que os pr oacute;prios rondonenses tenham mais consci ecirc;ncia de mudar alguns h aacute;bitos, aponta o empres aacute;rio. ldquo; Eacute; comum vermos tarde da noite casas com as janelas e portas abertas, carro com a chave dentro, enfim, uma grande vulnerabilidade. Tem muitas pessoas ainda que n atilde;o se deram conta de que a cidade n atilde;o eacute; mais a mesma. Com isso, correm o risco de sofrer um assalto agrave; m atilde;o armada, o que eacute; pior, porque envolve fam iacute;lia e isso pode causar um trauma rdquo;, comenta.

Roubos: aumento de 40%
N atilde;o eacute; apenas apar ecirc;ncia. O aumento de assaltos agrave; m atilde;o armada eacute; uma realidade de Marechal C acirc;ndido Rondon que pode ser comprovada pelas estat iacute;sticas da Pol iacute;cia Militar. A m eacute;dia de ocorr ecirc;ncias era de duas a tr ecirc;s por m ecirc;s. At eacute; julho deste ano, o n uacute;mero passou para uma m eacute;dia de 4,3.
O comandante da 2 ordf; Companhia da Pol iacute;cia Militar, capit atilde;o Jos eacute; Osmar Novach, diz que apesar da descren ccedil;a de muitos na import acirc;ncia de registrar um boletim de ocorr ecirc;ncia (BO), a medida se faz necess aacute;ria, por pelo menos dois motivos. Primeiro, com as estat iacute;sticas de ocorr ecirc;ncias eacute; poss iacute;vel reivindicar melhorias e maiores investimentos no setor de seguran ccedil;a p uacute;blica. E, segundo, sem o BO a pol iacute;cia fica de m atilde;os atadas para agir com o ladr atilde;o.
ldquo;Ao prendermos algumas mercadorias, se n atilde;o houver o BO precisaremos liberar o cidad atilde;o e os produtos porque n atilde;o existe nenhum registro. Sem registro n atilde;o eacute; crime. E sem crime temos que soltar o suspeito. Agrave;s vezes o ladr atilde;o at eacute; confessa o crime, mas se ningu eacute;m d aacute; queixa n atilde;o temos o que fazer. Ficamos sem poder ajudar a v iacute;tima rdquo;, explica. ldquo;Al eacute;m disso, como saberemos o que est aacute; acontecendo em alguma regi atilde;o da cidade se n atilde;o h aacute; boletins de ocorr ecirc;ncia? rdquo;, questiona.
Novach diz ainda que com as ocorr ecirc;ncias eacute; poss iacute;vel investir melhor no trabalho policial para que este seja mais eficaz. ldquo;Se n atilde;o tivermos os dados claros do que acontece fica dif iacute;cil colocar as viaturas em pontos estrat eacute;gicos e refor ccedil;ar policiamento em alguns locais rdquo;, admite.

Mercadorias suspeitas
O capit atilde;o refor ccedil;a um apelo do empres aacute;rio rondonense Valmir Boeff, publicado na edi ccedil; atilde;o de ontem: n atilde;o se deve comprar mercadorias de origem duvidosa, que podem ser de proced ecirc;ncia de assaltos e furtos. Ao adquirir estes produtos, a pessoa est aacute; fomentando a criminalidade, destaca o comandante.

Pol iacute;cia x comunidade
Conforme o policial, eacute; preciso tamb eacute;m que a popula ccedil; atilde;o colabore mais com os trabalhos da pol iacute;cia. ldquo;A pol iacute;cia sozinha n atilde;o consegue fazer muita coisa, porque n atilde;o temos meios e nem estrutura para que se fa ccedil;a um trabalho melhor de investiga ccedil; atilde;o. Temos que trabalhar junto com a comunidade. Em cidades onde a comunidade se envolve e trabalha junto com a pol iacute;cia ao levar informa ccedil; otilde;es, a criminalidade n atilde;o se cria. Notamos isso principalmente em munic iacute;pios pequenos e at eacute; em munic iacute;pios grandes onde nos bairros a comunidade participa das a ccedil; otilde;es da pol iacute;cia, dando opini atilde;o e cobrando a ccedil; otilde;es rdquo;, conclui.

nbsp;

lt;galeria / gt;

Copyright © 2017 O Presente