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Duplicação de novos trechos da 277 vai consumir R$ 110 milhões

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Os projetos já estão prontos e a Ecocataratas, concessionária do Lote 3 do Anel de Integração Rodoviário, deverá iniciar em breve as obras de duplicação de mais dois trechos da BR-277. São cinco quilômetros de Matelândia em direção ao distrito de Agrocafeeira e nove do Trevo Cataratas em direção à Ferroeste, em Cascavel. As obras vão ser executadas em duas frentes e resultam de anúncio feito recentemente pelo governador Beto Richa. Como boa parte desses trechos será em áreas urbanas, o valor estimado é de R$ 110 milhões, informou na quinta-feira (25), durante reunião com empresários, na Associação Comercial de Cascavel (Acic), o superintendente da concessionária, Jeancarlo Mezzomo.

A duplicação de outro trecho da BR-277, entre Medianeira e Matelândia, foi entregue no início de julho e custou R$ 50 milhões. Essa obra, a exemplo da duplicação dos dois futuros trechos, não consta entre as obrigações contratuais, por isso técnicos da empresa e do governo estudam a melhor forma de adequar a questão. Caso nenhum acordo saia, o que é improvável, em dezembro a concessionária estará autorizada a acrescer ao valor das tarifas 3,8%, informou o diretor da Ecocataratas para a região Sul, Evandro Viana. Um dos principais questionamentos dos empresários presentes foi quanto à possibilidade de incluir mais obras e de baixar a tarifa, tema que está em estudos.

 

A empresa

A Ecocataratas está integrada ao grupo Ecovias, que é formado por várias empresas, entre elas a CR Almeida. O Lote 3 do Anel de Integração tem 387 quilômetros no percurso entre Guarapuava e Foz do Iguaçu. Um dos principais critérios para vencer a concorrência, na década de 1990, foi a oferta do maior número de trechos de manutenção de rodovias estaduais. A Ecocataratas é responsável por quatro: acessos a Ramilândia, a Campo Bonito, à praia artificial de Santa Terezinha de Itaipu e ao distrito de Juvinópolis, em Cascavel.

Um dos temas abordados por Mezzomo foi quanto à instalação da CPI dos Pedágios, que vai apurar o faturamento das concessionárias. O superintendente informou que houve outra em 2003 e que no Governo Roberto Requião a Ecocataratas passou por auditoria interna e que todos os resultados estão disponíveis para consultas. Todas as investigações, conforme ele, constataram que as obrigações contratuais têm sido observadas. O Grupo Ecovias é formado por seis concessionárias que atuam em Estados como São Paulo e Paraná. São 6,5 mil colaboradores espalhados pelo país.

Utilizando como referência o ano de 2012, Mezzomo informou que a Ecocataratas investiu R$ 75,7 milhões na estrutura da rodovia (restaurações, pavimentação e equipamentos). Também foram feitas melhorias em revitalizações, sinalização, implantação de defensas e ações de segurança. A soma destinada à operação do trecho concessionado foi de R$ 69,3 milhões. Em impostos, apenas no exercício de 2012, foram recolhidos R$ 19 milhões, basicamente ISSQN. Cascavel recebeu naquele ano R$ 1,4 milhão e na soma histórica de cobrança do pedágio o repasse atinge os R$ 11,6 milhões. O valor repassado a cada cidade cortada pela BR é relativo a quanto de rodovia ela tem em seu território.

Ocorrências

O número de acidentes registrados em 2012 foi de 2.325, média de seis por dia – e que precisaram de guincho. Naquele ano, 3.296 veículos foram guinchados, média de um a cada duas horas e meia. Equipes da concessionária fizeram atendimentos a 10.272 pessoas – pré-hospitalar -, o que equivale a 28 pessoas ao dia. Para atender vítimas de acidentes, a concessionária mantém mais de 80 pessoas e oito ambulâncias, com investimento anual superior aos R$ 3 milhões. O trabalho de inspeção da pista emprega nove veículos e colaboradores. Cada um percorre 870 quilômetros a cada 24 horas. Somente em 2012, cada um perfez o total de 317 mil quilômetros. As operações consistem da retirada de pedras do leito da pista ao recolhimento de animais eventualmente atropelados.

O superintendente informou que o número total de ocorrências no ano de 2012 foi de 125 mil, uma a cada quatro minutos. Entre as campeãs está a pane mecânica, registrada em 20.081 automóveis, depois aparecem, por exemplo, pneu furado com 4.295 e pane seca, com 3.144. Somente as ligações para o sistema 0800 foi de 19,4 mil. O monitoramento da rodovia, diuturnamente, é feito por 24 câmeras, instaladas em trechos e em pontos considerados estratégicos. Gestão, qualidade no atendimento e temas com foco ambiental também são preocupações da concessionária, conforme Mezzomo, que informa que a empresa dispõe de certificados nas normas ISO 9.001, 14.001 e 18.001, além do ISE Bovespa.

O número de empregos gerado pela empresa é de 317 diretos e de 397 indiretos. Pelo menos outras 850 pessoas costumam ser contratadas para serviços diversos, de roçadas à limpeza de placas. A concessionária ainda conta com a atuação de estagiários e de pessoas recrutadas pelo Jovem Aprendiz e também dá oportunidade, cumprindo o que pede a lei, a pessoas portadoras de deficiências. O valor investido em 2012 com despesas de pessoal foi de R$ 15,6 milhões. Os programas de responsabilidade social da empresa assistiram, naquele ano, a mais de 20 mil pessoas. Entre eles estão o Reinventar, executado por 60 mulheres do bairro Interlagos, em Cascavel, que transformam lonas em bolsas e outros acessórios.

Questionamentos

Diretores da concessionária também responderam a questionamentos. Eles foram formulados pelos presidentes da Coopavel, Dilvo Grolli, do Sindicam, Jeová Pereira, e da Câmara, Márcio Pacheco, e pelo empresário do setor de transportes, Wagner Pinto. Pediram sobre novas obras de aumento da capacidade de fluxo, sobre percentual de investimentos (que chegou a 37% do faturamento em 2012) e quanto à redução da tarifa. Mezzomo informou que tudo é possível diante do diálogo e de adequações técnicas que possam vir a ser feitas entre governo e concessionária. Um vídeo mostrou a situação da rodovia na década de 1990 e de como ela está hoje.

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