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“Existe uma terceira força em Rondon: a da criminalidade”

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Quem j aacute; foi v iacute;tima de um assalto sabe o trauma que isso causa. At eacute; mesmo os furtos em resid ecirc;ncias originam uma sensa ccedil; atilde;o de inseguran ccedil;a, de impunidade, revolta e medo. Medo de que o crime volte a acontecer; medo de que na pr oacute;xima vez pode ser pior; medo de que a a ccedil; atilde;o pode vitimar um familiar.
O munic iacute;pio de Marechal C acirc;ndido Rondon faz fronteira com o Paraguai e eacute; rota de traficantes e contrabandistas. O aumento da fiscaliza ccedil; atilde;o no Lago de Itaipu e a ldquo;dificuldade rdquo; em trazer produtos e drogas do pa iacute;s vizinho fizeram com que alguns bandidos passassem a atuar nas cidades. Para conseguir dinheiro para comprar entorpecentes, passaram a praticar furtos e, mais recentemente, assaltos.
Nos uacute;ltimos anos, no munic iacute;pio rondonense, a lista de v iacute;timas s oacute; aumentou. A revolta tamb eacute;m. Isto porque o Estado tem deixado de investir em melhorias no setor de seguran ccedil;a p uacute;blica. O sentimento de indigna ccedil; atilde;o fez com que o empres aacute;rio rondonense Valmir Boeff (Bife) procurasse a reportagem do Jornal O Presente.
A revolta dele certamente n atilde;o eacute; nem tanto pelo valor do que foi levado de sua casa, de sua empresa e de sua esposa, mas sim a liberdade com que os ladr otilde;es est atilde;o atuando. O empres aacute;rio reside no Loteamento Avenidas, pr oacute;ximo ao Parque Ecol oacute;gico Rodolfo Rieger, e em quest atilde;o de uma semana por duas oportunidades ladr otilde;es entraram em sua casa para roubar objetos como bicicleta, pares de t ecirc;nis e outros produtos de menor valor. O uacute;ltimo furto aconteceu na quarta-feira (04) agrave; noite.
Sua empresa tamb eacute;m j aacute; foi arrombada e foram levados computador e mercadorias. A outra v iacute;tima foi sua esposa, que ao retornar da igreja foi assaltada. Ficou sem a bolsa e todos os documentos, celular e at eacute; a b iacute;blia.

Indigna ccedil; atilde;o
Valmir demonstra toda sua indigna ccedil; atilde;o com os fatos. Tanto eacute; que nem mais chama a pol iacute;cia para registrar o boletim de ocorr ecirc;ncia (BO). ldquo;A gente faz o BO, mas n atilde;o tem o retorno, os bens n atilde;o s atilde;o recuperados. Ouvimos falar na imprensa de ve iacute;culos recuperados, mas isso acontece quando testemunhas repassam as informa ccedil; otilde;es para a pol iacute;cia e n atilde;o por um trabalho efetivo de investiga ccedil; atilde;o rdquo;, afirma. ldquo;A pol iacute;cia est aacute; mal aparelhada, existe a defici ecirc;ncia do quadro de efetivos e n atilde;o age. Eu desafio a pol iacute;cia a pegar quem roubou a bicicleta da minha filha, assim como n atilde;o pegaram quem roubou o computador da minha empresa e como n atilde;o pegou at eacute; hoje quem roubou a bolsa da minha esposa rdquo;, acrescenta.

For ccedil;a da criminalidade
Com o aumento dos crimes em Marechal Rondon, o empres aacute;rio diz que surge uma nova for ccedil;a no munic iacute;pio. ldquo;Se olharmos quantas organiza ccedil; otilde;es criminosas t ecirc;m no nosso munic iacute;pio e na nossa regi atilde;o, podemos dizer que existe a for ccedil;a pol iacute;tica, uma for ccedil;a da sociedade e a terceira for ccedil;a eacute; a da criminalidade. A sociedade organizada precisa buscar os recursos nos governos municipal, estadual e federal e cada um precisa fazer a sua parte. Quem n atilde;o est aacute; fazendo precisa se movimentar porque vai chegar uma hora em que n atilde;o teremos mais condi ccedil; otilde;es de fazer alguma coisa rdquo;, acredita.

Educa ccedil; atilde;o
Valmir ainda diz, orgulhoso, ser nascido em Marechal Rondon, e ressalta que j aacute; trabalhou como vendedor de picol eacute;, entregador de jornal e batalhou para conseguir uma vida melhor. ldquo;Minhas filhas trabalham e estudam. Ent atilde;o temos procurado educar a fam iacute;lia para o bem, mas percebemos que n atilde;o est aacute; havendo seguran ccedil;a. As mais diversas entidades n atilde;o cumpriram seu papel dentro da sociedade e hoje o reflexo eacute; muito grande de criminalidade e do uso de drogas rdquo;, declara o rondonense.
De acordo com o empres aacute;rio, se a situa ccedil; atilde;o na regi atilde;o chegou a este ponto eacute; por falta de oportunidade aos jovens, tanto de estudar como para trabalhar de forma digna. ldquo;Os pais n atilde;o educam os filhos e os deixam agrave; merc ecirc; da sociedade. Penso que em primeiro lugar vem a educa ccedil; atilde;o que os pais d atilde;o aos filhos rdquo;, salienta, acrescentando que a sociedade toda eacute; culpada pelo momento vivido. ldquo;Se tiv eacute;ssemos tomado uma medida h aacute; dez anos, aquela crian ccedil;a que tinha na eacute;poca oito anos n atilde;o seria hoje um bandido de 18 anos. O Estado, o munic iacute;pio, as entidades, todos precisam se unir para fazer alguma coisa. Tem que trabalhar em cima da educa ccedil; atilde;o rdquo;, ressalta.

Campanha
O rondonense afirma que quer transformar a sua indigna ccedil; atilde;o em uma campanha para ao menos tentar conscientizar a popula ccedil; atilde;o para n atilde;o comprar objetos e produtos de origem duvidosa, os quais podem ser frutos de roubos e assaltos. ldquo;A popula ccedil; atilde;o tem que saber que se n atilde;o comprar, o ladr atilde;o n atilde;o vai ter para quem vender o produto. E se comprar, amanh atilde; pode ser a v iacute;tima rdquo;, conclui.

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