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Happy hour liberado: cerveja faz bem à saúde

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Estudos recentes apontam inúmeros benefícios da cerveja, sendo comparada com o vinho, que já é conhecido há mais tempo pelas suas qualidades principalmente para o coração

Considerada um alimento, uma fonte de energia e até mesmo uma oferenda aos deuses. Sim, estamos falando da cerveja, que até hoje nos países que possuem uma longa história e cultura cervejeira a bebida é parte da alimentação. Isso porque os ingredientes utilizados na sua fabricação são todos naturais e partem do preceito de pureza. Já ouviu falar dele? No mercado cervejeiro, essa é a maneira dos alemães de fabricarem a bebida, em que os únicos ingredientes permitidos são água, lúpulo, levedura e cevada de malte. Com esse acordo, criado em 1516, as cervejas germânicas atingiram o topo das cervejas mais bem conceituadas em todo o mundo.

A cidade de Marechal Cândido Rondon, fortemente influenciada pela descendência alemã, herdou diversos hábitos germânicos, incluindo o gosto pela cerveja, muito consumida no município. Assim, não é segredo para ninguém: seja em um almoço de família ou em uma roda de amigos, a cerveja geralmente é a companheira dos encontros dos rondonenses. Mas será que a cerveja consumida hoje segue a receita germânica original?

A resposta certa está no tipo de cerveja escolhida. Algumas marcas muito conhecidas no Brasil seguem o preceito de pureza, que no ano passado completou 500 anos. Entre elas estão a Heineken, Bavaria Premium, Eisenbahn e Devassa Loura. Já as mais consumidas na região, que fazem parte do mix da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), como a Antarctica, Brahma, Bohemia, Skol, Stella Artois, entre outras, fazem parte de outro grupo de cervejas, as que – com a permissão da legislação brasileira – contêm até 45% de milho em vez de cevada ou então outros ingredientes descritos no rótulo apenas como cereais não maltados.

Apesar dessa substituição ter seu lado positivo, barateando o custo da cerveja e trazendo características de leveza e refrescância, alguns fatores devem ser observados. Segundo a nutricionista Sofia Sesti, as cervejas obtidas da fermentação de cereais são teoricamente menos digeríveis, podendo causar maior estufamento. Pessoas que necessitem fazer dieta restrita em glúten precisam ficar atentas e evitar este tipo de cerveja, assim como quem é sensível ao consumo destes carboidratos ricos em Fodmaps (alimentos fermentáveis não digeridos pelo trato digestivo humano. Como a sigla é em inglês, em uma tradução literal significa: Fermentação, Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis), expõe.

 

Mais químicos

Não são apenas as cervejas da Ambev que substituem a cevada, outras marcas conhecidas seguem esse mesmo método em suas fabricações. É o caso da conhecida Bud, a americana Budweiser, que utiliza arroz geneticamente modificado na sua fórmula. As mexicanas Corona e Sol levam xarope de milho e o químico Propilenoglicol, utilizado para impedir o crescimento de microorganismos que se desenvolveriam sem essa substância, por conta da transparência das garrafas. A luz interfere diretamente no sabor e é por isso que 99% das cervejas utilizam a tradicional garrafa marrom ou, no mínimo, de uma cor escura. Já a Quilmes, dos vizinhos argentinos, possui o antioxidante 224 e misteriosos adjuntos cervejeiros.

 

Coração protegido

De acordo com Sofia, um estudo recente publicado pelo Europen Journal of Epidemiology mostra que a cerveja possui diversos benefícios para a saúde, sendo equiparada ao vinho. Como o teor alcoólico é considerável, sem dúvida alguma deve ser consumida com moderação e apenas por indivíduos que não possuam contraindicação, ressalta a nutricionista.

Este mesmo estudo indicou ainda que uma caneca da bebida ao dia, cerca de que 500 mililitros, é capaz de proteger o coração, em variedades de cerveja com teor alcoólico de 5%. Além de ter graduação alcoólica baixa, a cerveja contém ainda ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio – nutrientes que protegem o sistema cardiovascular.

Para um bom degustador, meia dose basta

Apreciar cervejas artesanais se tornou um hobby para o rondonense Diogo Bonzanini. Ele, que é cirurgião dentista, não abre mão de, nos fins de semana, degustar cervejas diferentes. Ao todo, Bonzanini afirma já ter provado cerca de 1,2 mil rótulos diferentes, que incluem cervejas de todo o mundo, principalmente dos Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, República Tcheca, Austrália, Nova Zelândia e Holanda. Sempre gostei muito de cerveja e há cerca de seis anos o acesso às cervejas artesanais ficou mais fácil no Brasil, podendo encontrá-las com mais facilidades nos mercados e de maneira mais ampla na internet, comenta.

Bonzanini conta que começou a comprar livros sobre o assunto e fez cursos de produção de cerveja caseira. Há três anos e meio, ele criou, junto com amigos, a Confraria da Cerveja de Marechal Cândido Rondon. Somos em 12 amigos que nos reunimos mensalmente e degustamos cerca de seis a sete rótulos em cada encontro. São adquiridos em média de um litro a um litro e meio de cerveja, assim cada confrade toma um copo de 100 ou 150 mililitros, que é unicamente para degustação. A ideia é curtir o momento e conhecer sempre mais sobre esse mercado cervejeiro, menciona.

Durante esse período, cerca de 280 cervejas diferentes já foram provadas pelo grupo.

 

Hobby que pode virar negócio

A Confraria da Cerveja de Marechal Cândido Rondon deu tão certo que os amigos têm planos de montar um bar, com investimentos de cada membro, os quais pensam em alugar um espaço ou criar um contêiner bar. O projeto está sendo desenvolvido e veremos ainda a viabilidade disso com a Vigilância Sanitária e o Poder Público. Mas estamos com essa ideia, que é de um local para happy hour. Com umas duas ou três torneiras de chope diferentes e cerca de 30 a 40 rótulos de cervejas diferentes, com alguns petiscos, adianta o idealizador da Confraria, Diogo Bonzanini.

 

Cervejeiro Cigano

Uma infinidade de cervejeiros existe em todo o mundo, mas já ouviu falar do cervejeiro cigano? Ele é quem tem a receita da bebida, mas não tem uma cervejaria para produzi-la em maior escala. Assim, a ideia é buscar uma cervejaria que tem toda a estrutura, pagar um valor para usá-la e produzir ali sua receita. Alguns membros da Confraria produzem cerveja em casa, para amigos e familiares, porém, chegando a uma receita ideal, os planos são exatamente esses: de virarem cervejeiros ciganos em Marechal Cândido Rondon. Se acertarmos uma receita bacana e conseguirmos uma parceria com uma fábrica de cerveja, produziremos em maior quantidade, destaca Bonzanini.

 

Para todos os gostos

Existem cerca de 100 estilos diferentes de cerveja, que derivam das diversas escolas cervejeiras existentes no mundo. Algumas são mais adocicadas, outras mais amargas, algumas fazem a cerveja bem tradicional oriunda da escola alemã e há as escolas mais inovadoras, como, por exemplo, a americana, que gosta de incluir ingredientes diferentes. A escola brasileira também está nesse caminho, incluindo frutas, ervas e raízes locais. A marca de cerveja Colorado produz a receita e acrescenta rapadura, mandioca, entre outros. Já a Amazon Beer usa frutas da Amazônia nas suas fórmulas.

O gosto vai mudando bastante. Quando comecei a tomar cerveja artesanal, meu estilo favorito era a de trigo, que é fácil de beber e a maioria das pessoas gostam. Funciona como uma porta de entrada para as cervejas artesanais. Gostava tanto que cheguei a beber umas 100 cervejas de trigo diferentes na época. Depois, conforme fui conhecendo outros estilos, o paladar foi mudando. Hoje eu gosto muito das IPAs, que são amargas com mais lúpulo, as Double IPAs, que são mais amargas ainda, das Stout e Imperial Stout, que são mais escuras e puxam para o chocolate e café, mais densas e alcoólicas, declara.

 

Na porta de casa

Para quem está a fim de adentrar no mundo das cervejas artesanais, os clubes de assinaturas de cervejas podem ser uma alternativa. Crescendo cada vez mais no Brasil, várias opções podem ser encontradas na internet. A ideia é pagar um valor mensal pela assinatura, que enviará para o assinante, uma vez por mês, uma caixa com cervejas diferentes para degustação. As vantagens são especialmente para quem está fora dos grandes centros e tem dificuldades de encontrar rótulos diferentes. Além de garrafas e latas, alguns serviços incluem outros itens, como copos e publicações.

Outro benefício é a adaptação do plano de acordo com o perfil do assinante. Os cervejeiros iniciantes podem assinar pacotes mais básicos, em que conhecerão novas marcas e rótulos. Já os experientes receberão em casa os lançamentos e novidades do mercado. Conheça algumas opções:

The Beer Planet: oferece quatro tipos de pacotes de assinatura, divididos de acordo com o nível do consumidor. São planos para iniciantes, intermediários, experientes e para quem quer todas as cervejas do mês. As caixas são acompanhadas por descrição, história, sugestões de harmonização e dados das cervejas. Há também descontos nos produtos da loja. Pacotes a partir de R$ 49,90.

Clube do Malte: conta com o Beer Pack, que pode ser de duas ou quatro cervejas por mês, sempre acompanhadas de um copo. Possui também pacotes para quem gosta de cervejas mais complexas e outro de marcas clássicas. Pacotes a partir de R$ 49,90.

Cerveja Store: faz uma seleção de quatro cervejas por mês, que são acompanhadas de fichas técnicas, revistas e pode incluir também alimentos para harmonizar, como queijos e pastas. O pacote custa R$ 110.

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