Índios liberam Ponte Ayrton Senna após diálogo com MPF e prefeito de Guaíra

Depois de cinco horas e meia de bloqueio, com liberação parcial e retomada da interdição, o grupo de indígenas liberou o tráfego de veículos na Ponte Ayrton Senna, na divisa dos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. A ponte foi interditada às 06h30 e desbloqueada às 12h20 desta segunda-feira (25), depois do grupo dialogar com representantes do Ministério Público Federal (MPF) e com o prefeito de Guaíra, Heraldo Trento.

Em torno de 300 índios se concentraram no quilômetro 350 da BR-163 desde o início da manhã em protesto contra a municipalização dos serviços de saúde indígena.

Policiais rodoviários federais que atuam no local informaram que os índios reivindicavam a presença de jornalistas e do prefeito de Guaíra para iniciar um diálogo. Os manifestantes permitiram apenas a passagem de ambulâncias até o início da negociação.

No último dia 20, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou mudanças na estrutura da pasta que impactam diretamente as diversas etnias espalhadas pelo país.

A proposta que prevê a extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que passaria a atuar como um departamento, incorporando os serviços destinados às aldeias a uma nova Secretaria Nacional da Atenção Primária.

 

 

 

CRÍTICAS

 

A mudança tem sido criticada pelos povos indígenas. Em fevereiro, representantes das etnias Tapirapé e Carajá – que vivem na região da Ilha do Bananal e do Rio Araguaia, em Mato Grosso e Tocantins, – se reuniram com o subprocurador-geral da República Antônio Carlos Bigonha, a coordenadoria da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF (6CCR) e parlamentares ligados à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

No encontro, relataram o sentimento de ameaça diante da proposta de municipalização da saúde, excluindo o atendimento pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, que até então era feito a partir de profissionais e recursos específicos.

O Presente