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Lavouras de soja terão uma nova ameaça na próxima safra

Publicado

em

Fabiano Bastos
Lagarta da espécie Helicoverpa armigera é facilmente confundida
com a lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea) ou com a lagarta
da maçã do algodoeiro (Heliothis virescens)

Já foi identificada no Paraná, assim como em outras áreas do país, a presença da lagarta Helicoverpa armigera, que até pouco tempo atrás não existia no Brasil e agora deverá ser a nova ameaça para as lavouras na próxima safra de verão.

De acordo com a pesquisadora, entomologista e professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Marechal Cândido Rondon, professora Vanda Pietrowski, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a confirmar a presença da praga, que até então somente existia na Europa, Ásia e Austrália.

Segundo a docente, até agora o maior prejuízo causado pela referida lagarta foi registrado na região Oeste da Bahia, onde houve elevada perda de produção. Diante do ocorrido, relata Vanda, inicialmente chegou a haver suspeita de biopirataria, inclusive levada ao Ministério Público.

A hipótese levaria em consideração a localização do problema, por não se tratar de área fronteiriça, bem como o fato de ser uma região fortemente produtora, o que poderia despertar interesses em reduzir a capacidade competitiva do país quanto à produção agrícola.

No entanto, do ponto de vista da pesquisadora rondonense, é possível que a introdução da lagarta no país tenha ocorrido a partir de carregamentos oriundos das regiões de ocorrência da lagarta e sua presença tenha passado despercebida até causar prejuízo a ponto de chamar atenção.

“A mariposa ou a lagarta pode ter encontrado condições favoráveis como a temperatura e alimento em abundância e ter se dispersado, de modo que foi se disseminando sem ser identificada até que apareceu em grande população”, cogita Vanda.

Onde está

Até agora a Embrapa já teria identificado a presença da Helicoverpa armigera nos Estados do Paraná, Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Acredito que a comunidade científica não tinha se dado conta da introdução dessa lagarta no país na última safra, quando ela realmente ocorreu em alta população”, supõe a professora.

O fato pode ter ocorrido devido à dificuldade de diferenciação da referida espécie em relação a outras, já que a olho nu ela é facilmente confundida com a lagarta da maçã do algodoeiro (Heliothis virescens) e também se parece com a lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea).

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