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Menina que deixou de ser cega vê árvore de Natal pela 1ª vez; vídeo

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Daiana Pereira sempre manteve a tradição de montar árvores de Natal para os três filhos mais velhos, hoje com 8, 6 e 4 anos. Neste ano, no entanto, foi especial. Pela primeira vez, a caçula, Nicolly, de quase 3 anos, enxergou o pinheirinho enfeitado pela família, que vive em Barra Velha, no Litoral Norte catarinense.

“Que legal, né?”, diz a menina no vídeo gravado pela família para registrar o momento (assista acima). A aparente simplicidade da frase, que poderia estar na boca de qualquer criança, é uma grande vitória para a família. A menina nasceu cega, e somente há poucos meses, após uma cirurgia nos Estados Unidos, começou a enxergar.

Nicolly tem uma forma rara de glaucoma congênito. Por causa da elevada pressão intraocular, corria o risco, além da cegueira, de precisar ter os olhos retirados. O glaucoma dela não tinha controle, lembra a mãe. Além disso, descobriu-se depois que Nicolly também não ouvia. Ela também enfrentava problemas renais.

O procedimento só ocorreu graças à ajuda de milhares de pessoas que se mobilizaram nas redes sociais para ajudar Nicolly. Ela agora também escuta e, embora ainda seja classificada como uma pessoa de baixa visão, começa a levar uma vida normal.

 

Luzes e enfeites

“Ao passear com o papai perto da árvore ela ficou encantada com as luzes e os enfeites de Natal. Depois a levamos para ver o papai noel. Faço como todos os anos, mas foi lindo ver a reação dela”, conta Daiana. A emoção ao ver a alegria da filha com o pinheirinho foi semelhante à do dia em que Nicolly viu a mãe pela primeira vez. A cena foi registrada em vídeo (veja abaixo).

“Acho que nenhum dia será tão mágico quanto aquele. Mas se aproxima. Para cada atitude nova dela, a primeira coisa que passa na nossa cabeca é que valeu muito a pena toda a dificuldade para ela enxergar. Porque ela merece tudo isso”, diz Daiana.

 

Cirurgias e campanha na internet

Com nove dias de vida, a menina passou por uma cirurgia. Foi a primeira de sete operações às quais foi submetida no Brasil, das quais saía sem qualquer esperança de melhora.

Quando Nicolly nasceu, Daiana e o marido Alexandre levavam uma vida de classe média  relativamente tranquila. Ela trabalhava como operadora de máquinas e ele, como motorista. Com a chegada de Nicolly, a família começou a gastar o que tinha e o que não tinha com os tratamentos da menina.

Sem coragem para dizer às pessoas a sentença dos médicos, de que era quase impossível Nicolly enxergar, aos três meses de vida da menina a mãe postou uma foto em uma página criada para ajudar outra criança doente, que tinha muitos seguidores. Uma menina do Rio de Janeiro, Luciana, viu a foto e sugeriu criar também uma página de ajuda.

Com os recursos arrecadados, a família se mudou para Sorocaba, no interior de São Paulo, para buscar outras opções de tratamento. Eu e meu marido fomos trabalhar no lava-jato de uma amiga, quando não estávamos com a Nicolly nos hospitais. Em uma das viagens, acabaram batendo o carro, que acabou sendo vendido para custear o tratamento.

A mobilização na internet cresceu e despertou o interesse de uma internauta que vive nos Estados Unidos, fala português e cuja mãe também é portadora de glaucoma. A jovem decidiu pesquisar hospitais que pudessem fazer uma cirurgia para tentar salvar a visão de Nicolly.

Uma fundação de um hospital em Miami se interessou pelo caso e decidiu ajudar. “Ganhamos as passagens, a hospedagem e a cirurgia, conta Daiana. Mas ainda eram necessários US$ 17,5 mil para cobrir outros custos hospitalares. Mais uma vez uma campanha foi lançada, e em pouco tempo Daiana e Nicolly embarcavam para os Estados Unidos para a cirurgia de três horas que, além da visão, devolveu à menina a audição.

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