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Geral Primeiras ações

Novo diretor da Itaipu adota linha de austeridade e quer replicar modelo em toda a empresa

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General reuniu a equipe da Diretoria Geral para alinhamento (Foto: Romeu de Bruns)

O diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, fez na terça-feira (19) a primeira reunião de alinhamento com a equipe de assistentes, superintendentes e chefes de assessorias da Diretoria Geral, desde que assumiu o cargo, em 26 de fevereiro. Cada um dos 22 gestores teve tempo necessário para apresentar suas atividades, no auditório do Edifício Parigot de Souza, em Curitiba.

Depois de dar as boas-vindas à equipe, o general Silva e Luna disse que está muito contente em poder se integrar à Itaipu e que já começou a pôr em prática o que considera sua missão: bem gerir a Itaipu, melhorando o emprego do uso de recursos da usina como uma ação de responsabilidade e de respeito ao consumidor que paga a conta da energia elétrica.

Como primeira medida, Silva e Luna anunciou o redirecionamento e a revisão das normas de patrocínio e convênios para o melhor uso dos recursos da empresa.

Encontro teve transmissão por videoconferência para Foz (Foto: Romeu de Bruns)

Silva e Luna apresentou à equipe o coronel Ricardo Bezerra, que atua como chefe de gabinete, e o tenente Arceli Pedroso de Oliveira, assessor especial.

Segundo o diretor-geral brasileiro, ele optou por trazer pouca gente de fora e aproveitar a estrutura de pessoal já existente, por considerar que o quadro de Itaipu é preparado para participar, em equipe, da missão de tornar a empresa o mais criteriosa possível na gestão de seus recursos financeiros.

Do quadro da usina, o general vai aproveitar um empregado ou empregada para ser secretário executivo. Este, juntamente com o chefe de gabinete, vai cuidar dos despachos diversos, para que o diretor-geral possa cuidar dos assuntos mais estratégicos.

 

Exemplo

Uma das reduções de custos já adotada vem de seu próprio exemplo: em vez de morar em Curitiba, o general Silva e Luna decidiu fixar residência em Foz do Iguaçu, onde está instalada a usina. Em Foz, também, deverá residir grande parte do corpo gerencial da empresa, como superintendentes e assistentes. Com isso, haverá redução de gastos com viagens e diárias e será formado um centro de comando capaz de se reunir a qualquer momento em que haja necessidade.

Veículos oficiais são para uso estrito em serviço (Foto: Alexandre Marchetti)

Outra medida foi o maior controle na utilização de veículos da empresa, restringindo seu uso estritamente às atividades de serviço. O general considera que a medida trará importante mensagem de austeridade, tanto para os usuários como para a população, que só verá carros de Itaipu a trabalho, e não em deslocamentos pessoais.

 

Escritório de Curitiba

De acordo com Silva e Luna, o escritório de Curitiba será mantido, porém enxugado. “Faremos várias mudanças, mas levaremos em consideração tanto os aspectos pessoais como funcionais de cada caso. O processo será feito de forma humanizada, com o menor impacto possível na vida das pessoas”, afirmou.

Silva e Luna optou por fixar residência em Foz, onde fica a usina, dando exemplo de corte de despesas com viagens (Foto: Nilton Rolin)

Parafraseando o general, o coronel Ricardo Bezerra disse que não podemos repetir os mesmos erros. “O passado serve como ensinamento. Estamos olhando para a frente. Apenas erros novos são permitidos”, brincou.

 

Duas pontes

Um dos focos do diretor-geral brasileiro de Itaipu é o investimento que a usina terá que fazer, nos próximos três anos, para atender ao acordo firmado entre os governos do Brasil e do Paraguai: bancar a construção de duas pontes, uma sobre o Rio Paraná, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (PY); e outra sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho  (MS) e Carmelo Peralta. A de Foz será construída pela margem brasileira de Itaipu e a do Mato Grosso do Sul pela margem paraguaia.

Juntas, essas duas pontes devem custar em torno de R$ 1 bilhão. “É um custo alto, mas será diluído ao longo do tempo, com orçamento bem feito”, diz o general Silva e Luna, que é favorável a esse investimento, por ser em obras estruturantes, e não em “coisas que no dia seguinte terminam e que ninguém consegue mensurar depois”. Só que, para que os gastos com as pontes não interfiram no custo de Itaipu, o diretor-geral brasileiro vê como saída a redução de gastos.

A construção da segunda ponte, entre Foz e Presidente Franco, também “exigirá austeridade em todos os gastos. Teremos que fazer escolhas”, diz o general Silva e Luna.

 

Royalties

O diretor-geral brasileiro de Itaipu lembra que, além de investimentos, a grande contribuição que Itaipu faz aos 16 municípios lindeiros ao reservatório (15 no Paraná e um no Mato Grosso do Sul) é o pagamento de royalties, vinculados à produção de energia. Uma mudança na legislação dos royalties, no ano passado, aumentou ainda mais a parcela que cabe aos municípios: antes, eles dividiam 45% do total, agora esta fatia subiu para 65%.

Municípios lindeiros ao lago de Itaipu são beneficiados pelos royalties da binacional. Na foto, o braço do reservatório em Itaipulândia (Foto: Nilton Rolin)

Itaipu paga royalties desde que começou a gerar energia, em 1985. Mas foi em 1991, com a Lei dos Royalties, que a distribuição passou a obedecer a critérios que beneficiaram mais os municípios lindeiros e o Estado do Paraná. No total, Itaipu pagou desde 1985 nada menos que 11 bilhões de dólares para o Brasil e o Paraguai. Desse valor, só os municípios lindeiros receberam 2 bilhões de dólares, enquanto o governo do Paraná recebeu outros 2 bilhões de dólares.

 

Com Jie Itaipu 

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