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“O trabalhador não tem muito a comemorar”

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Foto: Divulgaçãp

Apesar do Dia do Trabalhador, hoje (1 ordm;), ser uma data comemorativa criada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da hist oacute;ria, do ponto de vista do presidente do Sindicato dos Empregados no Com eacute;rcio de Toledo e Regi atilde;o, Fl aacute;vio Bonif aacute;cio Pinto, trata-se de um dia de refletir sobre as condi ccedil; otilde;es de trabalho, que est atilde;o longe do ideal. ldquo;O trabalhador n atilde;o tem muito a comemorar. Falta uma valoriza ccedil; atilde;o maior dele, pois ainda existe muita desigualdade. Precisar iacute;amos ter algo mais plaus iacute;vel para que pud eacute;ssemos justificar a comemora ccedil; atilde;o nesta data, tanto na condi ccedil; atilde;o de valor econ ocirc;mico, quanto social rdquo;, opina.
Segundo ele, uma das constata ccedil; otilde;es que comprovam a sua fala eacute; o fato de nesta semana alguns empregadores terem entrado em contato com o Sindicato para solicitar a possibilidade de abertura do seu com eacute;rcio neste s aacute;bado.
ldquo;Sabendo que eacute; um dia consagrado para o trabalhador, mesmo assim alguns empregadores fizeram essa solicita ccedil; atilde;o. Mas n oacute;s avaliamos que praticamente 100% dos trabalhadores gostariam de ficar em casa com a fam iacute;lia nesta data, por isso n atilde;o concordamos com a proposta rdquo;, menciona. Esta foi uma das formas que o Sindicato encontrou, por exemplo, de promover a igualdade entre os trabalhadores. ldquo;Estamos sempre defendendo que n atilde;o se abra o com eacute;rcio nos domingos, nos feriados, para valorizarmos o conv iacute;vio familiar e religioso, at eacute; mesmo porque eacute; forma de contribuir com a sa uacute;de do trabalhador rdquo;, afirma.
Fl aacute;vio ressalta que um trabalhador que vai trabalhar na condi ccedil; atilde;o de estresse geralmente n atilde;o tem um bom rendimento, o que influencia no resultado final e no lucro da empresa.
O l iacute;der sindical acredita que ainda h aacute; o que melhorar nas condi ccedil; otilde;es de trabalho do comerci aacute;rio, como na preven ccedil; atilde;o de doen ccedil;as relacionadas a algumas atividades, como eacute; o caso de caixas de supermercados, por exemplo, que podem ter les otilde;es por esfor ccedil;o repetitivo. ldquo; Eacute; um trabalho que temos que bater forte em cima porque a preven ccedil; atilde;o evita custos para a empresa e tamb eacute;m para o INSS rdquo;, declara.

Uni atilde;o e sal aacute;rio
Na vis atilde;o de Fl aacute;vio, os trabalhadores do com eacute;rcio precisam se unir mais e se organizar para reivindicar novas conquistas. ldquo;Esperamos uma maior participa ccedil; atilde;o dos comerci aacute;rios, que se associem agrave; entidade, para que tenhamos mais for ccedil;a para brigar por melhores condi ccedil; otilde;es e reajustes salariais menos ruins, porque ainda est aacute; longe do ideal rdquo;, ressalta.
A negocia ccedil; atilde;o salarial com as entidades patronais ter aacute; in iacute;cio a partir de junho. ldquo;Vamos brigar por um melhor objetivo dos comerci aacute;rios e esperamos que ambas as partes fiquem contentes rdquo;, diz.

Jornada
Apesar da Consolida ccedil; atilde;o das Leis do Trabalho (CLT) impor limites para a jornada de trabalho, bem como regulamentar as horas-extras, muitos trabalhadores ainda t ecirc;m esse direito desrespeitado. Conforme Fl aacute;vio, o Sindicato recebe reclama ccedil; otilde;es relacionadas tanto ao fato de o trabalho extra exceder as duas horas m aacute;ximas di aacute;rias ou mais de 44 semanais, quanto ao fato de o trabalhador n atilde;o as ter remuneradas. ldquo;Existem tanto os empregadores que pagam as horas-extras, como aqueles que escondem a realidade e as horas a mais que o funcion aacute;rio trabalha n atilde;o s atilde;o documentadas, sendo que n atilde;o aparecem no holerite dele rdquo;, salienta.
Nos casos de reclama ccedil; atilde;o, o Sindicato tem entrado em contato com a empresa para conversar. ldquo;N atilde;o existindo um acordo, procuramos outras medidas rdquo;, pontua.
Com rela ccedil; atilde;o agrave; compensa ccedil; atilde;o, o Sindicato n atilde;o considera interessante para o trabalhador. ldquo;Isso porque muitas vezes o funcion aacute;rio fica acima do hor aacute;rio em um dia e posteriormente n atilde;o tem como planejar o dia de compensa ccedil; atilde;o. Muitas vezes ocorre de ele ter que trabalhar no s aacute;bado agrave; tarde, quando poderia estar com a fam iacute;lia, e depois tem folga em hor aacute;rio comercial, quando n atilde;o pode estar com os seus familiares rdquo;, relata.
Outro fato porque a compensa ccedil; atilde;o n atilde;o eacute; bem vista pelo sindicalista eacute; que o trabalho extra muitas vezes pode representar a ocupa ccedil; atilde;o de uma eventual nova vaga de trabalho que poderia ser aberta, menciona Fl aacute;vio.
Apesar da situa ccedil; atilde;o atual, o presidente do Sindicato declara que existem expectativas de melhora. ldquo;Sempre temos expectativa de melhora, mas ao mesmo tempo percebemos que a situa ccedil; atilde;o n atilde;o eacute; essa. Na maioria dos empres aacute;rios notamos que n atilde;o existe uma valoriza ccedil; atilde;o do funcion aacute;rio que trabalha no com eacute;rcio. Mas com apoio da minoria, estamos nessa luta por uma justi ccedil;a social. Ela eacute; constante e n atilde;o vamos desanimar rdquo;, conclui.

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