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Geral SHOW PECUÁRIO 2018

Pecuária de corte é tema do último dia do evento

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Pecuária de corte foi o tema principal do último dia do Show Pecuário 2018. (Foto: Divulgação)

A bovinocultura de corte dominou o tema das palestras na sexta-feira (27), último dia do Show Pecuário 2018, evento organizado pelo Sindicato Rural de Cascavel e pela Sociedade Rural do Oeste do Paraná. Com a palestra intitulada “Corte: características das fazendas de sucesso”, o médico veterinário, doutor em zootecnia e consultor técnico da DSM Tortuga, Marlon Hilário, abriu o último dia do Show Pecuário 2018, dedicado à pecuária de corte.

Marlon apresentou um compilado do banco de dados de mais de 150 fazendas assistidas via parceria entre o Instituto Inttegra e a DSM, apresentando o que as fazendas de sucesso tem em comum. Uma delas é possuir pessoas comprometidas e responsáveis com o que fazem. “Isso parece básico, mas 70% das fazendas não tem isso. As pessoas sabem sua função, mas não missão”, disse.

Para chegar a números impressionantes como algumas das acompanhadas por eles, que registram lucro de R$ 787 por hectare, é preciso respeitar cinco parâmetros: pessoas, recursos, finanças, sucessão familiar e clientes, que no caso dos pecuaristas seriam os frigoríficos, o mercado. “Tudo isso acompanhado da parte mais técnica, que são os indicadores, ganho médio global, rentabilidade, produção @/hectare, custo cabeça por mês entre outros”.

Entre as curiosidades, Marlon repassou aos participantes casos comprovando que fazendas que tem custo fixo são piores em produtividade que as com custo variável e que produzir demais não é sinônimo de eficiência.

À tarde, o engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e consultor técnico da SIA, Armindo Barth Neto, proferiu uma palestra sobre as diferenças dos sistemas de criação de gado de corte. Segundo ele, a pergunta que os produtores sempre fazem às consultorias é: será que o modelo de negócio quem vem sendo conduzido na propriedade, seja cria, recria ou engorda, é o mais lucrativo?

E as dúvidas continuam. O produtor que vende bezerro se questiona: será que se ele não o engordasse e vendesse para abate ele não ganharia mais? Ou para o criador que adota o modelo de recria e engorda não seria mais vantajoso se ele produzisse o próprio bezerro com qualidade não seria a melhor opção?

Armindo buscou esclarecer algumas dessas dúvidas que sempre atormentam os bovinocultores de corte, à luz de quatro pontos importantes: plano de uso do solo, organização das categorias de animais, manejo de pastagem e gestão de números. “Precisamos levar em conta também qual é a aptidão da propriedade. Se ele é mais declivosa ou tem bastante área apta à lavoura, onde é possível realizar uma boa integração lavoura-pecuária”, observou, citando a relevância de analisar a infraestrutura, maquinário e mão de obra disponíveis na fazenda. “Em áreas onde é possível fazer integração, recria e terminação tendem a ser melhores. Já áreas dobras é recomendada a cria. Porém, a principal mensagem é a de que o produtor deve fazer o que gosta, o que se sente bem fazendo, já que todas bem feitas dão margens”, declarou.

 

Genoma

Na sequência, Bruno Soriano Moura, produtor rural, médico veterinário e assistente técnico do Laboratório Zoetis deu uma palestra sobre uma ferramenta fundamental para o futuro da pecuária de corte: o genoma. Entender e identificar o sequenciamento ajuda os pecuaristas a controlar e melhorar as características dos animais que geram interesse econômico, como ganho de peso mais rápido, precocidade, entre outros

“O genoma é usado de acordo com o interesse do pecuarista. Ele ajuda a identificar, selecionar e reproduzir características que atendam ao que ele quer, ou descartar as que não quer. Por exemplo: criadores que vendem bezerros precisam de touros que produzam bezerros mais pesados. Nesse caso, é preciso selecionar e multiplicar animais que produzem filhos assim”, contou.

Segundo ele, a moderna ferramenta é um divisor de águas no setor, tanto de carne e de leite. “Com um dado do bezerro eu posso saber todo o futuro dele”, complementou.

Apesar de nem todas as raças possuírem a tecnologia genoma disponível, Bruno acredita que é uma questão de tempo até ela estar disseminada totalmente. Hoje, um laboratório do Brasil está credenciado a fazer o exame. Somente uma amostra do pelo do animal é enviada até lá, onde é encaminhada aos Estados Unidos para realizar o sequenciamento do genoma.

 

Confinamento

Felipe Kuczny, zootecnista, gerente técnico de confinamento da DSM Tortuga falou sobre confinamento. Em sua palestra ele traçou estratégias nutricionais e manejo desde a fase da cria e recria até o confinamento. “Queremos ter um desempenho bom no confinamento, mas temos que começar a planejá-lo muito antes do animal estar pronto para lá”, observou.

Uma das estratégias é preocupar-se desde à fase neonatal, preocupado com a nutrição da vaca, da matriz. “Ela que transmite os nutrientes e forma o número de fibras do bovino, podendo ser um animal com boa carcaça ou não em volume. O quanto antes nós conseguirmos transformá-lo em um ruminante, melhor”, afirmou.

 

Com assessoria

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