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Rondonenses criticam projeto de duplicação da BR-163

Publicado

em

Maria Cristina Kunzler
Se o projeto do Dnit não sofrer alteração, a falta de segurança para atravessar a BR-163 vai continuar: hoje rondonenses precisam arriscar a vida

 

Aobra de conservação e restauração da BR-163, entre Marechal Cândido Rondon e Guaíra, já está na fase inicial. O projeto contempla ainda, dentre outros, a duplicação da rodovia no perímetro urbano rondonense, no trajeto entre o trevo que dá acesso a Nova Santa Rosa e o portal da cidade. Contudo, um aspecto passou despercebido para a maioria das pessoas. O projeto elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) não contempla passarelas elevadas ou viadutos, que poderiam garantir mais segurança para quem precisa transitar de um lado a outro da cidade.

Isso significa que os moradores de bairros como Higienópolis, Primavera e Augusto I e II, por exemplo, precisão continuar arriscando a própria vida diariamente, mesmo quando a duplicação for concluída. Devido a essas e outras preocupações, como a falta de acesso seguro às indústrias que estão localizadas às margens da BR-163, um movimento está surgindo em Marechal Cândido Rondon, cujo objetivo é sensibilizar as autoridades competentes para que o projeto seja modificado e sofra melhorias. Possivelmente no próximo dia 1º o superintendente do Dnit, José da Silva Tiago, estará no município para participar de uma reunião e ouvir dos industriais e lideranças os principais anseios, bem como para conhecer de perto a situação da rodovia que corta o perímetro urbano do município.

Ontem (16) a reportagem do Jornal O Presente ouviu algumas rondonenses que residem, trabalham ou simplesmente visitam os bairros Primavera e Higienópolis, os quais precisam atravessar a rodovia para se deslocar. As entrevistadas foram unânimes ao afirmar que falta segurança especialmente para pedestres e ciclistas, sendo que algumas delas se recordaram da recente morte do jovem Daniel Fernando Pooch, 33 anos, no Jardim Higienópolis. Ele aguardava às margens da rodovia para atravessá-la quando uma carreta adentrou à BR-163 e atropelou o rapaz. Ele morreu logo em seguida. As rondonenses também enfatizaram a importância da implantação de mecanismos de segurança para os transeuntes.

 

 

Perigo constante
A empresária Alenice Rodrigues de Souza tem comércio em frente ao trevo da AACC. Do seu local de trabalho ela já viu de perto muitos acidentes e brigas de trânsito devido à confusão nos acessos. A rondonense avalia que o trevo foi projetado de forma totalmente equivocada e precisa ser modificado quando a restauração da BR-163 chegar ao local. “Do jeito que está não pode ficar. Este trevo da AACC é totalmente errado. Esperamos que as obras na rodovia resultem em melhorias”, declara.
Conforme Alenice, mesmo com a mudança do trevo, o ideal seria que houvesse um viaduto ou trincheira para garantir maior segurança aos pedestres e ciclistas. “Este trevo é muito perigoso”, sentencia.
Nair Koch Cerny reside na Vila Rural, localizada na BR-163, no sentido para Guaíra. Com frequência ela se desloca para a cidade e para o Bairro Higienópolis e comenta sobre a falta de segurança. “Hoje não há acostamento na rodovia e precisamos segurar firme a bicicleta para não cair com o vento dos caminhões. É muito perigoso e acredito que com o acostamento que está previsto será melhor”, comenta, emendando: “Fico preocupada em ter que atravessar a rodovia. Falaram que haveria passarela elevada ao menos no trevo da AACC, mas até agora nada”, menciona.
Mãe de dois filhos, uma adolescente de 14 anos e um menino de oito anos, Roseli Schröder não fica tranquila até ver a filha chegando em casa. Além de estudar no Colégio Estadual Frentino Sackser, de duas a três vezes por semana a jovem precisa atravessar sozinha a rodovia para ir às sessões de fisioterapia. Já o garoto não faz de jeito algum o percurso sozinho. “Esta rodovia é muito perigosa e eu fico preocupada quando sei que minha filha precisa ir para a fisioterapia e para o colégio. Com a duplicação, o movimento nesta rodovia vai aumentar ainda mais e, sem alternativas como viaduto ou passarela elevada, eu acho que vai ficar ainda mais perigoso para atravessá-la”, opina.

Preocupação
de mãe
As amigas Clair Freitag Schneider, Helga Weber e Ereni Winter fazem diariamente o trajeto entre casa e trabalho juntas. Para isso, elas precisam sair do Bairro Higienópolis e atravessar a BR-163. No período de maior fluxo, como próximo às 18 horas, o movimento na via é tão grande que precisam esperar muito tempo para conseguir atravessá-la.
Na avaliação das rondonenses, o mínimo que o Dnit poderia fazer seria instalar a passarela elevada para que pedestres e ciclistas pudessem fazer o trajeto em segurança. Mas elas enfatizam que viadutos também seriam importantes. “Temos filhos que estudam no Colégio Frentino Sackser e na Escola Antonio Rockenbach e ficamos muito preocupadas, todos os dias, quando precisam sair para estudar”, declaram.

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