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Marechal Fluxo de atendimentos

5% dos casos de Covid atendidos na UPA de Marechal Rondon necessitam de UTI

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(Foto: O Presente)

No início de março, com medidas restritivas implantadas em nível estadual visando conter não somente o avanço de casos de coronavírus, mas também estancar o pré-colapso no sistema de saúde, os olhos da população rondonense se voltaram ao Hospital de Campanha, que, instalado junto ao Centro de Eventos do Parque de Exposições, poderia ser aberto caso a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não desse conta de atender as demandas relacionadas à Covid-19.

Chega-se ao meio do mês e, até o momento, a UPA tem dado conta dos atendimentos, ainda em uma constante oscilação.

“Hoje (segunda-feira, 15) estamos com oito pacientes do coronavírus internados. Desses oito, quatro estão intubados. Todavia, não dá para considerar essa estatística de 50/50, porque o quadro oscila muito e pode ser que no final do dia o cenário seja outro. As estatísticas desse momento são muito variáveis”, ressalta a diretora da UPA, Andreia Guissardi.

Nesta quinta-feira (18), há seis pacientes internados na Ala Covid. Destes, quatro estão intubados.

Segundo ela, a UPA tem capacidade de 20 leitos. “Chegamos ao ponto de ter 17 leitos ocupados. Ficamos na eminência de abrir o Hospital de Campanha, mas naquele momento girou leito e conseguimos transferir pacientes para UTI (unidade de terapia intensiva) e enfermaria de outros hospitais”, relembra.

Diante do alto número de casos ativos, que bateu novo recorde ontem (334 casos) em Marechal Rondon, “a chance de explodir as internações é grande”, salienta Andreia.

 

Diretora da UPA, Andreia Guissardi: “Se muita gente se contaminar, vai precisar de internação, vai parar aqui e pode ser preciso abrir o Hospital de Campanha. Fazemos de tudo pelos pacientes, mas a resposta maior vem do cuidado” (Foto: Joni Lang/OP)

 

ÚLTIMOS DIAS

De uma semana para cá, ela diz que foi perceptível uma redução de pacientes que buscam atendimento por suspeita de Covid-19. “Mesmo assim, continuamos na mesma estratégia de que caso encha de pacientes na UPA vamos abrir o Hospital de Campanha”, reforça, emendando: “Buscamos fazer o melhor possível, mas, muitas vezes, há situações que fogem do nosso controle”.

 

FLUXO DE ATENDIMENTOS

O fluxo de atendimentos voltados ao coronavírus na UPA é bastante relativo, considera a diretora. “Antes das medidas restritivas, eram atendidas de 50 a 70 pessoas a depender do dia, chegando até 80. Não há uma média diária, mas percebemos que segundas e terças-feiras são os dias mais cheios e depois vai reduzindo”, observa.

No entendimento da profissional de saúde, a diminuição se deve à descentralização dos atendimentos e às medidas restritivas adotadas pelo Estado. “Percebemos uma redução, porque os pacientes estão se encaminhando às unidades de saúde”, expõe. “A maioria dos pacientes chegam apresentando sintomas leves. As pessoas estão mais conscientes e percebendo os primeiros sintomas já procuram atendimento”, afirma.

 

NECESSIDADE DE UTI

Andreia menciona que, seguindo uma média comum, a maioria dos pacientes internados são idosos e apresentam comorbidades. “a maior parte dos internados são idosos e com comorbidades, mas não quer dizer que sejam só eles. Temos alguns pacientes sem comorbidades e jovens internados. Por exemplo, tivemos um óbito de um rapaz de 35 anos na sexta-feira (12) e outro de 44 anos na semana retrasada. Observamos que cerca de 5% dos casos da UPA evoluem e necessitam de UTI”, mensura.

Na semana passada, pontua a diretora, o cenário era bem complicado. “Nesta semana, continuamos com os intubados aqui e ainda não temos vaga de UTI. Então, os pacientes são intubados e permanecem na UPA por falta de vaga. Têm recebido um cuidado muito bom, mas claro que não o tratamento intensivo é um reforço além do trabalho prestado por nossa equipe”, pontua.

Devido à falta de vagas de UTI na região, pessoas que necessitam ser intubadas permanecem na UPA, aos cuidados dos profissionais da unidade (Foto: O Presente)

 

COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO

Andreia reitera que a abertura do Hospital de Campanha vai depender da demanda. “Se muita gente se contaminar, vai precisar de internação, vai parar aqui e pode ser preciso abrir o Hospital de Campanha. Fazemos de tudo pelos pacientes, mas a resposta maior vem do cuidado”, considera.

Ela lamenta, contudo, que muitas pessoas seguem se aglomerando. “Os casos que procuram atendimento dificilmente se infectaram no trabalho. Estiveram em festas e almoços de família”, relata. “O número alto de casos se deve justamente à falta de cuidado da população, que não respeita as medidas de isolamento em sua grande maioria. Fazem almoços, festas e aglomerações. As medidas que estão aí funcionam, mas não são respeitadas”, ressalta.

 

O Presente

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