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Marechal Saúde em colapso

Ala Covid do Hospital Rondon oscila entre 95% e 100% de ocupação

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(Fotos: Arquivo)

A saúde não está em colapso apenas no sistema público. Na rede privada a situação não é diferente.

No Hospital Rondon, em Marechal Cândido Rondon, por exemplo, a taxa diária de internação na Ala Covid-19 oscila entre 95% e 100%.

“Continuamos com os leitos de internação da Ala Covid-19 ocupados, com taxa diária de ocupação variável entre 95% e 100% no Hospital Rondon”, expõe a responsável pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Grupo Sempre Vida, enfermeira Vanessa Schuck.

Segundo ela, a ala é exclusiva para internação de pacientes com diagnóstico suspeito ou confirmado de coronavírus. “Temos 15 quartos individualizados. Destes, dez leitos possuem a capacidade de atender pacientes críticos/graves e os demais leitos para quadros moderados”, detalha.

 

FLUXO DE ATENDIMENTO

A fim de evitar maiores complicações, pacientes que apresentam sintomas respiratórios (SR) e sintomas gripais (SG) são atendidos em área exclusiva do pronto socorro. “Após a consulta médica, classificamos os suspeitos de Covid-19 e também atendemos os pacientes com diagnóstico já confirmado”, expõe Vanessa, ressaltando que há ainda uma área para atendimento de emergências convencionais para pacientes que não apresentam sintomas gripais.

A responsável pela CCIH do Grupo Sempre Vida vê os números refletirem a alta nos casos de Covid-19 na região. “Analisando o relatório de atendimentos de agosto de 2020 a janeiro de 2021, a média diária resultou em 37 consultas por dia. O que nos chamou a atenção é que no mês de fevereiro de 2021 a média diária quase dobrou, totalizando 64 atendimentos diários”, pontua.

Responsável pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Grupo Sempre Vida, enfermeira Vanessa Schuck: “Com um ano de pandemia ainda vemos pessoas desprezando as recomendações dos profissionais da saúde e das autoridades que pedem para evitar aglomerações de pessoas” (Foto é de arquivo por isso ela não está usando máscara)

 

ÍNDICE DE CASOS CONFIRMADOS

De junho de 2020 até final de fevereiro de 2021, dentre os 2.226 pacientes notificados como suspeita de coronavírus, 843 resultaram em teste positivo. “Isso se equivale a 37% dos notificados”, ressalta a enfermeira.

 

PERFIL

Considerando que todo paciente classificado como suspeito pela infecção SARS-CoV-2 é obrigatoriamente notificado no sistema do Estado do Paraná, é possível traçar um perfil dos atendidos. “Durante a pandemia, o número de casos confirmados de Covid-19 atendidos no Hospital Rondon prevaleceu em mulheres, mas com uma diferença baixa (456 mulheres e 387 homens). A faixa etária que mais procurou nosso atendimento foi entre 40 e 59 anos”, informa a profissional, utilizando levantamento realizado entre junho de 2020 e fevereiro de 2021.

 

GRAVIDADE DOS CASOS

De acordo com Vanessa, a predominância da gravidade dos pacientes atendidos durante a pandemia, considerando casos suspeitos e confirmados de Covid-19, é de casos leves. “Nos últimos dias observamos um aumento do número de atendimentos a pacientes apresentando quadro moderado e grave”, observa. “Possuímos 843 positivos nos últimos nove meses, em que 388 comorbidades foram relatadas e somente 4,74% foram submetidos à internação”, mensura a enfermeira.

Ela lembra que o Hospital Rondon não atende apenas o município onde está localizado, mas, sim, toda a microrregião. “Mesmo com esse percentual de internação entre os pacientes atendidos em Marechal Rondon, a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) está cheia em virtude dos pacientes encaminhados de outras cidades. Estes vão diretamente para a UTI e não fazem parte do percentual dos 4,74%”, esclarece.

 

QUANDO NÃO HÁ VAGAS

Quando o paciente apresenta um quadro leve de sintomas, como sintomas gripais sem gravidade e sem falta de ar, relata Vanessa, ele é atendido no consultório médico exclusivo, recebe receita para medicações de uso domiciliar, aplica-se o termo de isolamento domiciliar para ele e seus contatos e é agendada a coleta do exame específico, a depender do tempo de sintomas que está apresentando.

Tratando-se de casos moderados e graves, quando há necessidade de internamento, o paciente pode se deparar com a ocupação em 100%. “Nesses casos, realizamos exames laboratoriais e tomografia de tórax, conforme solicitação médica, para avaliar o grau de acometimento pulmonar, aplicações de medicações endovenosas e suporte de oxigenoterapia/ventilatório específicos, conforme a necessidade do paciente. Se houver indicação para internamento, o paciente é transferido para a unidade de internação onde há disponibilidade de vagas. Quando não há vagas no momento da solicitação, a equipe da gerência assistencial, juntamente com o plano de saúde, se houver, realiza o protocolo de busca imediata pela vaga na região e o paciente é mantido na área de atendimento ambulatorial exclusiva do Hospital Rondon, no aguardo, com todo o suporte necessário”, garante.

 

IMPACTO DO LOCKDOWN

A responsável pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Grupo Sempre Vida, que sente na pele as turbulências geradas pelo novo ápice na pandemia de coronavírus, se coloca no lugar do outro para avaliar as medidas que culminaram no lockdown implantado no Paraná e que seguem até amanhã (10). “Devemos confiar em quem está conduzindo o enfrentamento da pandemia. Eles estão tendo que tomar decisões difíceis e também estão se responsabilizando por elas. Além disso, as deliberações acontecem com base em dados de monitoramento do Estado inteiro. Acredito que temos que colaborar com as medidas propostas pelos governantes e aguardar novos dados epidemiológicos para avaliar o impacto do lockdown por meio do número de casos”, opina.

 

NOVAS CEPAS

Na visão da enfermeira, o cenário atual é pior desde o início da pandemia. “A situação está mais complicada do que nunca e, mesmo assim, ainda é possível flagrar pessoas que não respeitam as medidas básicas para evitar a propagação do coronavírus e suas variantes, agora em circulação. As novas cepas do vírus estão circulando”, alerta.

A profissional acredita em um cenário melhor com o decorrer da vacinação contra a Covid-19. “Mas a demanda por estes imunizantes tem sido de ordem mundial, o que preocupa. Outro aspecto relevante é que precisamos da colaboração, e porque não dizer dependência, das pessoas para controlarmos a disseminação da doença. Com um ano de pandemia ainda vemos pessoas desprezando as recomendações dos profissionais da saúde e das autoridades que pedem para evitar aglomerações”, lamenta.

 

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