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Marechal Super colheita

Alta produtividade gera filas de caminhões para descarregar milho safrinha

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Previsão é de que a colheita seja de 10% a 15% superior à do ano passado. Boa qualidade dos grãos e melhora no preço empolgam (Foto: Joni Lang/OP)

 

A exemplo de outras localidades do Paraná, os agricultores da microrregião de Marechal Cândido Rondon têm enfrentado consideráveis filas de espera para descarregar a produção do milho safrinha.

Uma das justificativas apontadas para a demora é a boa safra do grão, motivada pelo fator climático, haja vista que o desenvolvimento da cultura ocorreu dentro do planejado e o tempo firme desde o início deste mês também foi determinante ao sucesso da colheita, dizem entrevistados por O Presente.

Outro ponto salientado é que apesar da espera observada na última semana em Marechal Rondon, os caminhões conseguiram descarregar a produção no mesmo dia e a qualidade dos grãos tem sido satisfatória. Além da melhora na produtividade, que pode gerar incremento de 10% a 15% na comparação com o ano passado, o preço melhorou bastante, passando de R$ 22 no mês de maio para R$ 30 na última segunda-feira (24).

 

PERÍODO CURTO

O gerente comercial da Agrícola Horizonte, Valdair Schons, informa que a fila de caminhões observada especialmente na última semana não afeta a qualidade do grão de milho porque o tempo de espera do caminhão para descarregar varia de seis a dez horas. “Temos uma logística e autonomia muito boas na descarga, mas uma super produção colhida em um período curto gera essa ‘concentração’ do milho safrinha. Em alguns casos o depósito enche, no entanto outros caminhões seguem viagem em direção ao porto para exportar a safra”, destaca.

“Se os caminhões ficassem dois ou três dias poderia acarretar problema. Além do que, a maioria dos processos são automatizados, o que traz agilidade por não depender de muitas pessoas. O caminhão sobe, despeja e já sai”, comenta.

Schons expõe que 30% do produto recebido foi comercializado antecipadamente através de contrato. “O milho chega com média de 20% de umidade, passa pela pré-limpeza e secagem, e sai com média de 13% de umidade, sendo que o desafio de colher grande parte da safra em poucos dias fez com que nos preparássemos para novas situações como esta”, salienta, acrescentando que em torno de 85% da safra na área de atuação da Agrícola Horizonte deveria estar colhida até quarta-feira (26).

 

PREVISÃO DE CHUVA NÃO ATRAPALHA

Os cerca de seis milímetros de chuva registrados ontem em Marechal Rondon não devem gerar prejuízos. “A chuva também é importante para o ciclo da natureza. Se for baixa intensidade não vai afetar em nada, uma vez que para o milho adquirir umidade a chuva precisa ser volumosa. O perigo é o vento, porque como o milho está maduro qualquer vento pode derrubar, o que dificulta a colheita”, expõe Schons.

 

BOM DESEMPENHO

Conforme ele, a safrinha de milho no ano de 2018 também foi positiva, mesmo que a colheita tenha atrasado devido ao plantio. “Considerando que a maioria dos produtores cultivaram as lavouras em janeiro, fica entendido que a alta concentração de colheita neste período se deve ao plantio antecipado. Até agora a produtividade está acima do imaginado. Hoje o produtor fica preocupado por estar na fila, mas é melhor assim, pois significa que a produção é boa. A tendência é fechar próximo de 120 sacas por hectare, ou 300 sacas por alqueire”, enaltece.

O gerente comercial revela que a expectativa já era colher um pouco melhor do que no ano passado, sendo que o índice pode se elevar. “Contudo, havia risco de chuva significativa no auge da colheita, o que não se confirmou e contribuiu para o ótimo resultado. Temos preço e clima muito bons, porque os grãos secam, portanto o sol e o clima seco nos ajudam bastante. Acredito que a safrinha deste ano vai superar em 15% o que foi colhido ano passado. Azar para uns e sorte para outros, os Estados Unidos passam por problemas na safra, enquanto na nossa região o cenário está promissor, então o Brasil vai exportar mais milho, tanto que o preço pago ao produtor aumentou de R$ 22 para R$ 30 a saca. Somando preço bom e produção a mais o agricultor vai ‘faturar bem’ nesta colheita”, evidencia.

 

QUALIDADE

Para o superintendente agropecuário da Copagril, Enoir Primon, a espera nas filas para descarregar o milho safrinha não traz prejuízos. “O grande volume de colheita gera fila, mas o material tem boa qualidade. Aqui o milho chega com em torno de 19% de umidade e sai na faixa de 13% a 14%. A grande fila se deve ao fato de que houve uma semana de chuvas no fim do mês de maio, de modo que o milho que seria retirado permaneceu na lavoura, depois entrou no período normal de colheita e o clima contribuiu melhor do que o esperado. Sol, vento e clima seco fizeram a umidade diminuir, além de gerar maior fluxo de entrada no secador. As filas são positivas pela questão da produtividade, uma vez que não tivemos problemas de qualidade ou material. Inclusive a chuva prevista de quarta-feira não interfere porque o milho está seco, então saindo o sol já haverá colheita nesta quinta ou sexta-feira”, pontua.

Primon ressalta que com a antecipação do plantio, registrado em janeiro, naturalmente o potencial produtivo do milho safrinha melhora. “A cultura entra mais cedo no período reprodutivo com maior insolação, dias mais compridos e quentes e noites agradáveis, o que aumenta o peso do grão. O clima favoreceu fazendo com que as precipitações ocorressem dentro da normalidade, e isso acarretou na produtividade boa que está sendo observada”, salienta.

Outro detalhe, acrescenta ele, é que a umidade em um índice interessante gera fluxo de secagem. “Houve um volume significativo de descarga de caminhões durante o dia por vários fatores. O principal é que o milho está sendo entregue com umidade mais baixa. Na segunda-feira pouco mais de 80% da área já estava colhida e até quarta chegou a 90%, então o trabalho será finalizado nos primeiros dias de julho”, informa o superintendente da Copagril.

 

VANTAGENS GERAIS

Segundo ele, o desenvolvimento superior dos grãos nesta safrinha também gera outro resultado positivo. “A Copagril possui todo um ciclo através do leite, aves e suínos, ou seja, o milho de alto potencial favorece transformar a cadeia como um todo. Neste aspecto, tanto o produtor do cereal como o agropecuarista, produtores de aves e suínos estão sendo beneficiados, uma vez que disponibilizarão aos animais um alimento de melhor qualidade com menor incremento de aditivos”, menciona.

Primon reforça que a colheita do milho safrinha tende a resultar no incremento de 10% a 15% na comparação com o ano passado, com média de 115 a 120 sacas por hectare, entre 290 e 300 sacas por alqueire. “A safrinha de 2017 teve este patamar, no entanto agora o preço está interessante, pois era de R$ 30 a saca na segunda-feira”, pontua.

Conforme o superintendente, a Copagril se preparou a todas as etapas desde a implantação da cultura, tanto milho safrinha quanto safra de verão. “O diferencial nesse ano foi que a janela se abriu para todos no mesmo momento. O plantio acelerado em janeiro gerou essa colheita em menor espaço de tempo. Além do mais, cabe salientar que o agricultor esteve atento em relação às fases de desenvolvimento do milho safrinha, por exemplo, implantação, cuidados, manejo e colheita na época certa. É um ciclo que se fecha, com produtor rural, clima e empresa fazendo a sua parte”, enfatiza.

 

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