Fale com a gente

Marechal Bom potencial

Após chuvas, 90% das lavouras são semeadas na microrregião rondonense

Publicado

em

Estimativa é de que a soja já emergiu em 40% das áreas semeadas. Mesmo com atraso no plantio, agricultores estão otimistas para uma nova “safra gorda”. Profissionais da área agronômica alertam para colheita concentrada em poucos dias (Foto: Joni Lang/OP)

As chuvas registradas nas últimas semanas foram determinantes para que os agricultores realizassem o plantio da safra de verão 2020/2021 no Paraná.

O avanço lento na semeadura da soja no Estado, pela falta de chuvas no início de temporada, provocou o maior atraso dos últimos cinco anos na largada do plantio da oleaginosa nas lavouras paranaenses.

De acordo com o engenheiro agrônomo Cristiano da Cunha, em torno de 90% das áreas de Marechal Cândido Rondon e microrregião estão semeadas com soja. Deste total, segundo ele, em cerca de 40% a cultura já emergiu. “Agora a expectativa é que as precipitações voltem no tempo certo para o desenvolvimento da planta, uma vez que as lavouras podem ter bom potencial produtivo”, comenta.

 

LINHA PALMITAL

A família do agricultor Roberto Geisel cultiva cerca de 20 alqueires com soja na Linha Palmital, interior de Margarida, sendo que a cultura foi plantada dos dias 17 a 19, após o registro de uma chuva. “Nessa segunda-feira (26) choveu mais 45 milímetros, o que é ótimo para a planta se desenvolver bem. Parte da nossa lavoura já está germinando. Acredito que se chover na época certa podemos ter uma safra muito boa, visto que a desse ano rendeu média de 176 sacas de soja por alqueire, nosso melhor resultado. A safrinha de milho rendeu pouco, de 100 a 120 sacas por alqueire, e foi o seguro que nos salvou para pagar as despesas”, menciona.

Geisel comenta que plantou para colher até mais do que no início deste ano. “Agora, vamos acompanhar o clima, pois se a estiagem persistir e houver risco faremos seguro agrícola, caso seja necessário”, expõe.

Considerando as datas de plantio, Geisel prevê que a colheita da safra de verão seja realizada de 15 a 20 de fevereiro. “No ano passado e neste ano teve atraso no plantio da soja. Nos últimos anos a colheita iniciava em 25 de janeiro, porém em épocas anteriores, há mais de dez anos, era normal colher soja de 15 a 20 de fevereiro e só então plantar o milho safrinha. O resultado da colheita da soja era satisfatório mesmo na metade de fevereiro e o milho também tinha bom resultado. Tudo vai depender do clima”, pontua, analisando que o “ideal é chover de 30 a 50 milímetros em um intervalo médio de dez dias para que a safra de soja possa variar de boa a ótima”.

 

Lavoura da família Geisel, na Linha Palmital, está na fase de germinação: expectativa de bons resultados (Foto: Joni Lang/OP)

 

GERMINAÇÃO

Cunha diz que nos outros 60% das áreas já plantadas a soja deve emergir até o início de novembro. “As chuvas foram determinantes às áreas semeadas na última semana, pois muitos agricultores plantaram com pouca umidade no solo apostando na chuva prevista para segunda-feira, o que realmente aconteceu. Esta chuva vai permitir que tais áreas venham a germinar na próxima semana, então é algo importante”, enaltece.

 

Agricultor Roberto Geisel: “O ideal é chover de 30 a 50 milímetros em um intervalo médio de dez dias para que a safra de soja possa variar de boa a ótima” (Foto: Joni Lang/OP)

 

MILHO

Com em torno de 90% das lavouras já semeadas, o agricultor agora realiza o plantio do milho primeira safra. “O plantio do milho em caráter extraordinário ocorre após o cultivo da soja. Este ano o agricultor inverteu, primeiro cultivou soja e depois o milho”, relata o agrônomo.

Segundo ele, em torno de 60% das lavouras de soja na microrregião de Marechal Rondon foram plantadas na semana passada, de quinta (22) a domingo (25) e na segunda veio a chuva. “Foi um trabalho bastante intenso. Trata-se de um plantio bastante concentrado, pois em duas semanas praticamente todas as áreas estavam semeadas. Há lavouras com nível de umidade melhor e outras com nível pior, mas, de modo geral, teremos lavouras emergindo em um momento bastante semelhante. Isso também fará com que a colheita aconteça basicamente em 15 dias, portanto, será de muito trabalho. As empresas que recebem a produção terão de estar bem preparadas para armazenar muito produto em pouco tempo”, alerta.

 

Engenheiro agrônomo Cristiano da Cunha: “Há lavouras com nível de umidade melhor e outras com nível pior, mas, de modo geral, teremos lavouras emergindo em um momento bastante semelhante. Isso também fará com que a colheita aconteça basicamente em 15 dias, portanto, será de muito trabalho” (Foto: Joni Lang/OP)

 

BOM POTENCIAL

Conforme Cunha, quem plantou agora pode sair no lucro. “Como ano passado houve atraso de 30 dias no plantio, o potencial dessas áreas atuais é muito bom porque se olharmos quando toda uma região se concentra em uma mesma época também temos mais facilidade depois no controle de pragas e de doenças, tendo em vista que todos os agricultores realizam o manejo em um mesmo momento”, aponta. “A possibilidade de lucro é grande, desde que o clima e as chuvas venham a ocorrer de maneira generalizada e também em volumes mais significativos para atender a necessidade hídrica das culturas de verão, como soja e milho. Isso vai propiciar que esta soja tenha alto potencial produtivo”, finaliza.

 

As empresas que recebem a produção terão de estar bem preparadas para armazenar muito produto em pouco tempo (Foto: Joni Lang/OP)

 

O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente