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Marechal Consumidores entusiasmados

Busca por crédito aumenta 30% no mês de agosto em Marechal Rondon

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Análise é relativa ao mesmo período de 2018, no entanto este também foi o mês de melhor desempenho em exclusões e consultas em 2019 (Foto: Joni Lang/OP)

Com aproximadamente 53 mil habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e população economicamente ativa de 32 mil cidadãos, o município de Marechal Cândido Rondon possui 5.482 inadimplentes junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Associação Comercial e Empresarial (Acimacar). O montante de contas em atraso representa R$ 5,4 milhões, dos quais R$ 4,7 milhões em duplicatas e R$ 700 mil em cheques.

Segundo o vice-presidente de Informações Cadastrais e Proteção ao Crédito junto à Acimacar, Eduardo Berndt, a população economicamente ativa é a faixa que possui renda e utiliza o crédito. “Desse grupo, nós temos 5.482 Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) incluídos, ou seja, 17,1% da população. Se reduzir de maneira simplista, significa que de cada 100 consultas que buscam crédito 20 possuem algum tipo de restrição, mas ainda somos privilegiados perto de outras regiões do país”, pondera.

Berndt destaca que a consulta ao SPC é a mais utilizada e a única que formalmente evita o superendividamento do consumidor, portanto exerce papel importante ao empresário e ao consumidor. “Para o empresário é uma das maiores referências na hora de conceder o crédito para um cliente, pois o SPC é a busca de uma referência negativa do não cumprimento das obrigações que o consumidor tomou anteriormente. Então se esse consumidor em algum momento ficou devendo, a empresa atua em uma engrenagem do SPC que lança a informação no sistema e o empresário consulta durante uma eventual compra futura. Ao ver que este consumidor possui débito, geralmente a gente sugere que a empresa evite uma nova concessão”, diz.

Ele cita que a ferramenta limita o acesso do consumidor ao crédito e evita que se endivide ainda mais. “O SPC não atua contra o consumidor, mas sinaliza que algo não está bem na sua finança e precisa ser revisto, ou seja, que o cliente se organize, quite os débitos e recupere este crédito no mercado”, pontua, emendando que “a inclusão de R$ 5,4 milhões de inadimplência representa, por exemplo, que 54 filiais de pequenas empresas deixaram de existir, o que é bastante dinheiro”.

 

Foto: Arte/O Presente

 

ESTIMULADO A CONSUMIR

Conforme o responsável pelo SPC, o que acontece em Marechal Rondon a partir do mês de agosto é um leve aumento no número de exclusões e de consultas. “Isso indica que o consumidor consulta mais o crédito, sendo a primeira simbologia de que as pessoas estão se motivando a consumir”, expõe, ao avaliar o aumento de 30% nas consultas ao SPC em agosto deste ano, passando de 9.080 para 11.810 na comparação agosto de 2018 e agosto de 2019.

“Como exploramos basicamente o varejo, então eu diria que sim, houve uma expectativa positiva no consumidor e ele tem buscado mais o crédito nesse período. Levando em consideração que agosto tinha 31 dias, cinco finais de semana e nenhum feriado, mostra certo aumento. Também foi o melhor mês na questão do entusiasmo do consumidor em buscar o crédito quando avaliado com outros meses deste ano, porém ainda não significa melhora na economia. Este índice representa a expectativa positiva do consumidor rondonense diante do que ele acredita que virá na economia, ou seja, é uma constatação que ocorre antes da melhora real da economia”, assegura Berndt.

Todavia, ele cita que há muita especulação no tocante à melhora na economia. “Cria-se a mentalidade positiva e cria-se o entusiasmo que leva a uma melhora na economia, porque tendo entusiasmo há maior consumo e com isso o empresário busca mais produto na indústria. Em seguida ele produz mais ampliando o número de empregos, então este é um dos primeiros sinais de que o consumidor tem expectativas positivas sobre o futuro breve da economia”, explica.

No que tange à melhora, Berndt avalia que baseado nos índices do ano anterior a estimativa é de leve crescimento da economia, podendo, inclusive, oscilar acima dos 30% nos próximos meses. “A expectativa é de que melhore, pois pensamos no Natal. O entusiasmo das compras de final de ano ainda não chegou, mas virá. Se já estamos buscando mais crédito sem o apelo do final de ano, acreditamos que com o incentivo do comércio a essas datas comemorativas seja viável o aumento na busca pelo crédito, revertendo no aumento da compra”, frisa.

 

Vice-presidente de Informações Cadastrais e Proteção ao Crédito junto à Acimacar, Eduardo Berndt: “Este índice representa a expectativa positiva do consumidor rondonense diante do que ele acredita que virá na economia, ou seja, é uma constatação que ocorre antes da melhora real da economia” (Foto: Arquivo/OP)

 

CADASTRO POSITIVO

Embora ainda não possua grau aceitável de confiabilidade pelo escore estar em formação, o Brasil incorpora o cadastro positivo. “Durante toda a história da concessão de crédito no Brasil nós trabalhamos com o cadastro negativo, que é o SPC. O Brasil incorpora o cadastro positivo, que é a inversão da consulta, ou seja, o empresário passa a observar os bons pagadores. No caso do mau pagador você analisa uma informação negativa e decide sobre o crédito; quanto ao bom pagador, que é o cadastro positivo, cria-se um escore, uma pontuação baseada no histórico dos bons pagamentos dessa pessoa nas suas relações comercias. É criada pontuação positiva indicando que o consumidor é um bom pagador e pode ter melhor acesso por ser cumpridor da palavra”, esclarece.

 

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