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Marechal Racionamento segue

Chuvas ajudam, mas não resolvem crise hídrica em Marechal Rondon

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Diretor-executivo do Saae, Dieter Seyboth: “As chuvas só vão influenciar nossos poços quando forem lá para cima, porque chovendo aqui só influencia nas captações superficiais. Além do mais, quando há muita precipitação, como aconteceu, precisamos desligar algumas captações e desviar, pois, a água fica turva” (Foto: Arquivo/OP)

Depois de sete dias de chuvas intensas em todas as regiões do Paraná, o sol volta a dar as caras no Estado, todavia, o que mais chama a atenção é o retorno do frio, devido à massa de ar polar que desde ontem (20) derrubou as temperaturas.

Vários municípios, como é o caso de Marechal Cândido Rondon, viram nas precipitações registradas na última semana um alento à crise hídrica, resultado da estiagem que atinge o Paraná desde o ano passado.

De acordo com o diretor-executivo do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Dieter Seyboth, os 172 milímetros registrados em Marechal Rondon ajudam, mas não resolvem os problemas da rede hídrica municipal. “Dentre os cerca de 14 poços, somente quatro ou cinco são de captação superficial e foram beneficiados por essa precipitação. A fonte da grande maioria de nossos mananciais e poços profundos vem da Formação de Arenito de Botucatu e da conhecida Serra Geral, que tem origem no Estado de São Paulo. Então, as chuvas só vão influenciar nossos poços quando forem lá para cima, porque chovendo aqui só influenciam nas captações superficiais. Além do mais, quando há muita precipitação, como aconteceu, precisamos desligar algumas captações e desviar, pois, a água fica turva”, declarou ao O Presente.

 

MAIS POÇOS

Uma solução temporária encontrada pelo Saae para driblar a crise hídrica no município é a perfuração de poços. A ideia era perfurar dois poços, todavia, apenas um deles jorrou água no início de agosto. “Nós tínhamos perfurado nas linhas Peroba, Herrmann e Arara e os poços deram seco. Perfuramos cerca de 150 metros e não encontramos água, então não é viável perfurar mais. Por fim, perfuramos outro na Linha Guarani, onde conseguimos um resultado positivo, com 80 mil litros/hora no teste de vazão. Vamos conseguir tirar cerca de 65 a 70 mil litros, trabalhando de 15 a 18 horas por dia, não mais do que isso para não sobrecarregar, mas já vai ajudar um pouco”, expõe o diretor-executivo.

Seyboth informa que, em decorrência das intensas chuvas dos últimos dias, o ligamento ainda não foi concluído. “Com essa chuva, não conseguimos entrar com as máquinas, abrir valetas e tudo mais. Inclusive, como precisamos de energia elétrica, se fosse depender só da Copel (Companhia Paranaense de Energia) demoraríamos aproximadamente 60 dias, mas nossa intenção é utilizar um gerador que temos na captação quatro, no Jardim Higienópolis, e tocar com ele. Com condições necessárias, leva em torno de quatro dias para finalizar a ligação”, menciona.

 

OUTRAS FONTES

O diretor-executivo diz que o Saae está com uma licitação em andamento para a perfuração de outros cinco poços em Marechal Rondon. “Além disso, estamos interligando outra vertente no Lago Municipal, com algo em torno de oito mil litros/hora. Por ser uma captação, ela trabalha 24 horas por dia e renderá cerca de 190 mil litros/dia, o que já dá uma melhorada na situação”, enaltece, emendando que os trabalhos na Estação de Tratamento no Arroio Fundo seguem acontecendo.

 

RACIONAMENTO SEGUE

Em relação ao racionamento de água em Marechal Rondon, Seyboth afirma que o regime permanece igual, sem mudanças. “Se melhorarem as captações e os poços, com chuvas em São Paulo e no Norte do Paraná, teríamos melhorias aqui e aí poderíamos reduzir os dias. Isso eventualmente, por enquanto segue estabilizado. A caráter de comparação, em Curitiba eles ficam 36 horas sem água e aqui ficamos cerca de 12 horas, até recuperar a rede nas partes mais baixas”, salienta.

Para o diretor executivo, é preciso que a população tenha consciência e saiba que a problemática da água acontece no Paraná inteiro. “Muitos acham que é uma coisa local, mas não é. Pedimos que o povo mantenha os cuidados, não desperdice água, porque a coisa está complicada”, lamenta, emendando que uma opção para quem sofre com o desabastecimento é a instalação de caixas d’água: “O racionamento é necessário nessas situações de crise hídrica e essa ferramenta pode ajudar nesses momentos”.

Atualmente, Marechal Rondon tem seis dias de racionamento de água, das 20 às 08 horas do dia seguinte, com retomada gradativa. A região I, que contempla parte do centro e bairros Boa Vista, Vila Gaúcha, Ana Paula e parte do São Lucas, tem racionamento nas segundas, quartas e sextas-feiras. Já a região II, composta pelos bairros Alvorada, Espigão, Líder, Marechal, Primavera, São Francisco, Universitário e parte dos bairros Botafogo, centro, Higienópolis e São Lucas, conta com racionamento nas terças, quintas-feiras e sábados.

(Arte: O Presente)

 

HÁ PREVISÃO DE GEADA NO OESTE E NEVE NO SUL DO PARANÁ

Reinaldo Kneib, meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), afirma que as informações veiculadas na mídia sobre a possibilidade de registro de neve no Paraná são verdadeiras, contudo, relativas. “As possibilidades tanto de neve quanto de geada são verdadeiras, mas cada uma a seu critério. A neve pode acontecer no Sul do Paraná, divisa com Santa Catarina, e na região de Palmas, mas não em todo o Estado. Já a geada pode ser de ampla aparição nas madrugadas de sexta e sábado, principalmente na região Oeste”, enalteceu ao O Presente, acrescentando: “O frio rigoroso que se inicia merece atenção da população, pois mudanças bruscas exigem cuidados com a saúde”.

Segundo ele, os últimos dias são prova de que uma massa de ar repentina pode mudar as previsões. “Não esperávamos frio rigoroso em agosto, mas a massa polar ocasionou isso. São variações que em menos de uma semana nós não conseguimos detectar”, pontua Kneib.
Sobre a primavera, o meteorologista afirma que as condições ainda apontam para uma estação seca. “A previsão é de que a estação primaveril seja seca e com chuvas irregulares, como é comum.

Devemos ter precipitações abaixo da média, principalmente em setembro e outubro”, relata. “Nos primeiros dias de setembro, 1º e 02, deve chover e na sequência deve haver uma onda de frio, não tão forte quanto essa. Estamos acompanhando e a segunda quinzena do próximo mês deve ser de temperaturas mais baixas”, informa.

 

O Presente

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