Colégio Martin Luther desenvolve projeto “Memórias da pandemia”

Considerando a relevância de tudo o que a humanidade vive e enfrenta em decorrência da pandemia de Covid-19, o Colégio Evangélico Martin Luther, de Marechal Cândido Rondon, está desenvolvendo, desde o mês de julho, um projeto denominado “Memórias da pandemia”. O projeto já envolveu cerca de 200 alunos do Ensino Fundamental II (6º, 7º, 8º e 9º anos) nas disciplinas de Psicologia do Desenvolvimento Humano, Empreendedorismo e Lógica e Programação.

De acordo com Liane Schwingel, idealizadora do projeto, trata-se de um momento ímpar. “A pandemia que causou inúmeras mudanças em nossa rotina provoca também uma ampla reflexão sobre tudo o que estamos vivendo, sentindo e aprendendo. O trabalho interdisciplinar, repassado aos alunos e apresentado por eles em forma de vídeo, além de proporcionar esta análise sobre o que passou a ser chamado de ‘novo normal’, por ser um registro histórico, contribuirá também em tempos futuros para a compreensão do que foi vivido neste diferente e desafiador ano de 2020”, avalia.

Liane é coordenadora geral do Martin Luther e professora de PDH – Psicologia do Desenvolvimento Humano, disciplina criada e instituída no colégio neste ano com a intenção de abordar questões socioemocionais com as turmas do Ensino Fundamental II, auxiliando no desenvolvimento humano de forma mais segura e confiante. Ela ressalta que os alunos foram questionados sobre o que representa a pandemia para eles, quais as principais mudanças que ela causou em suas vidas, quais os cuidados a serem tomados com a saúde física e mental, as lições deixadas pela pandemia e, em uma projeção futura, o que diriam daqui a 20 anos sobre esta vivência de hoje. “As respostas mostraram o jeito próprio de sentir, absorver, processar e relatar de cada jovem, o que, para nós, do Martin Luther, tem muito valor”, enfatiza.

Professora Liane Schwingel, idealizadora do projeto: “O trabalho contribuirá em tempos futuros para a compreensão do que foi vivido neste diferente e desafiador ano de 2020” (Foto: Arquivo/OP)

DESAFIO A MAIS

 

 

 

As turmas de 8º e 9º anos receberam um desafio a mais: aliar a visão empreendedora ao momento vivido, proposta feita pelo professor Eduardo Berndt, da disciplina de Empreendedorismo, instituída no colégio em 2015 com o intuito de orientar os alunos para a consciência do planejamento, da melhor execução e busca por um melhor resultado em tudo o que fizerem. Sobre a análise proposta aos alunos, ele diz que no contexto de reflexão, a pandemia se tornou um momento propício para análise, visualização de recursos, ajuste e formação de novas estratégias. “No entanto, o que ocorre é que, para o Ensino Fundamental II, falar de análise, de utilização de recursos, de construção de plano de ação e estratégias empresariais é um tema desafiador para se trabalhar; mas, ao passarmos pela pandemia, todos estes pontos obrigatoriamente se tornaram indispensáveis na superação individual e familiar de qualquer indivíduo, oportunizando o aprendizado de inúmeros princípios do empreendedorismo, agora aplicado ao dia a dia de cada aluno”, pontua, acrescentando: “Isso auxilia-o a posicionar-se em sua realidade quanto às suas tomadas de decisão e planos de ação neste tempo de mudanças e condicionamentos”.

 

Avaliando os inúmeros resultados a partir dos trabalhos produzidos pelos alunos, o professor enxerga diferentes ganhos. “Creio que o maior ganho seja, de fato, a percepção de que os alunos demonstraram, que é possível se adaptar ao novo, e que é no ambiente desconhecido, e por vezes amedrontador, que evoluímos em nossas capacidades, descobrimos limites, mas também novas habilidades e, por fim, formamos novas competências, aplicando atitudes empreendedoras”, salienta Berndt.

Professor Eduardo Berndt: “O maior ganho foi a percepção dos alunos, que demonstraram que é possível se adaptar ao novo” (Foto: Arquivo/OP)

COMPARTILHAMENTO

A terceira disciplina envolvida no projeto foi Lógica e Programação, que tem como regente o professor Leandro Daronch e foi iniciada no Martin Luther em 2015 com a intenção de desenvolver o pensamento computacional de maneira a solucionar problemas a partir da sua compreensão. “A partir da coleta dos vídeos sentimos a necessidade de compartilhar os relatos do ponto de vista dos alunos e da família. Discutimos em equipe o melhor caminho para oferecer acesso aos depoimentos, respeitando a privacidade dos envolvidos. Para isso, adequamos o site do colégio, incluindo a seção ‘Projetos’, já que são muitos os projetos institucionais que merecem visibilidade. Definimos que o Youtube seria usado como espaço de hospedagem para os vídeos, pois a plataforma é própria para o seu armazenamento, tornando o acesso mais rápido, sem sobrecarregar o site do colégio. Como o Youtube permite anexar seus vídeos em outras páginas, os mesmos ficam disponíveis diretamente no endereço do projeto no site www.martinluther.com.br”, detalha Daronch.

Professor Leandro Daronch: “A partir da coleta dos vídeos, sentimos a necessidade de compartilhar os relatos” (Foto: Divulgação)

PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS

Enaltecendo a participação das famílias no projeto, o diretor do colégio, Ildemar Kanitz, reforça que nenhuma escola inova e nem progride se não houver a iniciativa criadora dos professores e a participação ativa das famílias. Ele destaca o envolvimento de muitas famílias que, de alguma maneira, sempre apoiam as inúmeras inciativas do colégio, ampliando as possibilidades de compreensão e envolvimento dos filhos nos temas propostos, especialmente em tempos de pandemia, em que a casa se tornou o espaço de estudo e a união entre a escola e a família tornou-se ainda mais essencial.

O diretor também lembra que cada família pode agora optar por divulgar ou não o vídeo do seu filho, sendo todos motivados para que o façam, pois, como resultado, há, segundo ele, excelentes e diversificadas análises de jovens de 11 a 14 anos, que deixaram relatos carregados de altruísmo, empatia e solidariedade, bem como de dúvidas, angústias, medos, mas, acima de tudo, fé, paciência, amor e cuidado.

Kanitz finaliza citando trecho de um dos relatos: “Se meus filhos, em 2040, perguntassem como foi 2020, diria que foram tempos difíceis, de crise, em que álcool gel e máscaras foram essenciais, em que, de um dia para o outro, a vida de todos mudou e o desejo comum da humanidade tornou-se a descoberta de uma vacina eficaz contra o coronavírus. Diria, ainda, que 2020 nos mostrou que não importa o quão ruim esteja o momento, tudo vai ficar bem. Ele ficará também marcado como um ano de superação, com muitas pessoas orando e pedindo para isso passar. E vai passar!”.

Diretor do colégio, Ildemar Kanitz: “Os relatos foram carregados de altruísmo, empatia e solidariedade, bem como de dúvidas, angústias, medos, mas, acima de tudo, fé” (Foto: Arquivo/OP)

Alunos do 6º A (Foto: Divulgação)

Alunos do 6º B (Foto: Divulgação)

Com Colégio Martin Luther

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp