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Marechal Educação pública

Colégios estaduais retomam aulas presenciais no sistema híbrido, mas seguem em alerta

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(Foto: O Presente)

Nove colégios de Marechal Cândido Rondon estão entre as 244 instituições de ensino da rede estadual que retomaram, no último dia 10, as aulas presenciais no sistema híbrido, ainda que de maneira parcial.

De acordo com o Núcleo Regional de Educação de Toledo, do qual o município rondonense faz parte, a expectativa é de que até o final de maio todos os educandários ingressem no sistema. Contudo, os números de Covid-19 em alta colocam essa previsão em xeque e “barram” diretores de convocarem mais alunos para a sala de aula presencial.

 

AMBIENTE DIFERENTE

Com fitas amarelas demarcando espaços, vários “não use”, “não sente” e cartazes educativos espalhados pelos colégios, os estudantes encontraram um ambiente diferente de outrora, com ainda mais cuidado e apreço pelas boas práticas de saúde e segurança da comunidade escolar.

 

20% DOS ALUNOS

No Colégio Estadual Eron Domingues aproximadamente 20% dos estudantes retornaram à sala de aula. “Cerca de 340 alunos foram convocados na modalidade híbrida, o que equivale a sete turmas no período matutino e seis turmas no vespertino. Optamos por retomar as aulas presenciais nas turmas que estão chegando ao colégio, sextos e sétimos anos, assim como as turmas que estão concluindo”, mencionou ao O Presente o diretor da instituição, Edson Stroparo, acrescentando que os secundaristas estão em um momento importante de preparação para vestibulares e Enem.

O atendimento no sistema híbrido acontece de maneira dinâmica, explica ele, tendo em vista que os alunos revezam a ida à instituição. “Uma parte da turma é atendida no presencial e outra remotamente por uma semana e depois inverte-se”, comenta.

Das cerca de 1,2 mil matrículas do colégio, apenas oito alunos retiram os materiais de forma impressa. “Temos 45 alunos encaminhados ao Conselho Tutelar por não terem procurado a escola neste ano”, revela.

Diretor do Colégio Estadual Eron Domingues, Edson Stroparo: “Não há tanta motivação nos alunos. O colégio é mais do que um ambiente de ensino e aprendizagem, ele transcende esses limites e forma cidadãos e indivíduos, há socialização, trocas, afetividade. Nosso aluno se distanciou muito desses aspectos” (Foto: O Presente)

 

REDE LÓGICA MELHORADA

Entre as mudanças referentes aos protocolos sanitários encaminhados pela Secretaria de Estado de Educação (Seed) e Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), o colégio estadual também fez adaptações na rede lógica. “O sistema foi reestruturado para oferecer uma internet rápida e segura, sem oscilações. Cada sala tem pontos fixos de internet e disponibilizamos um notebook aos professores, fornecido pela Secretaria de Educação em anos anteriores”, expõe o diretor, frisando que cabe a cada docente escolher entre usar os equipamentos da escola ou os particulares.

A internet se faz essencial nesse novo modelo, opina ele, pois os professores atendem o aluno presencialmente e, ao mesmo tempo, o aluno que está em casa. “Este é um desafio e mais uma adaptação pela qual os professores precisam atender”, ressalta.

 

PERDA DA DISCIPLINA

Se por um lado os estudantes se mostram “serenos diante das medidas de enfrentamento à Covid-19”, nas palavras de Stroparo, por outro os profissionais da educação percebem que os jovens perderam um pouco da disciplina para frequentar a escola. “Não há tanta motivação, mudou o significado da escola na vida deles. O colégio é mais do que um ambiente de ensino e aprendizagem, ele transcende esses limites e forma cidadãos e indivíduos, há socialização, trocas, afetividade. Nosso aluno se distanciou muito desses aspectos e precisamos retomar essas condições”, evidencia.

 

PERÍODO NOTURNO

Conforme Stroparo, o período noturno segue em atendimento totalmente remoto na instituição. Até o momento, o Colégio Eron Domingues não registrou casos positivados de Covid-19.

Um dos limites para que não haja mais turmas frequentando a instituição é a limitação de funcionários, de acordo com o diretor. “Não temos funcionários para substituir aqueles do quadro efetivo. Cinquenta por cento dos funcionários são do grupo de risco e estão afastados por isso. Como o colégio estava fechado, a Secretaria não fez a substituição e estamos em aguardo da Seed para ter condições para o atendimento também no período noturno”, relata.

 

ALUNOS COM DIFICULDADES

No Colégio Frentino Sackser, em torno de 85% dos pais declararam preferência pelo sistema híbrido, mas a demanda ainda não consegue ser atendida devido às precauções à Covid-19. “Retornamos com 20 turmas no colégio, sendo dez de manhã e dez à tarde. Nesse primeiro momento trouxemos alunos com dificuldades de aprendizagem ou tecnológicos. A partir da próxima semana, vamos avaliar um rodízio na aula presencial. Buscamos trazer a rotina escolar de volta na medida do possível”, frisa o diretor da instituição, Eloi Pickler. Até o momento, conforme ele, somente os projetos da instituição ainda não retornaram ao atendimento presencial.

Os professores agora fazem o planejamento e dão as aulas no colégio, aponta. “Ao mesmo tempo em que atendem os estudantes presencialmente, dão aulas pelo Google Meet para aqueles que estão em casa”, menciona.

Diretor do Colégio Estadual Frentino Sackser, Eloi Pickler: “É natural que algum caso aconteça eventualmente e estamos prontos para seguir os protocolos de biossegurança. Faremos o possível para seguir atendendo, mas se for preciso suspender as aulas o faremos” (Foto: Divulgação )

 

MENOS CONTATO

Quanto à incidência de casos de coronavírus, Pickler afirma que nenhum caso foi confirmado no colégio, apenas alguns estudantes foram afastados por serem casos suspeitos. “Não eram estudantes que estavam na escola, além disso. É natural que algum caso aconteça eventualmente e estamos prontos para seguir os protocolos de biossegurança. Faremos o possível para seguir atendendo, mas se for preciso suspender as aulas o faremos”, expõe, emendando que, ao contrário do Ensino Fundamental I, o contato físico entre professores e alunos nessa etapa não é tão presente, o que assegura a não transmissão do vírus.

 

RETORNO TOTALMENTE PRESENCIAL

Questionado sobre a possibilidade de retornar às aulas totalmente presenciais ainda neste ano, o diretor do Frentino Sackser afirma que muitas variáveis estão envolvidas na decisão. “Precisamos acompanhar a imunização e o índice de casos”, responde, destacando que, ainda assim, esse é o desejo de todos: “Não vejo o ensino remoto ou híbrido como uma nova realidade. Tenho convicção de que a realidade escolar é insubstituível”.

De acordo com Stroparo, até mesmo a ampliação das turmas atendidas no Eron Domingues está em avaliação constante, antes que seja pensado em ampliar. “O que determina a ampliação do atendimento são os casos de coronavírus em Marechal Rondon e microrregião. Se o quadro aumentar significativamente daremos até um passo para trás. Nesse momento não temos segurança em ampliar o atendimento, vamos permanecer como está e observar as estatísticas”, conclui.

 

O Presente

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