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Marechal Balanço de 2021

Cresce número de incêndios ambientais em Marechal Rondon

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Mercedes registrou o incêndio mais expressivo da região Oeste, neste ano: área queimada somou 200 mil metros quadrados (Foto: Divulgação)

As ondas de calor estão intensas neste início de verão e devem continuar assim ao longo da estação, que será marcada pelo fenômeno La Ninã.

O Paraná sofre com a estiagem prolongada desde 2019 e a região Oeste do Estado é uma das mais castigadas com a falta de chuvas. Segundo o Observatório do Clima, que reúne organizações ligadas ao meio ambiente, a seca deste ano já é considerada a pior dos últimos 50 anos.

Aliado à crise hídrica, o cenário de baixa umidade do ar e altas temperaturas contribui para o surgimento de focos incêndios. Em Marechal Cândido Rondon, conforme balanço do 4º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros, foram registrados 142 incêndios em 2021, número 11% menor em relação aos casos do ano passado, quando houve 159 ocorrências.

De acordo com o comandante do 4º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros, capitão Tiago Zajac, a seca prolongada favoreceu o aumento de incêndios ambientais. “De 100 passamos para 106. Foi um leve aumento, mas ainda assim é preciso que as pessoas sigam tomando os devidos cuidados”, expõe.

Incêndios em vegetação são aqueles provocados por ações humanas, como, por exemplo, os produtores rurais, que, principalmente nesta época do ano devido à seca, utilizam fogo como manejo da terra, o qual, quando não feito com cuidado, oferece risco à biodiversidade e às pessoas. “Também é importante que as pessoas mantenham seus terrenos limpos. Como a vegetação está seca devido à estiagem, a tendência é que o fogo se alastre de forma mais fácil e rápida”, alerta o comandante.

 

Em residências

De acordo com Zajac, o número de incêndios em residências em Marechal Rondon neste ano foi o mesmo de 2020: 14 ocorrências. “Já os incêndios em indústrias e comércios diminuíram. Em indústrias passamos de um incêndio em 2020 para nenhum em 2021; em barracões e depósitos de dois para nenhum; em aviários e sítios de dois para nenhum; e no comércio houve um incêndio comparado com dois registrados em 2020”, detalhou ao O Presente.

 

Municípios da região

Nas demais cidades atendidas pelo 9º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros, o município de Mercedes teve cinco incêndios ao longo deste ano, sendo um deles, no mês de agosto, o mais expressivo ocorrido na região Oeste. “Teve uma área queimada de aproximadamente 200 mil metros quadrados. Os trabalhos duraram quase quatro dias e contaram com o apoio da prefeitura, Itaipu Binacional e dos próprios moradores do município”, lembra o capitão.

Em Quatro Pontes e Nova Santa Rosa foram registrados dois incêndios e Pato Bragado não teve nenhuma ocorrência este ano.

Comandante do 4º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros, capitão Tiago Zajac: “Não orientamos que as pessoas tentem apagar o fogo sozinhas, pois é muito perigoso atuar em um incêndio sem treinamento. Quem avistar ou presenciar uma ocorrência deve entrar em contato com o 193” (Foto: Divulgação)

 

Acidentais

As queimadas acidentais também representam um problema. Geralmente são causadas por faíscas de fogueiras, bitucas de cigarro ou até mesmo vidros e latas de bebida dispensadas nas margens das rodovias, que servem de “combustível” para o avanço rápido do fogo.

Por isso, na opinião de Zajac, a cultura à prevenção de incêndios deve ser reforçada diariamente e intensificada ao longo do tempo. “Em 2019 tivemos 167 incêndios que comparativamente com 2021 representam uma redução de 15%”, ressalta, considerando que a queda nos números está ligada a uma maior conscientização da comunidade.

 

Orientações

Nas áreas urbanas, principalmente em residências, o comandante do Corpo de Bombeiros enaltece que o correto é evitar a utilização de velas em áreas da casa com material combustível em abundância, como, por exemplo, salas e quartos. “É necessária também uma atenção redobrada com panelas nos fogões e principalmente com a manutenção regular da rede elétrica”, salienta.

Ele acrescenta que também é importante focar na carga de energia que os equipamentos elétricos necessitam para operar de maneira segura.

Caso presencie alguma situação de incêndio, a orientação de Zajac é que o cidadão contate imediatamente a Central de Operações, via 193. “Não orientamos que as pessoas tentem apagar o fogo sozinhas, pois é muito perigoso atuar em um incêndio sem treinamento. Quem avistar ou presenciar uma ocorrência deve entrar em contato com o 193”, destaca o capitão, lembrando que a prática de queimadas é crime, segundo a legislação ambiental brasileira.

 

Multas

No Paraná, a infração administrativa e a multa para os responsáveis por provocar um incêndio ambiental variam de acordo com o tamanho da área atingida. O valor mínimo é de R$ 5 mil, mas pode chegar a R$ 50 milhões, dependendo de quantos hectares foram afetados pelo fogo e os danos causados na fauna e na flora da região.

A soltura de balões também é proibida no Estado, já que a queda do artefato pode causar acidentes, com incêndios que podem atingir não somente a vegetação como também alguma residência.

A Lei de Crimes Ambientais (lei nº 9.605/98) proíbe, no art. 42, “fabricação, venda, transporte ou soltura de balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano, sob pena de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”.

 

O Presente

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