Fale com a gente

Marechal De olhos abertos

Crescem os grupos de vizinhos vigilantes em Marechal Rondon

Publicado

em

Professora aposentada Lori Speck na área de sua casa: união da vizinhança trouxe mais tranquilidade a todos (Foto: Joni Lang/OP)

Vizinhos em alerta, vizinhos solidários, vizinhos vigilantes. O nome não importa, o que interessa é a atitude de se organizar e formar uma corrente de aliados da segurança, formada por pessoas que se ajudam.

Em Marechal Cândido Rondon, iniciativas neste sentido têm sido cada vez mais comuns, principalmente nos bairros da cidade. No Loteamento Bauermann, por exemplo, a organização de moradores chama a atenção e surpreende positivamente.

O assalto a uma residência situada na Rua Santa Catarina, recentemente, foi o estopim para que um grupo de vizinhos já mobilizados no WhatsApp decidisse tomar outras atitudes buscando evitar a ação de bandidos. Trata-se do grupo “Vizinhos em Alerta”, que reúne 40 moradores da Rua Paraná no Loteamento Bauermann, no trecho entre a Rua Marechal Deodoro e a Avenida Írio Jacob Welp. Assustados com a onda de criminalidade, eles se uniram, criaram placas e colocaram em suas casas deixando uma mensagem clara aos intrusos: local monitorado.

“Criamos esse grupo de WhatsApp no início do ano para trocar informações com a finalidade de trazer mais segurança a todos. Além do grupo, várias casas possuem sensores e câmeras de monitoramento, o que contribui para inibir a ação de meliantes”, menciona a professora aposentada Lori Speck.

A rondonense comenta que o assalto a uma casa na Rua Santa Catarina deixou a vizinhança da rua onde ela mora, a Paraná, assustada. Isso porque os criminosos promoveram verdadeira limpa na residência. A partir de então, as pessoas conversavam no grupo de WhatsApp, que estava em operação fazia pouco tempo, sobre o que fazer para aumentar a segurança. “Foi nesse momento que decidimos confeccionar as placas avisando sobre o monitoramento. Tomei frente nesse trabalho e logo a vizinhança aderiu, inclusive as pessoas foram se conhecendo, sabendo quem são e formando amizade. Estamos há quatro meses com as placas, ainda não sabemos se inibiu, porém não aconteceram mais crimes”, ressalta, acrescentando ser bom indício de que a iniciativa vem surtindo efeito positivo.

 

OLHO ABERTO

Lori conta que em caso de qualquer ação suspeita os vizinhos imediatamente conversam pelo aplicativo. “Teve uma situação de três pessoas suspeitas passando pela rua de olho nas casas, sendo que algumas horas mais tarde um carro foi furtado na Rua Santa Catarina, que fica logo abaixo. Nos comunicamos, inclusive no caso de animais perdidos, contudo o objetivo é ficarmos atentos, principalmente em caso de passeio ou viagem, quando ficamos de olho nas residências dos vizinhos”, salienta.

O trauma de furto na casa onde morava alguns anos atrás despertou na rondonense e no seu marido o desejo de imediatamente erguer o muro e instalar uma cerca grande, fechar atrás e manter boa iluminação. Mais tarde, acrescenta, os vizinhos criaram o grupo para trocar informações. “Alguns vizinhos possuem câmeras de monitoramento com aplicativo instalado via celular, então as pessoas sabem o que acontece no loteamento. Esses dias um suspeito ficou horas sentado perto da Igreja (Maranata), até que algum vizinho notou a presença e avisou os outros, porque não houve nada de errado depois. Muitos grupos como este existem na cidade, então a sugestão é de que outros sejam criados para que a sociedade seja parceira da polícia”, pontua Lori.

 

RESULTADO PROMISSOR

A recomendação da 2ª Companhia da Polícia Militar (PM) é de que a população atue em prol da segurança pública. O aspirante a PM Sidinei Hudach lembra que no caso dos grupos, um vizinho se mostra solidário ao outro, compartilha informações e repassa à PM, caso seja necessário. “Existem casos não apenas no nosso Estado, como também em Minas Gerais e Santa Catarina, onde este programa de grupos de WhatsApp para a segurança está institucionalizado pelas corporações e surte efeitos promissores por diminuir a incidência de crimes que normalmente ocorrem por desatenção. Por exemplo, um vizinho viaja, mas não avisa o outro que está fora, ou então os vizinhos nem se conhecem, nesse caso eventualmente pode ocorrer um crime e a pessoa próxima não chega a ter ideia. Com o grupo ativo será possível evitar crimes”, sugere.

Segundo ele, é importante o preenchimento de pontos sensíveis com câmeras, sensores, bem como ampliar a iluminação. “São pequenos cuidados que servem para inibir a atuação dos criminosos. Essas placas, por exemplo, revelam que a vizinhança está de olho aberto a tudo que acontece naquela residência e na localidade em questão”, enaltece.

Hudach adverte, no entanto, que a PM do Paraná ainda não emitiu regulamentação sobre esses grupos de WhatsApp. “Mas o 19º Batalhão (de Toledo) fomenta ações como esta, por serem favoráveis à segurança pública. É sempre interessante a presença da comunidade junto da PM”, expõe, emendando: “Isso não significa que o vizinho deve enfrentar o acusado ou criminoso, mas que ele contate a polícia via 190 e se possível poste no grupo para alertar o morador da residência sobre o que está ocorrendo durante sua ausência”.

Além disso, o aspirante a PM orienta que o correto é os vizinhos que já estão organizados em grupos escolherem um líder, para que o grupo seja cadastrado junto à PM e em seguida ocorra a realização de palestras nas localidades abrangendo temas como segurança e outros.

 

O Presente

 

Aspirante a PM Sidinei Hudach: “Existem relatos de que este programa de grupos de WhatsApp surte efeitos promissores por diminuir a incidência de crimes” (Foto: Joni Lang/OP)

 

Foto: Divulgação

Copyright © 2017 O Presente