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Marechal Perfis fakes

Delegado alerta população sobre golpe aplicado via WhatsApp

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Delegado da Polícia Civil de Marechal Rondon, Rodrigo Baptista: “Tratamos realmente como um modus operandi de aplicar golpes em pessoas e, como eu disse, até mesmo as conversas têm sido muitas vezes montadas em aplicativos” (Foto: Joni Lang/OP)

Dois casos de rondonenses que foram vítimas de golpe via WhatsApp chegaram até a Delegacia de Polícia Civil de Marechal Cândido Rondon, nos últimos dias, onde foram registrados boletins de ocorrência. O caso de maior repercussão, até por envolver uma figura pública, é do vereador rondonense Dorivaldo Kist (Neco).

O modus operandi nas duas situações foi semelhante, inclusive o DDD de contato do golpista foi o mesmo: 54, do Rio Grande do Sul.

O golpe consiste na criação de um perfil fake de uma jovem. Ela inicia a conversa e, à medida que o contato ganha mais intimidade, começa a suposta troca de nudes. Posteriormente, um homem se identifica como pai da jovem, diz que ela é menor de idade e exige uma quantia em dinheiro para não divulgar a conversa e as imagens. O golpista exige R$ 5 mil.

Prints da conversa entre o vereador e a suposta jovem circularam no WhatsApp nesta semana. Neco, no entanto, disse se tratar de uma montagem com sua foto de conta do aplicativo e aponta, inclusive, erro de ortografia na escrita do próprio nome quando o perfil fake foi criado: ao invés de “Dorivaldo”, os golpistas escreveram “DoriAvaldo”.

Em entrevista ao Jornal O Presente, o delegado da Polícia Civil, Rodrigo Baptista, alertou para que a população fique atenta, especialmente com este contato inicial, para não cair em golpe como o que foi aplicado no vereador e em outro rondonense. “Houve esses registros e, inclusive, muitas vezes essas mensagens no WhatsApp são feitas através de aplicativos de montagem de mensagem, então tem que verificar a veracidade do material”, expôs a autoridade policial. Confira.

 

O Presente (OP): Recentemente, dois boletins de ocorrência foram registrados junto à Delegacia de Polícia Civil em se tratando de vítimas rondonenses que teriam trocado imagens e mensagens de cunho sexual via aplicativo WhatsApp. Qual a prática exata feita com essas pessoas?

Rodrigo Baptista (RB): Na semana passada foram registrados dois boletins nos quais o golpe, o estelionato, se configura na situação de que, primeiramente, uma pessoa do sexo feminino faz um contato com um homem. Esse perfil da pessoa com quem vai ser feito contato é estudado antes, principalmente o perfil financeiro, se há condições de pagar esse possível resgate, a extorsão. Posteriormente, há esse início de conversa, vai se criando um pouco mais de intimidade, em que são solicitadas troca de imagens, imagens de órgãos genitais, imagens sexuais. A menina afirma ser menor de idade. Posterior a essa troca de mensagens e imagens, uma terceira pessoa, que se diz pai dessa menina, liga solicitando dinheiro em troca de não divulgar imagens ou qualquer tipo de conversa para outra pessoa. Houve esses registros e, inclusive, muitas vezes essas mensagens no WhatsApp são feitas através de aplicativos de montagem de mensagem, então tem que verificar a veracidade do material. A população precisa ficar atenta, principalmente com esse contato inicial, ficar atenta para não cair nesse tipo de golpe.

 

OP: Essas duas vítimas caíram no golpe? Elas perceberam que poderia se tratar de uma tentativa de estelionato/extorsão e então procuraram as medidas cabíveis?

RB: Exato. Elas perceberam que se tratava de um golpe e nos procuraram para fazer boletins de ocorrência. Tem uma situação coincidente nesses dois casos: o DDD do telefone de contato é 54 (Rio Grande do Sul). Estamos agora nas diligências para poder fazer essas identificações. É um golpe que não é recente, aconteceu várias vezes e ocorre também por todo o país. Então a população tem que ficar atenta com qualquer tipo de estranho fazendo contato.

 

OP: Que tipo de punição pode ser aplicada aos acusados em eles sendo identificados?

RB: Tendo em vista uma possível grave ameaça, a princípio estamos tratando de extorsão e até mesmo algum tipo de estelionato. Temos essa situação de ser um golpe até porque as supostas vítimas do vazamento de imagens não realizaram um boletim de ocorrência. Portanto, tratamos realmente como um modus operandi de aplicar golpes em pessoas e, como eu disse, até mesmo as conversas têm sido muitas vezes montadas em aplicativos. É importante as pessoas realmente ficarem atentas com isso. Os acusados pela chantagem respondem por extorsão e estelionato. Esses tipos de fraude e prisão, com penas altas, principalmente extorsão, culmina aí sim em regime fechado.

 

OP: Qual o alerta da Polícia Civil em relação a esse tipo de golpe, visto que nos últimos tempos vêm ocorrendo tentativas de extorsão/estelionato nas cidades da comarca?

RB: Um golpe que também tem sido muito recorrente em todo o país é a clonagem do WhatsApp. As pessoas têm que ficar atentas e utilizar aquela opção que há no aplicativo de verificação em duas etapas, onde dificulta a clonagem. Muitas vezes a pessoa trava o celular, vê que o aparelho está travado, mas o estelionatário clonou a WhatsApp e está fazendo pedidos de depósito para seus parentes e familiares. Esse tipo de golpe tem ocorrido muito. As pessoas devem ficar atentas com qualquer tipo de pedido de dinheiro vindo de algum familiar e verificar por outras formas que não WhatsApp, por meio de ligação ou visita, por exemplo, para confirmar se são reais ou não.

 

OP: No caso de suposta dívida, qual a recomendação? Solicitar algo oficial?

RB: Nestas situações de estelionato via boleto muitas vezes chega no e-mail com algum tipo de desconto. Sempre faça um contato com a parte credora para verificar a autenticidade daquilo. E, também, até no próprio boleto verificar os três primeiros dígitos que constam no documento, pois eles devem ser repetidos no código de barras e os últimos dígitos são o valor do boleto. Ao verificar essas duas condições do boleto é possível se ter mais ou menos uma situação se se trata de verdadeiro ou não.

 

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