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Marechal Aguardam proposta

Diretores comentam sobre implantação de colégios cívico-militares em Marechal Rondon

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Diretores dos colégios Frentino Sackser e Marechal Rondon, instituições selecionadas para serem transformadas nesta categoria de ensino, informam que ainda não receberam nada oficial a respeito do assunto (Foto: Arte/OP)

Marechal Cândido Rondon pode contar com dois colégios cívico-militares, conforme anunciado semana passada com exclusividade ao O Presente pelo líder do governo na Assembleia, deputado estadual Hussein Bakri. O parlamentar expôs que as duas instituições que se encaixam para se transformar nessa categoria são os colégios estaduais Frentino Sackser e o Marechal Rondon. No entanto, chamou a atenção para o fato de a decisão pela implantação ocorrer em um processo democrático, sendo que a comunidade escolar é quem decide se aceita a implantação, e não o Governo do Estado.

Juntos, os colégios têm 1,1 mil estudantes matriculados, sendo em torno de 700 nos três turnos no Frentino e outros cerca de 400 em dois turnos no Marechal. Os educandários estão localizados em bairros com alto índice populacional.

Com a finalidade de conhecer a opinião a respeito do assunto, a reportagem de O Presente conversou com os diretores dos educandários e da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) do Colégio Marechal.

 

PREOCUPAÇÃO

O diretor do Colégio Estadual Frentino Sackser, professor Elói Pickler, diz que a instituição ainda não foi consultada ou recebeu algo oficial sobre o assunto e que ainda não tem uma opinião formada a respeito. “Precisaria ter conhecimento maior sobre esse projeto. Algumas questões para nortear minha opinião seriam: quais mudanças vão ocorrer? O que se propõe nesse novo modelo para a nossa comunidade, do Frentino? Não tem como eu emitir uma opinião, de achar que vai ser legal ou avaliar uma proposta, se eu não recebi nada ainda. Nem a escola e nem os professores receberam”, declarou.

Pickler ressalta que, de acordo com a lei, deve haver uma consulta junto à comunidade escolar para escolha da modalidade, no entanto entende que para a instituição opinar precisa ter algo oficial, ser conhecedora da situação e saber de toda essa organização. “Um aspecto que me preocupou bastante enquanto diretor do Frentino é que na lei trata a respeito do ensino noturno e de que as escolas cívico-militares não podem oferecer ensino noturno. Não sei como iríamos lidar com essa situação, se de fato isso for oficial, haja vista que estamos em um bairro onde muitos alunos trabalham e necessitam da escola noturna. Me parece um primeiro gargalo na proposta a ideia de que não pode ter ensino noturno, contudo não posso dizer que é legal ou criticar algo que ainda não tenho conhecimento”, reflete.

Ele entende que seria interessante uma reunião com lideranças e, enquanto diretor, coloca o educandário à disposição destas para esclarecimentos quanto ao tema. “Como sugestão eu diria que o colégio está aberto a essas pessoas que divulgaram o projeto para uma reunião com a equipe do deputado, do governo e do conselho escolar para poder de fato ter conhecimento da proposta e a partir daí trabalhar, se aprofundar e emitir opinião a respeito do assunto junto de toda a comunidade”, pontua.

 

Diretor do Colégio Estadual Frentino Sackser, Elói Pickler: “O colégio está aberto para uma reunião com a equipe do deputado, do governo e do conselho escolar para poder de fato ter conhecimento da proposta e a partir daí trabalhar e se aprofundar a respeito do assunto” (Fotos: Divulgação)

 

INSTIGANTE

“A comunidade do Colégio Estadual Marechal Rondon ficou muito surpresa ao ver a divulgação na imprensa sobre a possibilidade de se tornar um colégio cívico-militar. Para nós é algo novo, instigante, diferente, por ainda não termos nenhuma instituição assim no Núcleo Regional de Educação (de Toledo)”, menciona a diretora do Colégio Marechal, Daniele Eckert.

Ela conta que desde então está buscando informações e pesquisando sobre o funcionamento deste perfil de instituição. “Verificamos que o programa prevê novas metodologias e complementa as estratégias de modernização da escola pública, visando aumentar o índice de desenvolvimento da educação básica. A ideia é que sejam inseridos em comunidades com altos índices de vulnerabilidade social e baixos índices de fluxo e rendimento escolar”, comenta.

Ao comparar os colégios cívico-militares com as escolas regulares, Daniele observa que a principal diferença é a ampliação da matriz curricular, que passará de 800 para mil horas-aula no ano letivo. “Os alunos terão uma aula diária a mais e contarão com aulas semanais de civismo e cidadania. Nos colégios cívico-militares a Secretaria Estadual de Educação e Esporte permanece responsável pelo corpo docente, por profissionais, currículo e trabalho didático-pedagógico, que passam a contar com o apoio de militares da reserva do Exército Brasileiro, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros”, expõe.

Conforme a diretora do Colégio Marechal, a gestão compartilhada entre militares e civis ocorre do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. “Os colégios cívico-militares integram as aulas dos professores da rede estadual com o controle administrativo e disciplinar. Cada escola tem um diretor-geral e um diretor auxiliar civil, além de um diretor cívico-militar”, explica.

 

Diretora do Colégio Estadual Marechal Rondon, Daniele Eckert: “Estamos nos inteirando sobre esta nova proposta, aguardando orientações e instruções. Caso nossa instituição seja contemplada, apoiaremos as decisões da escolha realizada pela comunidade escolar”

 

PROCESSO DEMOCRÁTICO

Daniele afirma que há um nível de excelência no quadro de profissionais da educação e que os colégios cívico-militares serão uma opção a mais aos pais que assim desejarem, cabendo à comunidade escolar escolher através de processo democrático sobre a aceitação e implantação. “Estamos nos inteirando sobre esta nova proposta com a comunidade escolar, aguardando novas orientações e instruções, e sempre buscaremos o que for melhor para a comunidade. Caso nossa instituição escolar seja contemplada, apoiaremos as decisões da escolha realizada pela comunidade escolar”, enaltece.

 

IMPORTANTE

O presidente da APMF do Colégio Marechal, Milton Heidrich, avalia a oportunidade de transformar o colégio em cívico-militar como importante para a instituição e também para o município de Marechal Rondon. “Mas, precisamos ver o que a comunidade escolar acha sobre esta conquista”, pontua. “Com certeza é um projeto que vem para somar, pois um colégio militar é referência para uma comunidade e também para as escolas, ainda mais o nosso colégio estar entre os selecionados dentre tantos outros em poder ser um colégio cívico-militar”, destaca, acrescentando: “Como presidente da APMF seria uma honra poder fazer parte dessa transformação do nosso excelente colégio”.

Heidrich afirma que sempre trabalhou em prol do colégio. “Tenho filhas gêmeas que estão concluindo o Ensino Médio, mas hoje temos um ano atípico com a chegada da pandemia da Covid-19. Penso que quem se interessa e se dedica pode ter a oportunidade de aproveitar a diferença deste ensino a distância, pois temos professores e direção que estão auxiliando quem precisa de ajuda”, conclui o presidente da APMF.

 

Presidente da APMF do Colégio Estadual Marechal Rondon, Milton Heidrich: “Com certeza vem para somar, pois um colégio militar é referência para uma comunidade e também para as escolas, ainda mais o nosso colégio estar entre os selecionados dentre tantos outros”

 

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