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Marechal Vendas virtuais

E-commerce segue se popularizando em Marechal Rondon

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(Foto: O Presente)

Entremeio a ruas vazias e lojas fechadas em decorrência da pandemia, um ambiente de vendas se manteve plenamente funcionando: as plataformas virtuais de vendas. Mesmo que a suspensão das atividades comerciais tenha, com o avanço no combate à Covid-19, ficado na memória, a importância da atuação virtual das empresas permaneceu e, desde então, o e-commerce tem ganhado cada vez mais adeptos.

Cativando desde empresas consolidadas no mercado tradicional até comércios estreantes, o e-commerce corresponde a 10,9% do varejo brasileiro, conforme dados da Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e nos primeiros seis meses de 2021 a modalidade registrou um aumento de 13% nas vendas e um faturamento 24% maior.

Aliado ao crescimento dos e-commerce, os consumidores aos poucos substituem as cestas de compras pelos carrinhos dos sites. De abril a junho deste ano, 18,5% dos internautas brasileiros efetivaram ao menos uma compra on-line, um aumento de 8,4% se comparado ao mesmo período de 2020, aponta a pesquisa.

 

VITRINES DIGITAIS

Em Marechal Cândido Rondon, as vendas on-line também seguem ganhando espaço e sendo implantadas por estabelecimentos. Mesmo quando não atuam em plataformas virtuais propriamente ditas, o comércio rondonense age na modalidade virtual de vendas ao utilizar as redes sociais e formas de pagamentos por meio da internet, como o Pix. A observação é de André Arndt, que assessora empresas na digitalização como atividade secundária.

Segundo ele, a expansão do e-commerce é visível em Marechal Rondon. “Muitas empresas passaram a expor seus produtos e serviços em canais virtuais e, a partir daí, vendas acabam sendo concretizadas”, ressalta, emendando que as redes sociais são a porta de entrada dos negócios ao comércio on-line.

André Arndt assessora empresas na digitalização dos negócios como uma atividade secundária e considera as redes sociais como porta de entrada: “Muitas empresas passaram a expor seus produtos e serviços em canais virtuais e, a partir daí, vendas acabam sendo concretizadas” (Foto: Divulgação)

 

PLATAFORMAS X SITES PRÓPRIOS

O segundo passo da maioria dos e-commerce é a entrada em marketplaces populares que já possuem estruturas prontas, menciona Ardnt. Apesar da prática ser mais recorrente em virtude do menor custo, ele realça que sites próprios podem se mostrar ainda mais interessantes, uma vez que “as ferramentas ficam nas mãos do empresário e, com isso, problemas serão pontuais e rápidos de serem resolvidos”. “Em qualquer plataforma, há uma quebra da barreira física local, ou seja, não se fica preso a uma região e também há um melhor controle de dados para gestão”, ressalta.

Por outro lado, o e-commerce requer investimentos altos em tecnologia e envolvimento com serviços terceiros para transporte, pontua o rondonense.

 

ASSESSORIA TAMBÉM CRESCE

De olho nessa demanda, surgiu também a Arkade, uma empresa que assessora outras empresas a se digitalizarem, como um esforço dos empresários Kassiano Bombardelli, Jhonatan Ruthes, Flávio Rodrigues e Fabrício Rodrigues.

“Não fazia e não faz sentido estar fora da internet”, resume o diretor comercial e de integração da empresa, Fabrício Rodrigues. Contudo, apesar da obviedade, ele relata certo bloqueio da comunidade empresarial local na aderência ao e-commerce. “Entrei em contato com mais de 130 lojas no município e nenhuma delas demonstrou interesse em vender on-line”, relembra ele sobre o começo da empresa, acrescentando que o comportamento aparentava ser um “medo do novo”.

Superadas as dificuldades, os clientes surgiram e a Arkade auxiliou no faturamento aproximado de R$ 4,7 milhões em ambiente virtual somente nos primeiros cinco meses de funcionamento, a partir de agosto do ano passado.

Diretor comercial da Arkade, Fabrício Rodrigues, tem empresas da indústria e do atacado como principais ramos atendidos: “Alguns cogitam migrar só para o on-line e investir em centros de distribuição estratégicos” (Foto: O Presente)

 

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Para o empresário, as principais vantagens do e-commerce são a escalabilidade ilimitada, visto que o público atendido se expande; vendas a todo momento, porque o on-line é sempre disponível; e os menores custos de manutenção, se comparado a uma loja física.

Por outro lado, a distância entre consumidores e vendedores resume as desvantagens do modelo de vendas. “A entrega não é feita no mesmo instante, então, se precisa de imediatez se compra na loja física. Perde-se o calor humano nas vendas e a experiência do produto, porque fisicamente é possível experimentar, o que até diminui os casos de devolução”, aponta.

E-commerce permite que estabelecimento conquiste clientes de fora da área de abrangência da loja física (Foto: O Presente)

 

60% DE CRESCIMENTO

Hoje, os ramos que mais procuram a empresa são a indústria e o atacado, menciona Rodrigues. “Eles conseguem produtos com preços mais acessíveis e melhoram a margem de lucro, pois não têm intermediários. Todavia, lojas de roupas, calçados e bazares também têm muita oportunidade, principalmente se falarmos em certos marketplaces com esse perfil quase que exclusivamente”, afirma.

O diretor de negócio vislumbra um crescimento superior a 60% em algumas empresas assessoradas, superando até o faturamento físico em alguns casos. “Alguns comércios cogitam migrar só para o on-line e investir em centros de distribuição estratégicos”, relata.

 

COMO FAZER?

Para adentrar o ambiente on-line de vendas, Ardnt destaca que é preciso entender a situação atual da empresa: se está começando do zero ou se já possui loja física, se já vendeu on-line antes. “As consultorias são informativas e analíticas. É importante encontrar um ponto de equilíbrio financeiro, devido aos prazos de pagamento de compras e prazos de recebimentos de repasses financeiros das vendas”, enfatiza.

O diretor comercial da Arkade, por sua vez, acrescenta que é preciso realizar um diagnóstico empresarial para então tecer um plano de negócios no mundo virtual.

 

E-COMMERCE AMPLIA E DIVERSIFICA CLIENTELA

Logo no começo da pandemia, a empresária rondonense Mirta Schlindwein Lucas, da Garagem Concept Store, não deixou o bonde passar e colocou sua empresa no ambiente virtual. Contudo, ela conta que a experiência não foi totalmente positiva. “As integrações não funcionaram direito. Tínhamos problemas com vender no site e depois a peça não estar na loja. Os estoques não estavam bem integrados”, relembra.

Apesar do começo difícil, Mirta deu outra chance e começou o e-commerce do zero mais uma vez, dessa vez investindo em uma plataforma nova. “Há cerca de dois meses o site novo está no ar. Ainda estamos colocando produtos. O faturamento é pequeno, mas acreditamos que vai ter uma crescente, porque demora para gerar um tráfego orgânico”, reconhece.

Garagem Concept Store iniciou o e-commerce duas vezes até que espaço virtual fosse conquistado e tivesse sucesso. Proprietária da loja, Mirta Schlindwein Lucas, tem boas expectativas: “O faturamento ainda é pequeno, mas acreditamos que vai ter uma crescente, porque demora para gerar um tráfego orgânico” (Foto: Divulgação)

 

CLIENTES DIFERENTES

Segundo ela, o que já se percebe é que o site atende um público diferenciado e geralmente de fora de Marechal Rondon. “São clientes de outros Estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O e-commerce não aumenta as vendas na cidade da loja física, mas ajuda a expandir a área de abrangência”, salienta.

Por vezes, ressalta Mirta, os consumidores olham os itens no site e solicitam um condicional na loja física, pois preferem a experiência de provar. “O site ajuda na divulgação dessa forma. Pensando em vendas no Facebook e Instagram, estas atingem um público mais local”, entende, emendando que os produtos mais requisitados são similares no ambiente físico e virtual.

 

AMBIENTE VIRTUAL COMO FERRAMENTA PARA SUPERAR EFEITOS DA PANDEMIA

Para a sócia-proprietária da Extreme Nutrition, Andréia Carlson, o ambiente virtual foi quase uma salvação. Isso porque, segundo ela, a empresa foi aberta justamente em março de 2020, quando todos começavam a sentir os efeitos da Covid-19, e a construção da sede física atrasou os planos do empreendimento. “Até ferro da construção acabou faltando. Nós começamos a mexer nas estruturas internas do laboratório somente em janeiro deste ano”, conta ela, acrescentando que a empresa atua no ramo de suplementação.

Com as obras “arrastadas” e, consequentemente, um atraso na produção, Andréia viu no ambiente virtual a maneira de iniciar as vendas. “Vimos a oportunidade de alcançar nossos primeiros clientes no espaço do e-commerce”, expõe, acrescentando que até o momento a loja física não foi plenamente inaugurada e as vendas pela internet embasam a empresa.

O produto mais vendido on-line, conforme a rondonense, é o whey protein concentrado de chocolate, enquanto na loja física o sabor baunilha lidera. “No e-commerce as pessoas experimentam um sabor que já estão habituadas para provar”, menciona.

Sócias-proprietárias da Extreme Nutrition, Eliane Rabaioli Martins e Andréia Carlson. Vendas on-line entraram em ação quando ambiente físico não estava pronto: “Vimos a oportunidade de alcançar nossos primeiros clientes no espaço do e-commerce” (Foto: O Presente)

 

POTENCIAL DE EXPANSÃO

Com assessoria de Ardnt e da Arkade, a empresária diz não ter visto dificuldades na digitalização. “Acredito que as vendas virtuais têm potencial para expandir os negócios, porque se fosse somente a loja física nós não iríamos atingir certos clientes. Por exemplo, tenho clientes em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina e se eu não tivesse colocado o e-commerce seria muito difícil conquistar esse público”, enfatiza.

Mesmo estreante na plataforma, Andréia percebeu um avanço nas vendas virtuais. “Almejamos um crescimento de 10% a 20% nas vendas on-line até o final do ano”, projeta.

 

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