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Estudantes rondonenses são vice-campeãs na Mostra Brasileira de Foguetes
Com o objetivo de estimular o interesse dos alunos brasileiros na astronomia e aeronáutica, área pouco explorada no país, acontece todos os anos, no Rio de Janeiro, a Mostra Brasileira de Foguetes (Mobifog), uma olimpíada experimental que consiste em construir e lançar, obliquamente, foguetes, a partir de uma base, o mais distante possível. Para participar da mostra, foguetes e bases de lançamentos devem ser construídos por alunos individualmente ou em equipes de até três componentes.
O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa PET, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante. A mostra é voltada para alunos dos ensinos Fundamentais e Médios de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país.
Neste ano, as rondonenses Giovana Demarchi e Isabela Costa Rizo Dias, ambas com 17 anos, alunas do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Evangélico Martin Luther, de Marechal Cândido Rondon, juntamente com a professora Deisi Tyderzke Alves, de Física, participaram pela primeira vez do evento e estrearam de forma espetacular, conquistando a medalha de prata na competição e trazendo para casa o troféu e o título de vice-campeãs.
De acordo com as alunas e a professora, elas foram selecionadas para participar da Mobifog através de um trabalho, que consiste num foguete de garrafa pet, com base de PVC, que continha vinagre e bicarbonato e que, quando testado, seu o disparo atingiu 100 metros, critério este de seleção para a final.
Com o feito, as alunas foram convidadas a participar da Jornada de Foguetes na cidade de Barra do Piraí (RJ), que contou com a participação de representantes todos os Estados brasileiros. No primeiro dia do evento, o lançamento do foguete projetado pelas rondonenses atingiu 87 metros, marca esta que evoluiu para 119 metros no segundo dia, levando as estudantes ao título de vice-campeãs.
Além do colégio, a equipe contou com o patrocínio da Credivel, prefeitura, Loja Amigas Confecções, Livraria Nota 10, Avance Sports e Tadeu Materiais de Construção, que auxiliaram desde os materiais para a montagem da base e foguete, até a viagem para o evento.
Dedicação
A professora destaca que o resultado foi fruto de pesquisa e dedicação aos treinos por parte das alunas. “Sempre saíamos do colégio e íamos ao lado do Estádio Ney Braga para fazer os lançamentos, pois precisávamos de um lugar amplo e que não prejudicasse ninguém. Durante esses períodos, as meninas, que estudam em tempo integral, deixavam de assistir algumas aulas, então também foi preciso a colaboração dos outros professores”, comenta Deisi.
As alunas e a professora começaram a trabalhar no projeto no mês de abril e, depois que conseguiram a classificação, buscaram aprimorar o foguete.
Aprendizado
Tanto para a professora quanto para as alunas, o evento foi de muito aprendizado. “Eu tive cursos com professores com pós-doutorado na área. Esse ganho para nós, como professores, é muito rico. E, além disso, os alunos também tiveram palestras sobre diversos assuntos ligados à área”, conta Deisi.
A professora também menciona que teve a oportunidade de participar de várias oficinas. “E agora pretendo aplicar os conhecimentos adquiridos aqui no colégio”, afirma.
Na visão das duas estudantes, a classificação para o evento teve grande importância e relevância, tendo em vista que até então ninguém da região havia participado. “Tudo o que conseguimos fazer foi com base em pesquisas e testes, e já no evento o que agregou bastante foi o fato de que todos se ajudavam. Chegamos lá e já modificamos o foguete para ter um melhor desempenho no lançamento. Além disso, fizemos vários amigos e no final não parecia uma competição porque todos se ajudavam”, revelam as alunas.
Não conseguindo conter os sorrisos e ainda sem acreditar na conquista, Isabela e Giovana definem a participação no evento como uma superação. “Quando chamaram nossa equipe e anunciaram que havíamos conseguido 199 metros no lançamento, nós travamos, porque não esperávamos esse resultado”, contam. “Não fomos com a intenção de voltar com medalhas, mas, sim, com aprendizado e conhecimentos”, completam.
Desafio
Com interesse comum pela Astronáutica, as jovens afirmam que quiseram se desafiar. “Queríamos lançar o foguete e ver como iríamos nos sair em uma competição nacional. De início, o que queríamos era conseguir a classificação para participar da competição, mas não esperávamos conseguir o resultado como vice-campeãs”, comentam.
As estudantes esperam que a conquista tida por elas abra portas para que mais colégios da região se interessem em participar do evento. “Como nós já participamos, sempre vamos estar dispostas a ajudar toda equipe que queira ir”, afirmam.
Tanto Giovana quanto Isabela pretendem seguir carreira na área das Artes, mas revelam a vontade de continuar participando de eventos do estilo da Mobfog, o que, de acordo com elas, se deve “pela simples curiosidade em conhecer coisas novas”. “Uma coisa que ouvimos em todas as palestras é que conhecimento não se guarda para você, precisa ser divulgado. Agora que voltamos, temos o dever de divulgar o que fizemos e espalhar o conhecimento que adquirimos”, finalizam.
No primeiro dia do evento, o lançamento do foguete projetado pelas rondonenses atingiu 87 metros, marca esta que evoluiu para 119 metros no segundo dia, levando as estudantes ao título de vice-campeãs
“Agora que voltamos, temos o dever de divulgar o que fizemos e espalhar o conhecimento que adquirimos”
Alunas e professora rondonenses recebem medalhas, troféu e certificados pela participação no evento
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