Marechal Estoques defasados
Faltam testes para Covid-19 em Marechal Rondon; preços do antígeno disparam
A cada novo caso positivo para Covid-19, um ou mais testes são utilizados para confirmação. Nesse sentido, da mesma maneira que o número de casos confirmados de coronavírus cresceu no Brasil e no mundo, também a procura pela testagem aumentou exponencialmente.
Somente em solo brasileiro, segundo a Associação Brasileirade Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a procura por testes para Covid-19 subiu 500% no começo de 2022.
A demanda quintuplicada fez com que o setor produtivo se manifestasse e, por parte das empresas que compõem a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, a capacidade mensal de produção deve aumentar para dez a 15 milhões de testes. O vice-presidente da Câmara, Fúlvio Facco, alegou que a produção dos testes para Covid-19 decresceu com a amenização dos números da pandemia e o setor foi “pego de surpresa” com a incidência da variante Ômicron.
Público e privado
Concomitante à previsão de produção futura, cidades seguem enfrentando o desabastecimento de testes. Sem escapar do fenômeno, Marechal Cândido Rondon e região também foram afetados pela escassez, tanto no setor público quanto no privado.
Na última semana, a Secretaria de Saúde rondonense precisou substituir os testes RT-PCR, que não estavam mais disponíveis, pelos testes antígenos no atendimento via Sus.
Teste rápido mais escasso
No setor privado, o laboratório Unilab de Marechal Rondon também viu os testes sumindo das prateleiras, mas com ressalvas. “Disponibilizamos dois tipos de testagem: o RT-PCR e o teste rápido, de antígeno. Quanto ao RT-PCR não registramos falta de insumos, porém ficamos um tempo sem ter o antígeno e sem sequer encontrar para compra. Apenas no final da tarde de ontem (terça-feira, 26) conseguimos uma pequena quantidade”, pontua o gerente administrativo, Cristian Cerny, acrescentando: “O estoque não está normalizado. As fábricas estão afetadas e talvez em fevereiro comece a ter mais testes. Como foi uma onda mundial, as indústrias também não deram conta da demanda”.
Os preços dos testes para Covid-19 enfrentaram oscilações desde o início da produção e, mais uma vez, seus preços encareceram. Cerny relata que, devido à nova onda da pandemia, os preços voltaram a subir. “Essa tem sido a época em que mais realizamos testes. Como ficamos sem o produto os preços voltaram a subir”, salienta.
A maior procura é pelo antígeno, uma vez que as pessoas querem resultados rápidos, explica o gerente. “Como esse não está disponível, elas acabam fazendo o outro (RT-PCR)”, diz Cerny.
Procura triplicou
Na Farmácia Filadélfia, a demanda foi tanta que o estabelecimento está sem estoque de testes para Covid-19 há uma semana. “Quando o aumento da procura por teste começou eu pedi direto para a indústria, no dia 04 de janeiro, e a previsão que recebi para chegada dos testes foi dia 30, porque eles não estão vencendo a demanda”, conta a farmacêutica Sara Seyboth Lirio Porto.
Mesmo com estoque vazio, a rondonense vê a procura ainda em alta. “Triplicou a demanda pelos testes e os fornecedores estão abusando no valor. Para suprir o momento consegui alguns testes para chegar entre hoje (quarta-feira 26) e amanhã (ontem, 27), mas comprei pelo dobro do que eu pagava. Existem fornecedores mandando com o triplo do valor. É bem abusivo, então optamos por não comprar, porque se repassar para o cliente fica muito oneroso. Estou esperando o teste direto da indústria, porque é como consigo manter o preço”, frisa.
Segundo ela, há expectativa de que até final de janeiro a indústria normalize os pedidos. “Está faltando testes em todo lugar”, ressalta.
Só agendamentos
Para controlar a “saída” dos testes para Covid-19 enquanto o estoque não se normaliza, a Farmácia São João, filial de Marechal Rondon, só está testando por agendamento. “A rede São João tem 900 farmácias e faz o possível para deixar todas as filiais com testes disponíveis. Estávamos recebendo testes para Covid-19 de três a quatro vezes por semana, porém esse fluxo diminuiu”, menciona a farmacêutica gestora do estabelecimento, Marisa Ledi Petry.
Até o momento da reportagem, ela não tinha previsão de reposição, mas foi informada de que a farmácia poderia receber uma remessa de testes ainda ontem.
A farmacêutica conta que a procura por testes aumentou significativamente no estabelecimento. “Não conseguimos atender todos os pacientes que nos procuram ou nos ligam diariamente, expõe.
Sem reclamações no Procon de Marechal Rondon
Cidades maiores registraram reclamações junto ao Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) referentes à escassez de testes para Covid-19. Nas queixas, consumidores denunciavam preços abusivos no repasse do produto ao consumidor. Apesar de enfrentar os mesmos problemas de desabastecimento de testes, o Procon de Marechal Rondon não registrou reclamações referentes ao produto. “Não recebemos reclamação sobre alta de preços de testes. Ninguém formalizou atendimento ou nos ligou pedindo orientações sobre o assunto”, menciona o coordenador do órgão rondonense, Samuel Hernandes Sanches.
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