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Marechal Estoques defasados

Faltam testes para Covid-19 em Marechal Rondon; preços do antígeno disparam

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em

(Foto: Pixabay)

A cada novo caso positivo para Covid-19, um ou mais testes são utilizados para confirmação. Nesse sentido, da mesma maneira que o número de casos confirmados de coronavírus cresceu no Brasil e no mundo, também a procura pela testagem aumentou exponencialmente.

Somente em solo brasileiro, segundo a Associação Brasileirade  Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a procura por testes para Covid-19 subiu 500% no começo de 2022.

A demanda quintuplicada fez com que o setor produtivo se manifestasse e, por parte das empresas que compõem a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, a capacidade mensal de produção deve aumentar para dez a 15 milhões de testes. O vice-presidente da Câmara, Fúlvio Facco, alegou que a produção dos testes para Covid-19 decresceu com a amenização dos números da pandemia e o setor foi “pego de surpresa” com a incidência da variante Ômicron.

 

Público e privado

Concomitante à previsão de produção futura, cidades seguem enfrentando o desabastecimento de testes. Sem escapar do fenômeno, Marechal Cândido Rondon e região também foram afetados pela escassez, tanto no setor público quanto no privado.

Na última semana, a Secretaria de Saúde rondonense precisou substituir os testes RT-PCR, que não estavam mais disponíveis, pelos testes antígenos no atendimento via Sus.

Testes rápidos (antígeno) são os mais procurados no setor privado: na ausência deles, laboratórios disponibilizam o RT-PCR (Foto: Divulgação)

No teste antígeno, um risco representa negativo para Covid-19 e dois ricos positivo (Foto: Divulgação)

 

Teste rápido mais escasso

No setor privado, o laboratório Unilab de Marechal Rondon também viu os testes sumindo das prateleiras, mas com ressalvas. “Disponibilizamos dois tipos de testagem: o RT-PCR e o teste rápido, de antígeno. Quanto ao RT-PCR não registramos falta de insumos, porém ficamos um tempo sem ter o antígeno e sem sequer encontrar para compra. Apenas no final da tarde de ontem (terça-feira, 26) conseguimos uma pequena quantidade”, pontua o gerente administrativo, Cristian Cerny, acrescentando: “O estoque não está normalizado. As fábricas estão afetadas e talvez em fevereiro comece a ter mais testes. Como foi uma onda mundial, as indústrias também não deram conta da demanda”.

Os preços dos testes para Covid-19 enfrentaram oscilações desde o início da produção e, mais uma vez, seus preços encareceram. Cerny relata que, devido à nova onda da pandemia, os preços voltaram a subir. “Essa tem sido a época em que mais realizamos testes. Como ficamos sem o produto os preços voltaram a subir”, salienta.

A maior procura é pelo antígeno, uma vez que as pessoas querem resultados rápidos, explica o gerente. “Como esse não está disponível, elas acabam fazendo o outro (RT-PCR)”, diz Cerny.

Gerente administrativo do laboratório Unilab, Cristian Cerny: “O estoque não está normalizado. As fábricas estão afetadas e talvez em fevereiro comece a ter mais testes. Como foi uma onda mundial, as indústrias também não conseguiram dar conta da demanda”

 

Procura triplicou

Na Farmácia Filadélfia, a demanda foi tanta que o estabelecimento está sem estoque de testes para Covid-19 há uma semana. “Quando o aumento da procura por teste começou eu pedi direto para a indústria, no dia 04 de janeiro, e a previsão que recebi para chegada dos testes foi dia 30, porque eles não estão vencendo a demanda”, conta a farmacêutica Sara Seyboth Lirio Porto.

Mesmo com estoque vazio, a rondonense vê a procura ainda em alta. “Triplicou a demanda pelos testes e os fornecedores estão abusando no valor. Para suprir o momento consegui alguns testes para chegar entre hoje (quarta-feira 26) e amanhã (ontem, 27), mas comprei pelo dobro do que eu pagava. Existem fornecedores mandando com o triplo do valor. É bem abusivo, então optamos por não comprar, porque se repassar para o cliente fica muito oneroso. Estou esperando o teste direto da indústria, porque é como consigo manter o preço”, frisa.

Segundo ela, há expectativa de que até final de janeiro a indústria normalize os pedidos. “Está faltando testes em todo lugar”, ressalta.

Farmacêutica da Farmácia Filadélfia, Sara Seyboth Lirio Porto: “Existem fornecedores mandando por três vezes o valor que eu pagava. É bem abusivo, então optamos por não comprar, porque se repassar para o cliente fica muito oneroso” (Foto: Divulgação)

 

Só agendamentos

Para controlar a “saída” dos testes para Covid-19 enquanto o estoque não se normaliza, a Farmácia São João, filial de Marechal Rondon, só está testando por agendamento. “A rede São João tem 900 farmácias e faz o possível para deixar todas as filiais com testes disponíveis. Estávamos recebendo testes para Covid-19 de três a quatro vezes por semana, porém esse fluxo diminuiu”, menciona a farmacêutica gestora do estabelecimento, Marisa Ledi Petry.

Até o momento da reportagem, ela não tinha previsão de reposição, mas foi informada de que a farmácia poderia receber uma remessa de testes ainda ontem.

A farmacêutica conta que a procura por testes aumentou significativamente no estabelecimento. “Não conseguimos atender todos os pacientes que nos procuram ou nos ligam diariamente, expõe.

Farmacêutica gestora da Farmácia São João, Marisa Ledi Petry: “Não conseguimos atender todos os pacientes que nos procuram ou nos ligam diariamente à procura do teste rápido” (Foto: Divulgação)

 

Sem reclamações no Procon de Marechal Rondon

Cidades maiores registraram reclamações junto ao Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) referentes à escassez de testes para Covid-19. Nas queixas, consumidores denunciavam preços abusivos no repasse do produto ao consumidor. Apesar de enfrentar os mesmos problemas de desabastecimento de testes, o Procon de Marechal Rondon não registrou reclamações referentes ao produto. “Não recebemos reclamação sobre alta de preços de testes. Ninguém formalizou atendimento ou nos ligou pedindo orientações sobre o assunto”, menciona o coordenador do órgão rondonense, Samuel Hernandes Sanches.

 

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