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Marechal Vendas no comércio

Fase é ideal para renegociar dívidas e estimular consumo; responsável pelo SPC de Marechal Rondon dá dicas

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Responsável pelo SPC na Acimacar sugere que o empresário conceda crédito de forma consciente para que gradativamente o comércio seja reaquecido e atravesse o atual momento de instabilidade nas vendas (Foto: Joni Lang/OP)

As restrições impostas com a finalidade de prevenir o avanço do novo coronavírus provocaram mudanças significativas em todos os setores, sendo a área econômica uma das mais afetadas. Com aproximadamente 20 dias de fechamento das empresas muitos recursos deixaram de circular na economia de Marechal Cândido Rondon e mesmo com a reabertura do comércio, com uma série de medidas a serem cumpridas, consumidores e empresários se mostram cautelosos.

O vice-presidente de Informações Cadastrais e Proteção ao Crédito da Associação Comercial e Empresarial (Acimacar), Eduardo Berndt, responsável pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), diz que até o mês de março, quando passaram a ser adotadas medidas de prevenção à disseminação da Covid-19, era observada uma fase de estabilidade tanto nas consultas quanto nos registros e nas baixas de consumidores que deixam de ser inadimplentes, o que, no entender do administrador, refletia o comportamento de 2019. “A expectativa econômica era extremamente favorável para o ano de 2020, no entanto a busca pelo crédito nos meses de janeiro e fevereiro foi levemente menor do que nos mesmos meses do ano passado. Não acredito que refletiu o menor índice de consumo, mas, sim, outras formas de consumo”, avalia.

Ainda assim, segundo Berndt, as pessoas seguiam consumindo e buscando crédito. “A busca por crédito é sinal de melhora econômica, ou seja, as pessoas voltavam a ter capacidade de pagamento. Prova disso são os registros em média 22% menores na análise de janeiro e fevereiro, item que trata da inclusão de novos devedores. Isso significa que havia consumo, mesmo que em menores índices do que em 2019, e que a inadimplência estava menor. Em março houve uma quebra nesse processo devido à pandemia do novo coronavírus, o que provocou uma disrupção dessa expectativa. O mês de abril segue totalmente atípico e infelizmente não temos padrões comparativos a esse mês para dizer se é uma situação diferente”, ressalta.

De acordo com o vice-presidente de Informações Cadastrais e Proteção ao Crédito da Acimacar, março e abril serão dois meses muito difíceis para estabelecer qualquer padrão de comportamento. “Sabemos que houve queda muito grande na concessão de crédito, seja por medo do cliente consumir ou ter diminuído sua renda ou pelo comércio não ter tido diversos dias de atendimento nos meses de março e abril”, expõe.

Conforme ele, a projeção era de que apesar de as consultas seguirem o padrão de 2019, os registros mantinham numa decrescente, ou seja, no mês de março o consumidor estava em um condicionamento menor de inadimplência e buscava pagar suas contas. “Tanto que mesmo com o mês de março quebrado pelos dias do comércio fechado tivemos grande crescente de baixas, representando 82% a mais do que no mesmo período de 2019”, frisa.

 

COMPORTAMENTO

O responsável pelo SPC da Acimacar afirma que o momento atual é de muitas incertezas. “Empresário e consumidor sentem medo de tomar decisões e isso vem acompanhado de um sentimento chamado desconfiança, que gera o recuo. Do mesmo jeito que o empresário tem medo de conceder crédito, o consumidor está com medo de fazer dívidas. Precisamos transformar esse período, gerando um nível melhor de confiança, seja para o empresário, para voltar a conceder crédito em uma análise saudável, seja ao cidadão, para voltar a consumir”, destaca.

Segundo ele, tanto o comerciante quanto o consumidor, devido às suas necessidades, dependem de crédito. “Estamos neste momento de medo, contudo precisamos voltar à fase de confiança ou estimular a confiança de ambas as partes porque o empresário precisa da concessão de crédito para reaquecer a sua empresa e o cliente precisa voltar ao seu nível de consumo ou diante de suas necessidades ter busca pelo crédito”, pontua.

 

Vice-presidente de Informações Cadastrais e Proteção ao Crédito da Acimacar, Eduardo Berndt: “Se o empresário ceder diante da necessidade e do seu alcance e o consumidor tiver tomada de crédito consciente e de fato valorizar a confiança da empresa cumprindo o acordo dessa concessão, ou seja, fazendo os pagamentos corretos, estimulando a renegociação de dívidas, isso vai gerar confiança e fazer com que a gente seja menos penalizado” (Foto: Joni Lang/OP)

 

DICAS AOS EMPRESÁRIOS

Berndt lembra que o estoque é capital líquido e certo ao empresário. “Ele precisa ter muito cuidado ao se desfazer, porque o estoque é o que vai mantê-lo aberto nos próximos meses. Não pode se descuidar na concessão de crédito, porém também não pode eliminar esse modo de venda, essa operação de crédito. Não é possível simplesmente pensar: ‘agora vou trabalhar somente à vista’, até porque o consumidor não possui esse dinheiro para efetuar compras à vista. Conceder crédito é essencial para reaquecer o comércio gradativamente e passar por essa fase de instabilidade de vendas”, enfatiza, enumerando outras dicas aos empresários: “conceda crédito, analise o histórico dos seus clientes, busque clientes que já eram seus, estimule a concessão de crédito para os clientes que são seus e que têm um histórico positivo para que busquem renegociar suas dívidas. Considerando que o crédito sempre foi essencial para o consumidor, hoje é muito mais. Com renda menor, nós dependemos muito mais do crédito do que antes”, salienta.

O responsável pelo SPC evidencia que se o empresário conseguir entender esse ponto favorável ele vai conseguir estimular a concessão de crédito e uma nova renegociação não só com a intenção de reaver um capital perdido para a inadimplência, mas voltar a oferecer a esse consumidor um novo crédito. “A confiança de ambas as partes vai estimular a confiança de consumo. Também vai fazer com que o consumidor honre seus compromissos, além de estimular o reaquecimento da economia, mesmo que seja leve”, sugere.

 

CONSUMIDOR

Conforme o vice-presidente de Informações Cadastrais e Proteção ao Crédito da Acimacar, é indispensável a confiança e o comprometimento do consumidor visando à tomada de crédito consciente. “O consumidor precisa buscar crédito quando tem necessidade, porém deve entender o nível de endividamento que pode alcançar. Penso que esse cuidado é recíproco. O cliente não pode se expor a consumir mais do que sua capacidade e o empresário também não pode simplesmente bloquear a concessão de crédito”, pontua. “Se o empresário ceder diante da necessidade e do seu alcance e o consumidor tiver tomada de crédito consciente e de fato valorizar a confiança da empresa cumprindo o acordo dessa concessão, ou seja, fazendo os pagamentos corretos, estimulando a renegociação de dívidas, isso vai gerar confiança e fazer com que a gente seja menos penalizado pelo momento em que estamos vivendo”, reitera.

 

(Foto: Montagem/O Presente)

 

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