Marechal Números em baixa
“Festas de fim de ano preocupam, mas pandemia deve se manter estável”, diz secretária de Saúde rondonense
Os dados epidemiológicos relacionados à Covid-19 em Marechal Cândido Rondon têm sido atualizados duas vezes por semana, terças e sextas-feiras, desde o fim de novembro. A mudança na distribuição do informativo se deve à diminuição no número de registros da doença, destaca a secretária de Saúde, Marciane Specht. “Isso só está acontecendo por conta do alto índice de pessoas vacinadas”, considera, lembrando que até o mês passado o boletim com informações sobre o coronavírus era divulgado pelo Setor de Epidemiologia diariamente.
Em dados atualizados na segunda-feira (13), 99,5% da população adulta está imunizada com a primeira dose, enquanto 86,7% dos rondonenses acima de 18 anos têm o esquema vacinal completo.
Assim como registrado país afora, Marechal Rondon viveu em 2021 uma verdadeira “montanha russa” pandêmica: apesar do vírus já ser conhecido, o começo do ano foi marcado por uma alta de casos e, prestes a terminar, o município vê os números caindo. De acordo com Marciane, a atenção agora se volta para as festas e aglomerações de fim de ano. “A preocupação é grande, mas acreditamos que a estabilidade nos casos ativos permanecerá”, menciona.
Ao Jornal O Presente, a secretária de Saúde fez uma avaliação do quadro epidemiológico da Covid-19 em Marechal Rondon. Confira.
O Presente (OP): Os boletins da Covid-19 têm sido atualizados às terças e sextas-feiras desde o fim de novembro. A que se deve a mudança na divulgação nos dados?
Marciane Specht (MS): Realizamos essa mudança porque os números de casos ativos de coronavírus estão baixos, além de pouca coisa estar mudando de um dia para o outro. Por conta disso, não há necessidade de divulgar diariamente, como vinha acontecendo. Isso é um grande avanço e, com certeza, observamos ao longo do tempo um momento raro entre tantos desafios. A esperança é de que a pandemia acabe.
OP: Os casos ativos de Covid-19 estão próximos de zero e Marechal Rondon passa longos períodos sem confirmar novos diagnósticos da doença. Como você avalia a atual situação epidemiológica do coronavírus no município?
MS: Avalio como muito positiva. Há meses em que sonhamos chegar perto de zero nos números e isso está sendo possível agora. Claro, isso só está acontecendo por conta do alto índice de pessoas vacinadas: a população adulta imunizada com a primeira dose está em 99,5% e os rondonenses acima de 18 anos com o esquema vacinal completo chegam a 86,7%. O compromisso e a participação da população rondonense ao longo desse período difícil vivenciado junto com a Saúde municipal refletem nesses números extremamente reduzidos.
OP: O ano de 2021 foi uma “montanha russa” de emoções no que diz respeito à pandemia. Houve períodos de números expressivos de casos, com falta de leitos de UTI, uma verdadeira crise na saúde, e outros, como agora, com poucos casos da doença. Como você enxerga essa variação: “da tensão ao alívio”?
MS: É uma grande vitória para a nossa população. Não medimos esforços em alertar a população diariamente sobre os cuidados necessários para com a Covid-19, como também em estimular o ato de vacinar com primeira, segunda e, agora, terceira dose. Foi um processo lento, mas com o tempo as pessoas foram vendo que a vacinação é o melhor caminho para sairmos daquela situação caótica vivida por um longo período.
OP: Há preocupação com os números da Covid-19 durante as celebrações de fim de ano, considerando festas de famílias, viagens e outros fatores que podem facilitar a disseminação do vírus?
MS: A preocupação é grande, mas acreditamos que essa estabilidade nos casos ativos vai permanecer. Eventos privados e comerciais estão ocorrendo há algumas semanas, até aqueles com grandes públicos e, mesmo assim, não houve aumento nos casos ativos de Covid-19. A única mudança foi a redução dos números. Isso mostra que a vacina é eficaz, porém não podemos esquecer que a vacina não “mata” o vírus. Ele ainda está circulando. Então, além da vacinação, devemos continuar mantendo alguns cuidados.
OP: Apesar da situação epidemiológica estável em âmbito municipal, a comunidade internacional descobriu recentemente uma nova variante do coronavírus, a ômicron. A nova variante causa preocupação?
MS: Pesquisando sobre o tema, percebe-se que a variante está atacando mais em países onde a taxa de vacinação é bem baixa. Algumas pesquisas apontam também que dificilmente a variante causará casos graves. Os que apareceram no Brasil foram em pessoas já vacinadas e que não tiveram sintomas. Vamos ter mais tranquilidade quando as fabricantes de vacinas concluírem seus estudos para saber se alguma delas ou todas possuirão efetividade contra a nova variante. Ou, em últimos casos, se haverá necessidade da fabricação de uma nova vacina.
OP: Como acontece o monitoramento da pandemia tendo em vista a política de flexibilização implantada no município? As medidas restritivas seguirão sendo amenizadas ou devem recuar diante da ômicron?
MS: Ainda é cedo para afirmar. Caso a situação epidemiológica sofra mudanças, serão repensadas as medidas junto da equipe técnica da Secretaria de Saúde e o COE (Centro de Operações de Emergência). Acredito, porém, que as vacinas já existentes terão efetividade e serão o suficiente para dificultar a disseminação da variante. Em nosso município, Estado e até mesmo em nível de país, a taxa de vacinação é boa, ou seja, as pessoas estão protegidas de casos graves e cada vez menos transmitem. Se nada agravar, seguiremos com limitação de até 70% da capacidade de público em locais fechados ou em até duas mil pessoas e de 80% para locais abertos e ou em até cinco mil pessoas. O uso de máscara e álcool gel segue valendo.
OP: Há alguma orientação para que o rondonense aproveite as festas de fim de ano de modo seguro em relação ao coronavírus?
MS: Que sigam as orientações que estão disponíveis nos decretos municipais e do Estado. Deve-se observar as questões relacionadas às medidas não farmacológicas, em especial, cuidado com eventos, esterilização de máscara e higienização das mãos. Lembrando que o cuidado com a pandemia é de responsabilidade de todos.
O Presente