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Marechal O Presente nas escolas

Jornal O Presente estreia novo projeto; Colégio Ceretta abre série de entrevistas

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Professora Clarice Welzel e a aluna Emmily Martins: as primeiras entrevistadas do projeto (Foto: O Presente)

“O Presente nas escolas”

O Jornal O Presente estreou na última sexta-feira (22) o projeto “O Presente nas escolas”, a fim de aproximar leitores e internautas do contexto escolar, envolvendo professores e alunos de escolas e colégios públicos e particulares de Marechal Cândido Rondon, oportunizando espaço para pontos de vista e exposição de temas atuais e pontuais voltados à educação.

A cada semana haverá a participação de um educandário. O primeiro envolvido é o Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta. Confira!

 

O Colégio Ceretta está localizado no Bairro Universitário e tem como diretor o professor Edvaldo Oliveira Souza. A entrevista desta semana contou com a participação da professora de Geografia, Clarice Welzel, e da aluna Emmily Martins, do 1º ano B do Ensino Médio, que integra o Grêmio Estudantil da instituição.

Com 41 anos completados no mês passado, o Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta, de Marechal Cândido Rondon, foi inaugurado em outubro de 1978, inicialmente com outra nomenclatura e atendendo 383 alunos, de 1ª a 4ª séries. No ano de 1993 foi autorizado o funcionamento do 2º grau regular, fazendo com que a denominação fosse alterada para Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta, atendendo alunos dos ensinos Fundamental e Médio. Com a implantação dos cursos técnicos em 2009, o estabelecimento passou a denominar-se Colégio Estadual Antônio Maximiliano Ceretta – Ensino Fundamental, Médio e Profissional. Ao longo destes 41 anos, em torno de 12 mil alunos estudaram na instituição e cerca de 950 servidores trabalharam neste período.

Atualmente, o colégio conta com cerca de 800 alunos matriculados nos ensinos Fundamental, Médio e Profissional (curso técnico em Enfermagem e curso técnico em Segurança do Trabalho), além de turmas do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem), projeto de futsal e Feras do Vôlei.

O colégio tem se destacado ao longo dos anos em termos de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), bem como nas aprovações em vestibulares de universidades públicas da região. Tais resultados, conforme o diretor Edvaldo Oliveira Souza, evidenciam a qualidade do ensino ofertado pelo Colégio Ceretta, sendo fruto de um trabalho coletivo entre os professores, equipe pedagógica e direção.

Além do ensino de excelência, o colégio se destaca também nos esportes. A equipe masculina de voleibol do colégio foi a grande campeã da Olimpíada Escolar Municipal de Marechal Rondon no ano passado.

 

A TECNOLOGIA E A SALA DE AULA

Com décadas de história, não é à toa que o colégio tem tamanha expressividade na comunidade rondonense. E os professores têm papel de destaque neste sentido. Agentes ativos na formação de um cidadão, eles não se cansam de buscar meios para incentivar os alunos a darem o seu melhor, a buscarem cada vez mais espaço e conhecimento.

Por sinal, também dão o seu melhor. A professora Clarice Welzel, de Geografia, é prova disso. Ela não se cansa em pesquisar e usar a criatividade para tornar suas aulas cada vez melhores e mais atrativas.

Neste sentido, uma das ferramentas que têm contribuído muito em sala de aula são as novas tecnologias. O celular, por exemplo, se tornou não apenas um acessório, mas, sim, um item necessário e multifuncional.

Considerando que os adolescentes estão tendo cada vez mais cedo acesso a esse dispositivo eletrônico, é comum que em sala de aula quase todos os alunos tenham smartphones em mãos. Na opinião de Clarice, esse é um caminho sem volta. “A tecnologia na sala de aula, no meu ponto de vista, veio para somar, veio para nos ajudar. Na minha disciplina, que é Geografia, eu sempre digo para as pessoas, é o antes e o depois. Eu tinha muito trabalho antes para conseguir imagens, para tornar aquilo mais real, e agora isso facilitou muito, porque quando eu trabalho com o aspecto físico, por exemplo, o relevo, é tão mais fácil, é tão mais verdadeiro quando eu posso mostrar. Eu não posso ir à Oceania, mas eu posso trazer ela, o Japão entre tantos outros para dentro da sala de aula. Penso que isso enriquece. Favorece de uma maneira fantástica. E vejo que o aluno recebe muito bem o uso dessa tecnologia dentro de sala de aula”, entende.

Ela ressalta, todavia, que aproveitar a tecnologia em sala de aula vai muito da disponibilidade, da vontade e do preparo do professor. “Eu tenho curiosidade em aprender e quero tornar minhas aulas melhores, então vou atrás”, comenta, opinando que falta, de certa forma, capacitação e preparo aos professores por parte da escola e da Secretaria de Educação. “A gente precisa basicamente correr atrás”, aponta, mencionando que alguns professores são mais adeptos de dispositivos tecnológicos, outros menos, mas ninguém deixa de usá-los.

Por outro lado, a professora relata que em alguns momentos o uso do celular pode atrapalhar, gerar indisciplina e desconcentração, mas ela diz que são casos pontuais. “Alguns professores se incomodam mais do que os outros. É uma questão de ponto de vista e há necessidade de saber administrar quando um contratempo envolvendo o celular acontece. São muito mais pontos positivos do que negativos. Você precisa fazer o professor olhar para essas ferramentas de um modo positivo, com um olhar de que ele irá administrar aquilo e tudo bem, não é problemático”, salienta.

Conforme Clarice, o momento atual é de muitas exigências. “Estamos vivendo em um momento em que as exigências estão cada vez maiores pelo nosso aluno, porque nosso aluno quer e merece trabalhar com novas tecnologias e com novos métodos, mas tudo isso exige cada vez mais um preparo maior do professor, com mais tempo. Contudo, estamos tendo menos tempo. Temos cada vez menos tempo para preparo de aula e horas-atividade”, enfatiza ela, lembrando dos desafios do setor educacional.

Na opinião da docente, há necessidade de modernização e aperfeiçoamento para que as aulas possam ser melhor preparadas.

 

Professora Clarice Welzel: “Nosso aluno quer e merece trabalhar com novas tecnologias e com novos métodos, mas isso exige cada vez mais um preparo maior do professor” (Foto: O Presente)

 

PONTO DE VISTA DO ALUNO

Estudante do 1º ano do Ensino Médio, Emmily Martins, de 15 anos, vê a escola como um portal para novas oportunidades. “Acredito que se você não tiver estudo, aprendizado, você não tem futuro. Se você não tem uma base, você não vai para frente. Tudo o que você aprende na escola, querendo ou não, você leva para a vida, como qualquer matéria que você aprende, seja Geografia, Matemática, você usa ela no seu dia a dia”, expõe a jovem, que integra o Grêmio Estudantil do Ceretta.

Para a discente, o colégio se preocupa bastante com a educação e com o aprendizado dos alunos, promovendo inúmeras iniciativas para incentivá-los a aprender. “São muitas atividades diferentes para que o ensino não seja repetitivo e monótono, e isso é legal, porque o aluno não fica só na parte mais chata do ensino”, enaltece Emmily.

Em contrapartida, a aluna é da opinião que o colégio deveria se preocupar um pouco mais com a saúde mental dos estudantes, com o seu interior e não focar somente na aprendizagem. “Entendo que o psicológico de uma pessoa influencia muito no aprendizado dela. Se o aluno não tem um psicológico bom, se ele não tiver com a mente na escola e na sala de aula, seu resultado no aprendizado não será bom”, avalia.

Aluna Emmily Martins, do 1º ano do Ensino Médio, que integra o Grêmio Estudantil do Colégio Ceretta: “Tudo o que você aprende na escola, querendo ou não, você leva para a vida” (Foto: O Presente)

 

USO DO CELULAR

Quando o assunto é o uso de celular em sala de aula, Emmily afirma que há dois lados: o bom e o ruim. Na visão dela, o celular e a tecnologia em geral facilitaram muito o acesso às informações, auxiliando nas pesquisas e confecção de trabalhos. “Sem a tecnologia que existe hoje tudo seria mais difícil. Porém, muitas vezes os alunos usam o celular de uma forma inapropriada e acabam causando distração”, enfatiza, emendando que um dos pontos negativos é o fato de muitos estudantes acharem que as respostas prontas encontradas na internet são suficientes na hora de confeccionar trabalhos. “E aí não vão atrás de conteúdos e informações mais a fundo, que poderiam ser encontrados com uma riqueza maior de informações nos livros. Acredito que se não tivesse o celular os alunos iriam pesquisar mais em livros e adquirir o conhecimento muito mais rápido, mais complexo e elaborado. O celular hoje dá qualquer resposta, já o livro tem respostas mais específicas”, destaca.

 

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