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Marechal Pedidos por app e loja virtual

Marechal Rondon terá delivery de alimentos orgânicos

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(Foto: Sandro Mesquita/OP)

A Associação Central de Produtores Rurais Ecológicos (Acempre) de Marechal Cândido Rondon implantará, com o suporte técnico do Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (Capa), um sistema de entrega em domicílio dos produtos comercializados na Acempre.

De acordo com a assessora técnica do Capa, Raquel Rossi, a iniciativa é um projeto-piloto, tem parceria da Itaipu Binacional e se chamará Lojas Virtuais E-commerce. “Vai ser disponibilizado como uma forma de site ou aplicativo de celular, que poderá ser acessado pelas pessoas para fazer os seus pedidos e receber em casa os produtos”, explica.

Raquel menciona que o sistema está em fase de ajustes finais e deve entrar em funcionamento na última semana de agosto. “As pessoas terão a opção de montar a sua cesta, tê-la pronta, vir retirar na Acempre ou receber em casa”, detalha.

Segundo ela, nesta semana será definido como será cobrada a taxa de entrega, que deverá variar conforme o pedido do cliente. “Provavelmente vai depender do valor de cada cesta. Se for montar a cesta até determinado valor terá um custo e se optar por uma cesta pronta ou pedido mínimo terá outro preço, mas isso ainda não está bem definido”, pontua.

 

AMPLIAÇÃO DAS VENDAS

Para a presidente da Acempre, Lorita Sonntag, a plataforma será uma maneira de melhorar e ampliar a venda de produtos produzidos pelos associados. “Acreditamos que isso vai nos ajudar e muito, principalmente neste momento de pandemia, vamos poder divulgar mais a produção de alimentos saudáveis que acontece em Marechal Cândido Rondon e região”, destaca.

Segundo a auxiliar administrativa da associação, Delnice Zimmer, as ofertas de produtos acontecem conforme a produção local e a época do ano. “Temos um planejamento para que em cada dia da semana um produtor entregue seus produtos, por isso, são sempre alimentos frescos”, ressalta.

 

LOJA-FEIRA ACEMPRE

Atualmente, os produtos são comercializados na loja-feira da Acempre, localizada na Praça Willy Barth, no centro rondonense. No local são vendidos cerca de 80 itens, entre produtos coloniais, como salames, queijos, pães, bolachas e geleias, e alimentos orgânicos, como frutas, legumes, verduras e hortaliças, tudo produzido por famílias de pequenos produtores rurais de Marechal e região.

O horário de atendimento da Acempre é de segunda a sexta-feira das 08 às 12 horas e das 13h30 às 17h30 e nos sábados das 08 às 11h30.

 

AUMENTO DO CONSUMO

Com a pandemia de coronavírus muitas pessoas começaram a se preocupar mais com a saúde. A prática de atividades físicas e uma alimentação saudável ganharam mais relevância entre a população, na busca de um sistema imunológico mais resistente para combater a doença.

Essa preocupação de parte das pessoas em relação ao consumo de alimentos orgânicos, ou seja, livres de agrotóxicos, refletiu na quantidade de produtos vendidos na Acempre.

Entre venda direta ao consumidor e os alimentos destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), foram comercializados na Associação entre abril e julho de 2020 cerca de 53 toneladas de alimentos, 26 a mais que no mesmo período de 2019.

Segundo a assessora técnica do Capa, a venda feita diretamente ao consumidor aumentou 43% durante a pandemia. “Entendemos que esse significativo aumento foi por conta da busca por uma alimentação mais saudável para a melhora da imunidade”, opina.

De acordo com Raquel, outra preocupação dos consumidores que influenciou no aumento do consumo de produtos vendidos na Acempre é a respeito da origem dos alimentos comercializados nos mercados e o receio de contaminação por parte dos clientes. “Esse medo de contaminação através dos alimentos foi um dos motivos do aumento dos produtos da Acempre. Saber qual a procedência, quantos dias ficou na estrada desde que foi colhido e pela própria manipulação até chegar no mercado”, salienta.

Conforme a assessora técnica do Capa, grande parte dos clientes da Acempre conhece as famílias associadas e essa relação de proximidade representa maior segurança aos consumidores. “Eles conhecem o meio de produção das famílias e buscam alimento fresco, que chegou no dia e que foi produzido no município”, ressalta.

 

CONSUMIDORES

A dona de casa Célia Noé é uma das clientes mais antigas da Acempre. Morando perto da associação, ela prefere se dirigir ao local para escolher os alimentos, contudo, gostou da ideia de poder receber os produtos em casa, afinal, frisa ela, conhece bem a qualidade do que é vendido no local. “Quanto a isso não tenho dúvida, pois sempre tem coisa boa”, elogia Célia.

O vendedor aposentado Ivo Carlos Pappen é um dos clientes mais assíduos. Ele conta que costuma ir na associação duas vezes por semana para comprar os produtos orgânicos que são consumidos por toda a família há cerca de seis anos. “Com a idade que a gente tem, nada melhor que consumir produtos naturais e livres de agrotóxicos”, comenta.

 

TRABALHO EM FAMÍLIA

Um exemplo de produção orgânica pode ser encontrado na Chácara Santa Rita, em Marechal Rondon. No local trabalham os irmãos Charles Adir Alves e Aline Natana Alves em companhia dos pais.

Na propriedade são cultivados diversos alimentos orgânicos certificados há nove anos, entre eles tomates e hortaliças. A família produz também queijo colonial.

Uma parte do que é produzido na propriedade vai para a Acempre, outra para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o restante é vendido na cidade diretamente na casa dos clientes, duas vezes por semana. “Temos clientes fixos há mais de seis anos e entregamos na casa deles todas as terças em Margarida e sextas e sábados na cidade”, expõe Charles.

Segundo ele, durante a pandemia houve crescimento na demanda por alimentos orgânicos, principalmente através de clientes que vão até a chácara para comprar os produtos. “Eles preferem vir até aqui pela qualidade e por causa do contato direto com o produtor que inspira mais confiança do que no mercado”, afirma.

A experiência positiva do sistema de entrega desenvolvido na Chácara Santa Rita é um bom indicativo de que o aplicativo que será implantado na Acempre terá boa aceitação dos consumidores. “A intenção é melhorar a entrega e produzir com uma maior certeza de destino do produto”, aponta o produtor.

O rondonense diz que não pode aumentar a produção devido ao limite de área na propriedade, porém, ele revela que a família já pensa em diferenciar o leque de produtos. “Tendo a certeza do consumo, nós pensamos em talvez diversificar a produção”, menciona.

 

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