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Meta é melhorar tráfego de veículos, estacionamento e sinalização, diz Welyngton

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Joni Lang/OP
Secretário Welyngton Alves da Rosa durante visita ao trânsito rondonense: intenção é promover mais melhorias

Depois de cerca de dez anos longe de Marechal Cândido Rondon, período no qual ocupou funções de chefia na Polícia Militar (PM) em diversas cidades do Paraná, o tenente-coronel Welyngton Alves da Rosa retorna ao município, desta vez para assumir um novo desafio: ser secretário municipal de Segurança e Trânsito.

Welyngton, que atuou por nove anos como comandante da 2ª Companhia da PM (1999 a 2007), revelou em entrevista ao Jornal O Presente que pretende realizar um trabalho pautado no diálogo para promover maior engajamento entre as forças policiais, assim como tornar mais seguro o trânsito rondonense. Conforme ele, as metas já estão estabelecidas para os setores de segurança e trânsito.

Ele diz, ainda, que pretende colocar a secretaria à disposição do Corpo de Bombeiros para criar uma estrutura municipal de defesa civil, tornando o atendimento mais ágil e eficiente no caso de tragédias ou desastres naturais. Confira.

O Presente (OP): O senhor atuou em Marechal Cândido Rondon como capitão da Polícia Militar, depois chegou a major, com atuação em Toledo, até ser promovido a tenente-coronel. Qual é hoje a sua situação nos quadros da PM? Abriu mão de alguma função para se tornar secretário em Marechal Rondon? Já está aposentado?

Welyngton Alves da Rosa (WAR): Sim. Esta é a verdadeira situação. Eu já estava afastado da Polícia Militar no fim de 2016 até por alguns projetos pessoais. Fechei tempo integral e estou saindo da PM com 34 anos de serviços prestados ao Paraná, porque eu ingressei aos 17 anos de idade e tive a oportunidade de contar com duas licenças-prêmio em dobro, então fiz o pedido da minha reserva (remunerada, termo equivalente à aposentadoria). A documentação já tramitou e estou na inatividade. Ainda mantenho as prerrogativas de policial militar normalmente e acabei sendo agraciado com este pedido do prefeito Marcio Rauber. Em nível de PM a situação está resolvida, estou na inatividade e pronto para prestar serviços nesta nova função como secretário municipal de Segurança e Trânsito.

OP: O que levou o senhor a aceitar o convite para ser secretário e voltar a Marechal Rondon? Vai morar na cidade ou permanecer residindo em Toledo?

WAR: Eu já estou residindo em Rondon, mas ainda não consegui trazer minha família que mora em Toledo. Para mim é uma honra aceitar este convite do prefeito Marcio e do vice Ila, por isso estou tomando todas as providências para trazer a minha família para cá. Em um primeiro momento estou residindo sozinho na cidade para dar mais atenção à comunidade, assim como ao prefeito quando precisar rapidamente. Espero colocar em prática ideias e experiências que venham a contribuir para melhorias no sistema de segurança e trânsito de Marechal Rondon.

OP: Qual a sua meta frente à Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito? Há um foco específico?

WAR: São várias metas. Com certeza a secretaria é bem complexa e na qual a gente vê reivindicações da sociedade onde a segurança está no patamar de saúde, habitação, agricultura e obras. Hoje a comunidade quer se sentir segura, portanto, o que nós vamos fazer via secretaria é tentar propiciar meios e facilidades à atuação dos organismos policiais que nós temos na cidade, os quais evidenciam excelente trabalho, caso da PM, Corpo de Bombeiros, BPFron (Batalhão de Polícia de Fronteira), Polícia Civil, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PRE (Polícia Rodoviária Estadual). Seremos parceiros e, sim, também temos algumas metas. Vamos tentar realizar campanhas educativas através de palestras e visitas a empresas, faremos campanhas com ciclistas, pedestres, campanhas educativas de prevenção ao uso das drogas. É importante a secretaria fazer este trabalho educativo junto à comunidade. A meta prioritária é a melhoria no sistema de trânsito que envolve circulação de veículos, estacionamento, sinalização total da cidade e para isso a gente precisa fazer com que o Coetran (Conselho Executivo de Trânsito) seja mais ativo e presente, que seja realmente atuante. Vamos nos envolver com outras secretarias, casos de educação e esportes, porque eu as vejo como parceiras de segurança e trânsito. Educação através do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) e esportes em relação às atividades esportivas no nosso município. Também vamos buscar convênios, pois a figura do secretário é de uma pessoa que fomenta a área através da conquista de recursos. Nós devemos estar interligados aos órgãos estaduais e federais e todo aquele órgão que libera verbas para melhorar o sistema. Vamos correr atrás de parcerias com as secretarias de Planejamento e Fazenda e viabilizar convênios. Foz do Iguaçu, Pato Branco e Ponta Grossa foram atendidos com verba a fundo perdido via Paraná Cidade com a instalação de 400 câmaras de monitoramento. Também vamos propor convênios com a União por intermédio da Receita Federal (RF), Itaipu Binacional, Enafron (Estratégia Nacional da Fronteira) e Secretaria Nacional de Segurança Pública, que apoiam os municípios quando são apresentados projetos bem elaborados. Pela experiência de policial militar que trabalhou 12 anos entre Guaíra e Marechal Rondon, a comunidade pode ter certeza de que vamos engajar as polícias.

OP: Em relação à pretensão de propor um trabalho integrado entre as forças policiais visando beneficiar os setores de segurança e trânsito, já há diálogos neste sentido? De que forma isto pode ser realizado?

WAR: Sim. Há diálogos. As polícias estão e sempre estiveram de portas abertas. Eu sempre tive facilidade muito clara de lidar com os comandantes. Somos parceiros e amigos de trabalho dos comandantes do BPFron, Bombeiros, do atual comandante interino da PM, PRE e do delegado. Temos a orientação do prefeito de que a Secretaria de Segurança e Trânsito procure todos esses órgãos e se coloque à disposição. A comunidade pode ter certeza de que nós vamos tentar ao máximo possível unir a polícia sempre, falando a mesma linguagem e tendo o mesmo objetivo para que possamos reverter o trabalho deles em melhorias a todos. Marechal Rondon é uma cidade abençoada na questão da presença de polícia. O deputado Elio Rusch trouxe o BPFron, temos a sede da companhia de PM com efetivo condizente e que agora recebe mais policiais, temos a sede do Corpo de Bombeiros, PRF (em Quatro Pontes), Polícia Civil com delegado de carreira e PRE com sede de um posto. Nós traremos as polícias para mesas de reunião mês a mês verificando o que os comandantes precisam e tudo o que for dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, dos convênios estabelecidos com Estado, município e União, temos certeza de que a nossa gestão, através do prefeito Marcio, vai auxiliar para que isto reverta em melhor qualidade de trabalho para a comunidade. Como fazer isto? Vamos pedir maior presença do Conselho Municipal de Segurança, iremos na Acimacar (Associação Comercial e Empresarial), entidade que exerce papel fundamental para discutir a segurança pública do município, e traremos a sociedade para as reuniões. Nós queremos ouvir a sociedade, seus anseios, reclamações, elogios e transformar tudo isso em ações concretas.

OP: Como o senhor enxerga a criminalidade hoje em Marechal Rondon? Os índices aumentaram muito do tempo em que o senhor foi comandante da PM para atualmente?

WAR: Mudou muito. Na época em que trabalhei aqui, de 1999 até 2007, tínhamos outros tipos de crimes e havia menor presença de polícia se comparada com agora. Não tínhamos BPFron, PRF, Corpo de Bombeiros, que hoje são presenças marcantes. Hoje nós vemos crimes contra o patrimônio, como furto de veículos e residências. A gente sabe que o combate na região de fronteira pela PF (Polícia Federal), RF, PRF e BPFron faz com que o contrabando diminua e que as pessoas ligadas a ele venham a agir dentro das cidades, por isso os crimes contra o patrimônio aumentam significativamente. O problema de drogas dentro da cidade aumentou e a gente vê no dia a dia a incidência de usuários e o tráfico que deve ser combatido na cidade. Conversando e dialogando com esses segmentos, colocando na mesma mesa, chamando atenção de todos e propiciando meios para que estes profissionais consigam colocar em prática as suas atividades, podemos ter diminuição desses crimes.

OP: Pelo fato de o senhor ser ligado à área de segurança, é possível esperar uma secretaria com um foco mais voltado a este setor, do que o trânsito?

WAR: Não. A lei de criação estabelece as normas que a secretaria deve atender na sua competência, entre elas a normatização do trânsito de Marechal Rondon. Então, será um trabalho conjunto buscando acompanhamento de orientação de trânsito e parte de segurança pública, o que também nos preocupa por existir muita cobrança. A gente vai se dedicar, mas em hipótese alguma será interferido no trabalho das polícias. Deixamos de atuar nesta área policial, o que nós devemos fazer é incentivar e oferecer meios dentro do contexto legal para que as polícias atuem no nosso município. Pretendemos que as polícias saibam que têm na Secretaria de Segurança e Trânsito um parceiro para desempenhar suas atividades.

OP: Já há um planejamento de ações para este início de trabalho na pasta?

WAR: Sim, há um planejamento que vem do ano passado. Nós temos alguns convênios que se encerram na metade do ano, existem licitações que ocorreram no ano passado e detalhes com relação ao convênio entre prefeitura e BPFron, com a Delegacia Cidadã, Corpo de Bombeiros e Instituto de Identificação. Estes convênios estão vigentes e em andamento. Isso nós vamos manter, acompanhar passo a passo e atender prontamente. Existe um programa de trabalho a ser desempenhado durante o ano, que será colocado em prática paulatinamente para que a comunidade se sinta bem.

OP: As décadas de experiência obtidas pela sua atuação na PM tendem a contribuir para reestruturar e tornar mais dinâmicos os trabalhos na Secretaria de Segurança e Trânsito?

WAR: Eu espero que os contatos que nós temos na polícia do Paraná todo, na Secretaria de Segurança e esta experiência de 34 anos como policial militar sejam transformados em atitudes que beneficiem a Secretaria de Segurança e Trânsito. O prefeito Marcio montou a equipe com o compromisso de colocar nas secretarias pessoas técnicas, então eu espero cumprir esta missão que o prefeito confiou a mim. Sou uma pessoa muito aberta ao diálogo, de fácil trato e que vai procurar as pessoas para me auxiliarem. É preciso apoio de todas as secretarias para que a administração Marcio e Ila seja coroada de êxito. Se a minha secretaria falhar, talvez a administração receba críticas e eu não quero que isso ocorra. Em hipótese alguma ela não vai funcionar por falta de empenho do secretário e de sua equipe, pois trabalharemos incansavelmente. Sabemos que não tem como prometer acabar com a insegurança. Devemos ter boa prevenção, presença da polícia e, principalmente, quando alguém solicitar, que seja atendido rapidamente.

OP: Os últimos anos foram de muitas mudanças no setor de trânsito rondonense. Implantação de rotatórias, construção de travessias elevadas, lombadas, mudança no curso de ruas, entre outras. O senhor acredita que essas alterações foram benéficas ou já pensa em implementar novas mudanças?

WAR: Essas mudanças foram benéficas para a cidade. Falo calcado em números, que apontam redução de acidentes e mortes no trânsito, e isso é o que importa para nós. Eu acho que as ações do secretário Arlen (Güttges) foram colocadas de uma maneira para preservar vidas e melhorar o sistema de circulação de veículos. É óbvio que algumas coisas devem ser ajustadas e melhoradas, mas muitas foram feitas para o bem e estão dando certo. Nós vamos ouvir a comunidade para saber o que deve ser melhorado e o que deve permanecer. O trânsito de Marechal Rondon pode receber algumas interferências para melhorar ainda mais.

OP: Quando o senhor era comandante da PM em Marechal Rondon o município contava com um trabalho que se tornou referência quanto à prevenção do uso de drogas e violência, chamado de Proerd. O senhor citou o objetivo de reativá-lo. De que forma isso deve acontecer?

WAR: O Proerd é uma meta e ainda neste mês vamos conversar sobre isto. O vereador Vanderlei Sauer (DEM) já nos procurou e adiantou que manteve contato com o oficial encarregado na cidade de Toledo e um policial militar foi designado para reativar o Proerd em Marechal Rondon. O vereador pediu o nosso apoio. Isto será prontamente atendido por enxergarmos este programa como essencial ao município. Quando tínhamos o Proerd na cidade, a incidência de menores nas drogas e no mundo do crime era bem menor do que hoje, com menores também envolvidos em atos infracionais. Assim que levarmos ao seu conhecimento, acredito que o prefeito vai determinar que as secretarias apoiem este projeto. Ainda em julho queremos realizar a primeira formatura do Proerd novamente em Marechal Rondon.

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