Fale com a gente

Marechal "Não temos mais descanso"

Moradores da Linha Schmidt vão à agência da Copel cobrar melhorias diante das constantes quedas de energia

Produtores rurais comentam que nos últimos 15 dias estão tendo que lidar com pelo menos duas quedas de energia por dia, o que tem causado inúmeros transtornos e prejuízos

Publicado

em

(Foto: Andressa Trentin/OP)

Moradores da Linha Schmidt, região de Curvado, interior de Marechal Cândido Rondon, se dirigiram no começo da tarde desta terça-feira (2), à agência da Copel rondonense, onde solicitaram contato com a gerência para encaminhar uma reivindicação, diante das constantes oscilações e quedas de energia registradas naquela região, o que, segundo eles, tem causado inúmeros transtornos e prejuízos.

PROBLEMAS

Conforme os moradores, além das constantes oscilações, há também frequentes quedas de energia, algo que se agravou especialmente nos últimos 15 dias; somente na segunda-feira (1º), primeiro dia de 2024, foram duas quedas: uma pela manhã e outra à noite.

“Muitas vezes fica em meia fase, ou volta e fica na meia fase, e aí os motores queimam com maior facilidade. Na minha casa, por exemplo, um freezer também queimou. O mesmo acontece com os exaustores nos aviários. São longas horas sem energia e nos últimos dias isso tem ocorrido duas vezes por dia. Em suma, é um problema sério o que estamos vivendo”, destacou um dos rondonenses integrante da comitiva.

Outra reclamação exposta pelos moradores da Linha Schmidt à reportagem de O Presente é que a rede de energia local é muito defasada.

“É muito antiga. Essa rede tem 46 anos e nesse tempo todo houve pouca melhoria. Há muito galho perto dela. A gente queria uma rede melhor, nova, estruturada, na beira da estrada, que comporte também o uso de todos, porque nestes anos todos, quanto cresceu cada propriedade. Antigamente usava só para casa, hoje usamos para produzir”, pontuou um dos produtores.

Considerando que praticamente todos os moradores da linha já tiveram e/ou continuam tendo prejuízos, eles resolveram organizar uma comitiva e cobrar explicações e melhorias por parte da Copel.

“A gente quer saber como ficam os nossos gastos com os consertos dos motores. O prejuízo tá ficando grande. É ar-condicionado, exaustores, motores da ordenha, tem o consumo de combustível para manter essa energia quando não tem luz. Isso também está pesando no bolso”, enalteceu um dos integrantes da comitiva, o qual acrescentou: “As nossas atividades não são tão lucrativas assim para a gente conseguir injetar tanto dinheiro para mantê-las”. “Tem postes (de energia) que estão praticamente deitados. Daria para trocar esses postes e já direcioná-los para a estrada, pois são 100 metros pra cima”, expôs outro produtor rural.

Segundo um dos presentes, observa-se que a Copel tem feito investimentos e a intenção é que priorize essa região, que está tendo muitos problemas.

“Há seis anos esse problema era frequente, aí deu uma melhorada, agora faz uns seis meses, oito meses, que novamente está frequente. Nas últimas semanas temos registrado pelo menos duas vezes por dia (queda de energia). Daí você tem que ir regular todos os relógios dos aviários, é um transtorno. Não conseguimos mais nem descansar. Estamos reféns da energia”, reclamou um dos rondonenses, dando coro à outra reclamação:

“Estamos usando gerador para emergência. Um dia vai acontecer que o gerador não vai dar mais conta e quem vai arcar com os nossos prejuízos? Estamos em final de lote de peixes agora e totalmente preocupados com isso, porque se faltar luz à noite e o gerador não der conta, outro dia o açude tá ‘branco’, vai morrer tudo. Não temos mais descanso ou dormimos tranquilos, pois temos que estar atentos a todo momento”, evidencia outro produtor da comitiva.

REUNIÃO COM O GERENTE

Dos cerca de dez produtores rurais presentes à sede da agência rondonense, quatro foram recebidos pelo gerente, Erlon Carlo Canedo.

Mauri Gisch, Gilberto Oswald, Marlos Schutz e Marcelo Fur explicaram a situação e cobraram melhorias urgentes por parte da Copel.

De acordo com os produtores, o gerente da Copel disse que a situação vivida na Linha Schmidt não é um caso isolado; há outras regiões com padrões de energia antigos e redes monofásicas.

Eles disseram que Canedo recebeu as reivindicações e vai encaminhá-las para uma pré-análise e posterior direcionamentos.

Será feito um pedido de prioridade e contactada a Copel de Cascavel, que vai pedir uma vistoria, inspeção ou visita. A situação será analisada, porque alguns trabalhos necessitam de desligamento de energia, outros não, e, também, porque há demandas que a equipe da Copel executa e outras que são feitas por outras equipes.

Sobre a possibilidade de uma rede nova de energia, uma das reivindicações feitas pelos representantes da comitiva da Linha Schmidt, eles disseram que o gerente da Copel declarou que tudo depende de análise de viabilidade.

Um dos representantes da comitiva repassou fotos da rede atual e o gerente anotou o contato dele para informar sobre os desdobramentos da reivindicação.

A expectativa é de que uma vistoria ao local seja feita ainda esta semana por parte de equipe da Copel.

Registro do encontro dos produtores rurais na agência da Copel

Imagens da rede de energia nas imediações da Linha Schmidt:

Ana Paula Wilmsen/O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente