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Marechal Mapa assistencial

Número de beneficiários de cestas básicas cresce 200% em Marechal Rondon

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Secretária de Assistência Social de Marechal Rondon, Josiane Laborde Rauber: “A vulnerabilidade não pode ser condicionada apenas à situação socioeconômica das pessoas. Ela engloba também questões de moradia, educação e acesso a oportunidades para desenvolvimento enquanto cidadãos. Portanto, toda vez que uma família ou indivíduo não consegue ter acesso a condições básicas de sobrevivência está em vulnerabilidade social” (Foto: Divulgação)

Um ano e um mês depois de ter sido decretado estado de calamidade pública no Brasil devido à Covid-19, os efeitos da pandemia ainda são visíveis nas mais diversas esferas. Empresas fechadas, pessoas demitidas e queda na renda daqueles que se mantiveram empregados foram alguns pontos grandemente afetados pela crise do coronavírus no país. Quem já passava por dificuldades viu sua situação piorar ainda mais com a ascensão do vírus. Em Marechal Cândido Rondon essa piora nas condições também foi percebida nas parcelas mais vulneráveis da população.

“A pandemia trouxe dificuldades e obstáculos em todos os setores e com as famílias em vulnerabilidade social no município não foi diferente. A questão do desemprego ou emprego informal se evidencia neste cenário pandêmico, o que afeta diretamente a renda familiar e, por conseguinte, gera aumento na procura pelos benefícios eventuais”, sintetiza ao O Presente a secretária de Assistência Social de Marechal Rondon, Josiane Laborde Rauber.

Ela destaca que a problemática da vulnerabilidade social é ampla. “Não pode ser condicionada apenas à situação socioeconômica das pessoas. Ela engloba também questões de moradia, educação e acesso a oportunidades para desenvolvimento enquanto cidadãos. Portanto, toda vez que uma família ou indivíduo não consegue ter acesso a condições básicas de sobrevivência está em vulnerabilidade social”, explica.

 

AUMENTO NAS DEMANDAS

Para Josiane, a diminuição de renda das famílias foi o ponto responsável pelo agravamento da situação de necessidade da população. “Marechal Rondon sempre teve famílias em acompanhamento devido à vulnerabilidade social, econômica e familiar. Com a pandemia é visível o aumento nas demandas, principalmente pelo benefício eventual da cesta básica como garantia da proteção familiar. Outro benefício bastante procurado é o Programa Bolsa Família, como garantia de renda às famílias em vulnerabilidade econômica”, expõe a secretária, informando: “Ambos os benefícios são ofertados pelo Cras (Centro de Referência de Assistência Social), com atendimento de segunda a sexta-feira”.

Segundo ela, não há como especificar um tipo de demanda mais requerido nos serviços de assistência. “As necessidades são diversas. Cada família que procura a política de assistência tem sua particularidade”, afirma.

Questionada sobre quais regiões do município são observadas mais situações de vulnerabilidade, a secretária menciona que o fenômeno acontece em todos os locais.

 

NOVAS PESSOAS

Moradores de longa data do município percebem cada vez mais a chegada de pessoas vindas de outras localidades para Marechal Rondon procurando oportunidades de emprego. Parte desses novos rondonenses se instalam na cidade e passam por dificuldades até que conseguem se estabelecer. A dirigente da pasta considera que a pandemia tem prejudicado as pessoas em situação de pobreza. “O acesso à renda e outras necessidades básicas foi reduzido para a parcela mais vulnerável da população”, aponta.

As famílias que se mudam para Marechal Rondon, menciona ela, são auxiliadas nos atendimentos. “Nota-se a vinda de novas pessoas ao município em busca de emprego, melhores condições de vida e acesso a serviços públicos de qualidade. Assim, sempre se orienta a busca no Sine (Sistema Nacional de Emprego) ou em empresas que estão divulgando vagas de empregos”, comenta.

 

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Marechal Rondon, destaca Josiane, segue o que prevê o Sistema Único de Assistência Social (Suas), que normatiza os serviços assistenciais ofertados. O município oferta, de acordo com ela, serviços nos níveis de proteção social básica Cras, no Centro de Atendimento a Família (Caf) e proteção especial no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Serviço de Acolhimento. “Atualmente, cerca de 400 famílias estão em acompanhamento psicossocial pelas equipes dos serviços”, estima.

 

200% MAIS CESTAS BÁSICAS

No Cras, explica a secretária, são ofertados os benefícios eventuais, que se tratam de provisões suplementares e de caráter provisório. “Com a pandemia, a procura pelo benefício de cesta básica teve aumento de 200% em relação aos anos anteriores. Desde o início da pandemia foram entregues em torno de quatro mil cestas básicas e dois mil kits de limpeza”, mensura, emendando: “O município adquiriu as cestas com recursos próprios e do governo estadual, além de ter recebido cestas da Defesa Civil e por doação de entidades rondonenses”.

Josiane lembra que a concessão dos benefícios eventuais acontece por meio de avaliação profissional. “Isso em conformidade ao que prevê a lei municipal nº 5.072/2018 e a resolução 01/2020 do Conselho Municipal de Assistência Social”, salienta.

 

BOLSA FAMÍLIA

O Cras também auxilia no cadastramento para programas sociais ou CadÚnico, de acordo com a dirigente da pasta. “É um instrumento de coleta de dados e informações que identifica as famílias de baixa rendas existentes no país para fins de inclusão em programas de assistência social e redistribuição de renda. Assim, possibilita o acesso ao Bolsa Família e outros programas”, detalha.

Josiane enaltece que o Programa Bolsa Família é condicionado a famílias em situação de vulnerabilidade econômica. “Em março de 2020 havia 696 famílias beneficiárias do programa em Marechal Rondon. No mesmo mês de 2021, o programa tinha 856 famílias, ou seja, houve um aumento de 22% em relação ao ano passado”, informa, ampliando: “Cerca de 5% da população do município é beneficiária do Programa Bolsa Família”.

Entre o total de famílias rondonenses que recebem o benefício, algumas possuem renda inferior a R$ 89 per capita, relata a secretária. “Pelo critério do governo federal, essas famílias são consideradas na extrema pobreza, e das 856 famílias beneficiárias do Bolsa Família, 255 estão nessa situação”, lamenta.

 

AUXÍLIO EMERGENCIAL

Além do Programa Bolsa Família, outro programa do governo federal em caráter não definitivo foi instituído para prestar apoio às famílias em situação de vulnerabilidade, o Auxílio Emergencial, oportunizado devido às complicações da pandemia. “O auxílio possibilitou maior acesso à renda. Foi um benefício positivo, trouxe a garantia de renda às famílias. Cabe ressaltar que o auxílio emergencial é vinculado à Caixa Econômica Federal, desde a seleção das famílias beneficiárias ao pagamento do benefício”, salienta a secretária.

As famílias atendidas pelo Bolsa Família e que se inscreveram para receber o auxílio emergencial recebem apenas um dos benefícios. O beneficiário fica com o maior valor dentre os programas, desde que cumpra as regras estabelecidas. Ao final do auxílio emergencial, o Bolsa Família volta a ser pago a este beneficiário.

 

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