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Marechal AgroJovem

Podcast criado por rondonense tem 1,2 mil ouvintes mensais

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em

(Foto: Divulgação)

Na literatura há um movimento chamado Arcadismo, no qual a principal característica é a exaltação da vida campestre. Para os árcades, a plenitude e a felicidade só eram alcançadas quando o indivíduo fugia do ambiente urbano – o chamado fugere urbem (fugir da cidade). Na região Oeste do Paraná pode-se dizer que há vários adeptos deste bucolismo.

O engenheiro agrônomo e comunicador Lucas Dierings, nascido em Tupãssi, mas rondonense de coração, por exemplo, encontrou uma forma moderna de incentivar a sucessão familiar, a permanência do jovem no campo e evitar o êxodo rural.

Por meio do podcast AgroJovem ele conversa com jovens do agronegócio sobre gestão rural, empreendedorismo, inovação e tecnologias na área. Em entrevista ao O Presente, Dierings conta que o amor pelo campo é algo que vem da infância. “Desde pequeno morei em sítio. Depois de um tempo saímos porque não tínhamos rentabilidade, na época. Não havia gestão administrativa e nem financeira. Era simplesmente produzir e trabalhar na roça. Por isso viemos morar na cidade”, relembra ele, que mudou primeiro para Entre Rios do Oeste e depois para Marechal Cândido Rondon.

Como sempre gostou da rotina do campo, quando chegou a hora de escolher uma faculdade é claro que Dierings optou por cursar Agronomia. “A gente sente falta de estar próximo à natureza”, comenta ele, que após a graduação passou a trabalhar com gestão financeira rural. “Comecei a perceber que os produtores não fazem este gerenciamento. Muitos não têm a visão de negócio como empresário, apenas como negócio familiar”, pontua.

E essa percepção foi além quando Dierings participou do Programa de Jovens Líderes do Agro, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2021. Lá, ao conversar com jovens da área, ele notou que isso era um problema em nível nacional. “Foi quando pensei de que forma poderia ajudar esses agricultores de maneira eficiente. E aí surgiu a ideia do podcast AgroJovem. Conversar com quem faz acontecer e contemplar as pessoas que estão nesse processo de aprendizado”, enaltece.

Atualmente, cerca de 1,2 mil ouvintes mensais acompanham os bate-papos sobre administração rural, comunicação, liderança e, claro, sucessão familiar.

 

A hora dos filhos

É natural que cada geração tenha seu modo de agir e pensar. Encontrar harmonia entre a experiência dos veteranos e o vigor dos novatos é essencial para que o agronegócio continue firme e forte. Entretanto, Dierings diz que apenas 1/3 dos filhos de produtores rurais participa do dia a dia da propriedade rural das famílias. Por isso a sucessão familiar é um dos temas mais debatidos no podcast comandado por ele.

De acordo com uma das descrições do programa relacionado a este tema, o incentivo é pouco e quando tem, sempre há conflitos, seja pelo trabalho ou pelas decisões do futuro. Sobre isso, o engenheiro agrônomo diz que é fundamental olhar a diversificação de ativos que injetem dinheiro no fluxo do caixa, assim, remunerando toda a família que está envolvida na gestão do negócio. “Novamente é sobre ter uma visão empresarial e transformadora. Deste modo o produtor reduz custos e, o mais importante, investe de forma inteligente e transparente”, enfatiza.

Dierings destaca que chegou a hora dos filhos começarem a assumir a iniciativa de liderança voltada à gestão. “A geração anterior focou em produzir. Agora é a vez dos filhos e suas esposas auxiliarem nesta gerência, principalmente com tecnologia. É hora de participarem, entrarem no negócio e ajudarem a família a prosperar nas atividades rurais, utilizando a gestão como ferramenta para a sucessão familiar”, orienta.

 

Caminho da inovação

O jovem é atraído por novidades e por isso o agronegócio precisa vencer o desafio de se modernizar. Segundo Dierings, a visão dos jovens em relação ao agronegócio está mudando aos poucos. Para ele, o Oeste é pioneiro em liderar esta mudança e isto está atrelado ao forte cooperativismo na região. “Isso cria oportunidades de desenvolvimento nas diversas atividades rurais, como gado de leite, suinocultura, agricultura de corte e também a de peixes, que vem crescendo bastante nos últimos anos. É tudo fruto de uma boa relação entre as grandes cooperativas e os produtores rurais”, opina.

Ele entende que tudo implica em mudanças com plataforma de gestão, levando uma visão de negócios voltada aos números, às informações e ao gerenciamento de empresas. “O Paraná vem puxando a frente neste quesito”, afirma.

O comunicador explica que o agronegócio tem quatro fontes principais: antes da porteira (empresas de insumo), dentro da porteira (agropecuária em si e a agricultura, que são os produtores rurais), a agroindústria e a logística. “Todas têm sistema de informação, são bem tecnificadas em números e tecnologia para que sejam tomadas decisões eficientes e assertivas, com exceção da agropecuária, a única que fica atrás em questões de informação e tecnologia do próprio negócio, ao mesmo em tempo que é uma das que mais faturam no mercado”, pontua.

Ele comenta que no Brasil há mais de sete milhões de produtores rurais. “São inúmeras oportunidades que estes agricultores têm de ser mais eficazes no próprio negócio, tanto que no Paraná há vários exemplos de produtores que estão também se tornando investidores rurais, olhando seu negócio como uma visão e cultura empreendedora”, relata.

Lucas Dierings: “Apenas 1/3 dos filhos de produtores rurais participam do dia a dia da propriedade rural das famílias” (Foto: Divulgação)

 

Novidades

E para deixar os produtores mais antenados, Dierings dá um spoiler: vem novidade por aí. “Estamos montando um estúdio profissional e vamos migrar para o YouTube também. Montar uma sala mais dinâmica para recebermos os convidados e fazer reuniões com os produtores de forma presencial”, anuncia.

Os interessados em acompanhar o podcast podem procurar AgroJovem na aba de buscas dos streams Spotify, Apple, Amazon e Google.

 

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