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Marechal Usados em alta

Proprietários de garagens de Marechal Rondon estão com dificuldade para encontrar carros no mercado

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(Foto: Sandro Mesquista/OP)

Ao passo que as revendas de veículos seminovos comemoram o aumento nas vendas, principalmente em razão da falta de carros novos, os proprietários de garagens de Marechal Cândido Rondon estão com dificuldade para encontrar carros no mercado.

O município acompanhou o crescimento da comercialização de seminovos, que aumentou no Estado no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2020, segundo dados da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Paraná (Assovepar).

De acordo com o último levantamento da associação, o mês de julho apresentou o melhor desempenho deste ano, quando foram vendidas 119.001 unidades, sendo que no mês anterior a quantidade foi de 103.790 veículos, aumento de 14%. Enquanto que em julho de 2020 o número de automóveis vendidos foi de 93.678, o crescimento é de 27%.

 

Seminovos

O casal de agricultores Cenira e Ari Klein se deslocou do município de Santa Helena, onde reside, para trocar em Marechal Rondon o carro usado da família por um seminovo.

Cenira revela que optaram por um veículo seminovo devido ao orçamento disponível no momento. “Aqui tem mais opções do que na cidade onde moramos, mas ainda não decidimos qual comprar”, expõe.

Conforme o consultor de vendas da Beto Marcas, Tiago Rieger, no mês de julho deste ano a venda de seminovos aumentou cerca de 25% em comparação ao mês anterior. De acordo com ele, a indisponibilidade de veículos zero quilômetro desde o início da pandemia está fazendo os compradores optarem por seminovos. Segundo o profissional, a venda de veículos com um ou dois anos de uso cresceu em torno de 35% na loja onde trabalha. “Isso acontece porque continuam faltando carros novos por conta da falta de matéria-prima para concluir a fabricação desses veículos nas montadoras”, destaca.

Casal de agricultores Ari Klein e Cenira se deslocou do município de Santa Helena, onde reside, para trocar em Marechal Rondon o carro usado da família por um seminovo (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

Escassez de veículos

Rieger revela que há dificuldade para comprar carros seminovos na praça. “A oferta de seminovos que tinha antes da pandemia não tem mais, então, a gente compra caro e precisa vender mais caro. Às vezes deixamos de negociar porque não temos margem para trabalhar”, expõe.

O sócio-proprietário da Franciosi Multimarcas, Samuel Franciosi, também aponta a escassez de veículos seminovos, o que, segundo ele, é um agravante para o setor que ainda se recupera da crise gerada pela pandemia. “A demanda está grande, mas os veículos seminovos estão escassos para a gente comprar”, lamenta.

De acordo com Sidnei Donel, proprietário da Sidão Multimarcas, revenda de veículos novos e usados de todas as marcas, as concessionárias autorizadas deixaram de revender os veículos seminovos para manter seus estoques. “Estamos conseguindo alguns seminovos apenas se pegamos como parte do pagamento pelo zero quilômetro”, menciona.

Segundo ele, em razão da grande demanda por seminovos, o estoque da loja está cerca de 30% abaixo do normal. “Antigamente conseguíamos repor o estoque com mais facilidade porque havia mais opções, e isso não está acontecendo agora”, comenta.

O empresário destaca que muitos clientes procuram modelos seminovos da linha Hyundai por causa da garantia de cinco anos. “A procura por essa marca está grande porque a pessoa compra um seminovo ainda com garantia de fábrica”, pontua.

Sócio-proprietário da Franciosi Multimarcas, Samuel Franciosi: “A alta demanda por usados elevou consideravelmente os preços dos veículos. Teve um reajuste grande nos últimos meses. Algumas marcas e modelos subiram em torno de 20%, como SUVs e caminhonetes a diesel” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

Aumento nos preços

Para o sócio-proprietário da Franciosi Multimarcas, além da demora na entrega dos carros novos, o crescimento da demanda por seminovos se deve também ao fato do aumento nos preços dos veículos novos nos últimos 12 meses. “Acredito que essa elevação dos preços dos carros novos e a demora na entrega fazem com que muitas pessoas optem por veículos seminovos”, opina.

Franciosi diz que a grande demanda por usados elevou consideravelmente os preços dos veículos. “Teve um reajuste grande nos últimos meses. Algumas marcas e modelos subiram em torno de 20%, como SUVs e caminhonetes a diesel”, informa.

Rieger, da Beto Marcas, concorda que a maior procura por usados forçou a alta dos preços. “E a cada mês os valores dos carros usados estão subindo em torno de 1,5% a 3%, dependendo da marca”, pontua.

Segundo ele, as marcas japonesas como Toyota, Nissan e Honda são as que mais sofrem acréscimos mensais. “Já nos carros franceses o aumento é bem menor”, compara.

Conforme o consultor de vendas, o aumento nos preços dificulta as negociações com os clientes. “Tem gente que vai esperar o retorno dos carros novos para ver se baixa o valor dos usados”, relata.

Em contrapartida, Rieger destaca as taxas bancárias de juros que estão favoráveis para a aquisição de veículos. “Os bancos estão ajudando e nós procuramos sempre a melhor taxa para nossos clientes. Isso ajuda muito para finalizar uma venda”, considera.

Consultor de vendas da Beto Marcas, Tiago Rieger: “As caminhonetes novas, linha diesel, demoram até oito meses para serem entregues e algumas marcas não têm previsão de entrega para esse ano devido à fila de espera” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

Vantagens do seminovo

Comprar um carro pode ser a realização de um sonho para muitas pessoas, principalmente quando o veículo é zero quilômetro, todavia, existem prós e contras tanto em adquirir um veículo novo quanto comprar um seminovo.

Ao adquirir um veículo novo, o proprietário precisa arcar com despesas com documentação, emplacamento e impostos, o que normalmente não acontece na compra de um seminovo. No entanto, os novos costumam ter garantia de três anos de fábrica, o que é uma segurança para o consumidor.

Para Franciosi, existe outra desvantagem em se adquirir um novo. “Depois que o carro for emplacado você já vai perder cerca de 10% a 15% do valor que pagou, contando que já não é mais zero quilômetro”, enaltece.

Veículos novos demoram de 30 a 180 dias para serem entregues e algumas marcas e modelos não têm previsão para este ano: escassez de carros zero quilômetro se deve à falta de componentes eletrônicos vindos principalmente da China, que não está conseguindo atender a demanda mundial de peças (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

Entrega de veículos novos

De acordo com Rieger, alguns modelos de veículos novos demoram de 30 a 180 dias para serem entregues. “Tem alguns carros utilitários que as montadoras não estão aceitando pedidos, porque não têm previsão de entrega para esse ano”, salienta.

 

Cenário positivo

Para o consultor de vendas da Beto Marcas, o cenário é positivo para os próximos meses e a expectativa é de que a situação normalize aos poucos com a chegada de carros novos nos estoques. “Com mais veículos novos, automaticamente surgirão mais seminovos, o que deve normalizar os valores e aumentar as vendas”, analisa.

Na opinião do proprietário da Sidão Multimarcas, o mercado de seminovos normalizará somente quando as montadoras conseguirem entregar carros novos com mais rapidez. “Mas acredito que isso deve acontecer mais para o fim do ano ou início do ano que vem”, prevê.

Proprietário da Sidão Multimarcas, Sidnei Donel: “As concessionárias autorizadas deixaram de revender os veículos seminovos para manter seus estoques. Estamos conseguindo alguns seminovos apenas se pegamos como parte do pagamento pelo zero quilômetro” (Foto: Sandro Mesquita/OP)

 

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