Fale com a gente

Marechal Nesta segunda-feira

Rede privada de ensino retoma aulas presenciais em Marechal Rondon

Publicado

em

Mudanças e adaptações definem o começo do ano letivo no município. Diretores dos colégios apostam num recomeço seguro, baseado nas recomendações dos órgãos de saúde (Arte: O Presente)

Depois de meses marcados por incertezas e adaptações, o setor educacional encara um novo desafio: o recomeço das aulas em 2021.

Com a vacina contra o coronavírus avançando, já é possível driblar, em tese, a pandemia e sentir um pouco a sensação da tão aguardada normalidade, especialmente na rede privada, na qual o ano letivo vai começar de forma presencial.

Em Marechal Cândido Rondon, o Colégio Cristo Rei retomou as aulas presenciais nesta semana e o Colégio Evangélico Martin Luther e o Colégio Luterano Rui Barbosa iniciam as atividades letivas na segunda-feira (08). A reportagem do Jornal O Presente conversou com representantes dos educandários sobre as expectativas para esse momento.

 

PROTOCOLOS DE SAÚDE

Os diretores pedagógico e administrativo do Cristo Rei, Roque Cezar Batista e Valtenci Tosta das Neves, respectivamente, ressaltam que a instituição atendeu os alunos presencialmente já em parte de 2020 e que na segunda-feira (1º) teve início o ano letivo 2021. “O colégio vem atendendo os alunos de maneira presencial/escalonada desde setembro do ano passado, seguindo todas as recomendações dos protocolos de segurança. Nenhum aluno ou colaborador apresentou sintomas de Covid-19”, destacam.

A garantia da saúde no colégio, pontuam, é baseada nos protocolos de segurança aprovados pelos órgãos competentes e, além disso, na promoção da consciência sobre a necessidade do cuidado. “A gestão do colégio acompanha como tem sido a educação em nível mundial e muitos países pararam apenas por pequenos períodos e, após retornarem, não registraram aumento de transmissão, como é o caso do Japão”, exemplificam.

Diretores pedagógico e administrativo do Colégio Cristo Rei, respectivamente, Roque Cezar Batista e Valtenci Tosta das Neves: “É preciso respeitar o momento que vivemos e fazer as mudanças e adaptações necessárias para uma educação de qualidade em qualquer tempo” (Foto: Divulgação)

 

DIFERENTES MODALIDADES

De acordo com os diretores, ao se falar sobre o ensino híbrido é preciso observar que se tratam de duas modalidades que se complementam, presencial e on-line. “Esse modelo permite ao professor e aos alunos um pouco mais de interação durante o processo de ensino e aprendizagem. A utilização das plataformas de aprendizagem favorece o ensino híbrido, pois colocam à disposição uma gama de recursos e fontes de aprendizagem significativas para serem exploradas”, avaliam.

No que tange à parte presencial do ensino híbrido, Batista e Neves destacam que tudo deve acontecer em conformidade ao Protocolo de Biossegurança, assegurado pela resolução da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) nº 0098/2021. “Com atendimento inicial dos bebês e crianças até dez anos, é preciso observar o distanciamento tanto na sala quanto no pátio, o uso da máscara e a higienização das mãos. Nas turmas, atividades em grupo não serão realizadas como estratégia de aprendizagem a fim de que se respeite o distanciamento”, expõem.

Os diretores explicam que as aulas acontecem com atendimento presencial e transmissão em tempo real para quem não pode se fazer presente. “É preciso respeitar o momento que vivemos e fazer as mudanças e adaptações necessárias para uma educação de qualidade em qualquer tempo”, avaliam.

 

98,5 % DE APOIO

Os dirigentes da instituição constataram um grande anseio da comunidade escolar para o retorno das aulas presenciais. “A maioria das famílias, 98,5%, está apoiando a decisão da escola e enviando seus filhos para as aulas presenciais. Uma porcentagem pequena, 1,5%, optou pela modalidade a distância, deixando os filhos em casa”, mensuram, pontuando que isso demonstra a confiança e a credibilidade da comunidade na condução e medidas adotadas pelo Colégio Cristo Rei neste momento.

A qualidade, segundo eles, é o que favorece a busca por vagas na instituição. “Experimentamos nesse primeiro momento de 2021 uma grande procura por vagas”, relatam. Ao contrário do que se viu em 2020, uma migração da rede privada para a rede pública, os diretores observaram o movimento inverso: “Nosso colégio tem salas amplas e menos estudantes por turma, o que nos favorece”.

 

QUALIDADE

Além das aulas regulares, o Colégio Cristo Rei ofertará aos alunos oficinas de aprendizagem no contraturno e atendimento de apoio pedagógico individualizado. “Visamos garantir aos nossos alunos uma educação de qualidade, respeitando os valores humanos de forma integrada com o uso da tecnologia em tempos de pandemia”, projetam.

 

BIOSSEGURIDADE

O diretor do Colégio Luterano Rui Barbosa, Cleudimar Wulff, conta que a escola toda foi readaptada, segundo as recomendações sanitárias, para o início das aulas. “As salas foram medidas e reorganizadas adequadamente, respeitando o afastamento e a higienização, a fim de garantir a biossegurança da comunidade escolar”, relatou ao O Presente.

Segundo ele, o ensino remoto vivenciado em 2020 trouxe aspectos positivos, ainda assim, opina, não supera o ensino presencial. “Vimos o enriquecimento tecnológico que alunos e professores tiveram durante esse período de adaptação e percebemos que esse amadurecimento é muito significativo para o crescimento pessoal. Por outro lado, nossas crianças e adolescentes precisam do contato presencial, pois ele é de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo e social de cada pessoa. O ensino remoto, com as aulas síncronas e assíncronas, foi importante para que os alunos pudessem continuar estudando e enriquecendo seus conhecimentos.  Da mesma maneira, o ensino híbrido, quando se fizer necessário, será bem-vindo, pois será uma alternativa para continuar o processo do ensino”, compara.

Diretor do Colégio Rui Barbosa, Cleudimar Wulff: “Nas aulas presenciais os professores têm um melhor feedback sobre como está sendo o processo de aprendizagem do aluno. Essa sondagem é muito importante para que o docente consiga melhorar ainda mais o processo de ensino, facilitando o processo de aprendizagem” (Foto: Arquivo/OP)

 

MUDANÇAS

O dirigente avalia que, se comparado a 2020, tudo muda na vivência escolar: alunos e professores anseiam por esse momento. “O estudante estará novamente na escola, convivendo com a comunidade escolar. Para iniciar, uma grande mudança está relacionada ao distanciamento social, mesmo em áreas sociais e comunitárias, com espaços delimitados e cuidados com a higienização. Se compararmos com o ano passado, a mudança é ainda maior, pois nas aulas presenciais os professores têm um melhor feedback sobre como está sendo o processo de aprendizagem do aluno. Essa sondagem é muito importante para que o docente consiga melhorar ainda mais o processo de ensino, facilitando a aprendizagem”, afirma Wulff.

As matrículas da instituição, expõe o diretor, estão caminhando conforme as projeções. “Noventa e nove por cento das nossas famílias apoiam nosso retorno. Há casos de famílias, contudo, que têm entes que fazem parte do grupo de risco ou alunos que estão no grupo de risco e necessitam de atenção especial. A secretaria escolar relata que as famílias estão bem contentes e motivadas com o nosso retorno presencial”, enaltece.

 

RISCOS

Segundo o diretor do Rui Barbosa, não se pode dizer que a sala de aula não apresenta riscos de contaminação. “Os riscos são os mesmos que de outras atividades do cotidiano. Porém, observadas as medidas de proteção, o retorno dos alunos às escolas é importante e essencial”, opina, emendando que, neste cenário, a demanda on-line e remota ainda deve ser observada.

 

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Ainda no ano passado, comenta Wulff, os alunos do Ensino Fundamental II e Médio do Rui Barbosa passaram por uma avaliação diagnóstica on-line, que serviu para avaliar a aprendizagem. “Em outubro de 2020 passamos a atender de modo personalizado alunos da Educação Infantil e Fundamental I, quando fizemos diagnósticos já nas salas. Assim, temos realizado atendimentos pedagógicos para ajudar nas possíveis defasagens da aprendizagem. Em 2021, todos os alunos terão monitorias no contraturno, com professores auxiliando nas possíveis lacunas de aprendizagem”, pontua.

 

PRESENCIAL ADAPTADO

No Colégio Evangélico Martin Luther as aulas iniciam na segunda-feira com um modelo presencial adaptado. “Dividimos praticamente todas as turmas em grupos menores para respeitar os limites, e para isso até alugamos mais salas da comunidade para fazer a divisão”, menciona o diretor Ildemar Kanitz. Segundo ele, o ensino presencial é comprovadamente o melhor, mesmo que não seja nos mesmos moldes que antes. “Temos uma interação melhor do aluno com o professor, essa é a vantagem”, frisa.

Na visão do dirigente, um ensino presencial normal como o de antes da pandemia não deve acontecer antes de 2022. “Estamos programados para que o ano todo seja nesse formato, mas esperamos que ano que vem se normalize”, diz.

Diretor do Colégio Martini Luther, Ildemar Kanitz: “Eu acredito que as crianças não são as grandes vilãs da contaminação. São muito respeitosas e costumam obedecer às regras. Se bem orientadas, elas são as que mais sabem se cuidar” (Foto: Divulgação)

 

PAIS VIBRANDO

Na avaliação do diretor, as reações dos pais são totalmente diferentes. “Há pais receosos, que disseram que seus filhos não voltam para a sala de aula. Por isso, as aulas serão todas transmitidas (on-line) e o aluno pode acompanhar de casa. Alguns pais querem assim e está tudo bem, a qualidade continua a mesma, assim como foi no ano passado. Alguns pais estão vibrando, porque é uma questão de organização familiar, largaram o emprego para cuidar dos filhos ou tiveram um custo grande em contratar pessoas para cuidá-los. Com os filhos na sala de aula com todos os cuidados de saúde, higiene e distanciamento, os pais ficam tranquilos. Por fim, alguns diziam que se não voltassem as aulas presenciais eles não rematriculariam os filhos”, evidencia.

Diante dos diferentes comportamentos, Kanitz aponta que a instituição deve começar o ano com menos alunos que no ano passado. “Neste ano devemos perder alguns alunos, porque não tivemos uma procura tão grande de alunos novos. Um ou outro pai tirou o filho, mas a nossa maior dificuldade foi em relação a matrículas novas provenientes de alunos que vêm de outras cidades”, expõe.

 

SEGURANÇA

Nas palavras do diretor, em relação ao retorno das aulas presenciais, “dizer que não há risco nenhum é irresponsável”. Acompanhando a educação mundo afora, ele aponta que muitos países retornaram ao ensino presencial e isso não comprovou aumento nos casos de Covid-19, como se temia. “Eu acredito que as crianças não são as grandes vilãs da contaminação. São muito respeitosas e costumam obedecer às regras. Se bem orientadas, elas são as que mais sabem se cuidar. Nesse sentido, existe a possibilidade de retomar as aulas de uma maneira tranquila, obviamente com todos os cuidados necessários”, considera.

 

RETOMADA DOS CONTEÚDOS

Kanitz diz que três padrões foram percebidos no Martin Luther: alunos sem lacunas depois das aulas remotas, alunos que tiveram dificuldades para se adaptar e alunos com dificuldades reais. “Esses são casos pontuais. Vamos mapear, temos indicativos e faremos sondagens para verificar o que foi aprendido ou não. A partir disso, trabalharemos pontualmente com os alunos que tiveram dificuldades e vamos focar nisso o ano todo”, adianta.

Segundo ele, há mais pessoas trabalhando na instituição e, se possível, até meio de ano essas questões devem ser sanadas. “A demanda não é grande e boa parte do que precisava ser feito conseguimos fazer no ano passado”, assegura.

 

PSICOMOTRICIDADE

Além dos olhares voltados à recuperação dos alunos, Kanitz ressalta que a instituição inicia 2021 com o projeto de psicomotricidade em alta. “Mesmo em tempos de pandemia conseguimos apresentar novidades. O projeto teve que se adaptar, mas ainda assim tem muito a favorecer no desenvolvimento das crianças do Ensino Infantil e Fundamental”, finaliza.

 

MUNICIPAL E ESTADUAL

Na rede municipal rondonense, os professores participaram até ontem (05) das atividades da semana pedagógica. O ano letivo nas 17 escolas da rede municipal e nos oito Centros Municipais de Educação Infantis (Cmeis), que atendem 5,3 mil alunos, começa nesta segunda-feira (08). De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o atendimento deve acontecer de forma remota em um primeiro momento, tal como foi realizado em 2020. Confira a matéria na íntegra clicando aqui.

Na rede estadual de ensino as aulas estão previstas para iniciar no próximo dia 18, no formato híbrido.

 

O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente