Fale com a gente

Marechal Internacionalização de empresas

Rondonense conta experiência de missão técnica em Portugal

Depois de participar de capacitações, Juliana Schneider passou uma semana em imersão comercial no país português

Publicado

em

(Foto: Divulgação)

Internacionalizar uma empresa é sempre um desafio. Pensando nisso, a rondonense Juliana Schneider participou de uma missão técnica a Portugal a partir de um programa organizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que propiciou capacitações teóricas e práticas a pequenas empresas focando o mercado internacional.

Fundadora da JP Schneider Consultoria e Treinamentos, empresa parceira da marQ Consultoria, de São Paulo, Juliana contou ao O Presente como foi a experiência de prospectar negócios em território português. Confira.

Fundadora da JP Schneider Consultoria e Treinamentos, empresa parceira da marQ Consultoria, de São Paulo, Juliana Schneider: “A internacionalização comercial é um passo muito importante para o desenvolvimento da empresa e começar por Portugal pode ser um facilitador por ser o mesmo idioma” (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)

O programa

A iniciativa “Internacionalização de Pequenos Negócios”, do Sebrae e da Fiep, visa propiciar a internacionalização das micro e pequenas empresas, partindo de Portugal e com potencial para avançar ao mercado europeu como um todo. Cerca de 30 empresas participaram das capacitações e um terço destas integraram uma missão técnica em solo português.

As inscrições aconteceram no começo de 2021 e no mesmo ano tiveram início as preparações. “Soube da oportunidade via Iguassu Valley.Rondon e me interessei por pensar na expansão e, principalmente, internacionalização dos negócios. Fiz a inscrição e consegui dar segmento”, expõe.

Totalmente on-line, as capacitações foram realizadas no ano passado, de maio a dezembro. “Ao longo desse período, os treinamentos abordavam diversos assuntos, como Exportação, Marketing Internacional e outros aspectos relativos ao mercado. A maioria das empresas inscritas eram do ramo de produtos, enquanto eu era uma representante do setor de serviços. Em alguns momentos, tivemos algumas consultorias focadas para cada empresa e segmento”, conta.

Ida a Portugal

Nove empresários que participaram das capacitações foram ao país português. “A ida a Portugal através da missão foi uma oportunidade disponibilizada, mas aconteceu por adesão dos empreendedores. Foi um investimento de R$ 850 ao longo das capacitações e, na parte da missão, algo em torno de R$ 10 mil para uma semana de vivência, hospedagem e um cronograma bem rico de imersão comercial”, detalha.

Em Portugal, Juliana pôde conhecer os hábitos, cultura e, consequentemente, um pouco sobre o mercado português. “Temos a mesma língua, mas a cultura e a pegada do business são muito diferentes. Ter essa vivência foi bem interessante”, enaltece.

“Viajar e ver que o mundo está voltando à normalidade depois da pandemia também foi muito gratificante”, destaca a rondonense (Foto: Divulgação)

Experiências

A missão técnica aconteceu de 23 a 27 de maio. No primeiro dia, a rondonense passou pela experiência do “safari urbano”. “A gente entendeu como as coisas funcionam, visitamos alguns shoppings e vimos a dinâmica e consumo do lugar como um todo, contemplando as diferenças e as semelhanças. Também descemos a Avenida Liberdade, experienciando o trânsito e o dia a dia de Lisboa. Foi muito bacana, porque conhecer o ambiente ajuda a entender o business”, considera.

Juliana destaca que os empresários brasileiros tiveram contato com empresas privadas e públicas de Portugal, como a Agência para a Competividade e Inovação (IAPMEI), a Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP), a Embaixada Brasileira, a Câmara do Comércio e a Invest Lisboa. “Portugal está fomentando um crescente Ecossistema empreendedor. A imagem que ficou de Lisboa é que é uma Capital supercompetitiva, inovadora e, o melhor, está de braços abertos para receber empresas e produtos inovadores. Os portugueses estão trabalhando para desburocratizar e tornar mais fácil a abertura de empresas, tanto que vendem essa imagem de que é fácil atuar comercialmente por lá, além de ser um país com alta qualidade de vida”, pontua.

Entre as muitas vivências, a rondonense deu uma voltinha em um veículo da Tesla (Foto: Divulgação)

Abordagem difícil, mas interesse genuíno

De acordo com a empresária, os portugueses costumam ser mais diretos em suas negociações, se comparado aos brasileiros. “A primeira abordagem é uma conquista, porque eles pensam muito bem se vão te atender e só o fazem se realmente tiverem interesse. Diferente do Brasil, quando temos abertura de chegar nos clientes, mas poucos têm real interesse. Por lá, quando eles se disponibilizam a te receber você é muito bem atendido, então não fica aquela coisa ‘forçada’”, compara.

Na foto, os empresários brasileiros que foram à missão em Portugal, acompanhados de consultores do Sebrae e Fiep (Foto: Divulgação)

Rede de contatos

Outro ganho da missão técnica foi o network, aponta a rondonense. “A gente teve conhecimento sobre quem procurar para dar segmento à internacionalização. Esse network é muito bacana, assim como todo o conteúdo relevante a que tivemos acesso, como, por exemplo, entender a tributação portuguesa, documentos necessários para atuar em Portugal e outros passos e suportes que pode contar com cada entidade”, menciona.

Especificamente, Juliana teve contato com representantes do turismo de Portugal e pôde averiguar o atual cenário do setor no país. “Nossa empresa definiu o atendimento a hotéis como foco. Então, apresentamos as boas práticas que a gente já tem no Brasil e em países hispânicos”, relata.

Momento da empresa

A marQ Consultoria, empresa parceira da JP Schneider, trabalha com soluções digitais para a gestão empresarial no setor de hospitalidade, atendendo atualmente em torno de 400 hotéis. Durante a capacitação da missão técnica, a empresa estava no processo de abertura de uma filial no Chile e, segundo a rondonense, os assuntos abordados ajudaram nesse trâmite também.

Apesar de enriquecedora, a empresária ressalta que a participação em um programa desse tipo precisa considerar o estágio de desenvolvimento da empresa. “Depende de cada plano estratégico. No nosso caso foi super relevante, porque estávamos em vias de abrir uma filial na América Latina e conseguimos bastante conhecimento”, salienta.

Prospecção de negócios

Depois da experiência, Juliana diz que o momento é de prospecção de negócios. “Vender lá significa ser remunerado em euro, o que diversifica a forma de faturamento e os clientes”, observa, comentando que a JP Consultoria e a marQ ainda estão na fase de prospecção: “Ainda não fechamos a venda efetivamente, mas as negociações estão acontecendo”.

Ao O Presente, ela declara que “pensar fora da caixa” pode abrir possibilidades às pequenas empresas. “Existem outros mercados, cada um com sua peculiaridade, que podem diversificar o negócio. A internacionalização comercial é um passo bem importante para o desenvolvimento da empresa. Começar por Portugal pode ser um facilitador por ser o mesmo idioma, e uma porta de entrada para o mercado europeu”, enaltece.

O Presente

Clique aqui e participe do nosso grupo no WhatsApp

Copyright © 2017 O Presente