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Marechal Consumo em alta

Saae descarta rodízio e racionamento de água, mas trabalha no limite

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Autarquia garante que o abastecimento segue em dia em Marechal Rondon, todavia orienta munícipes a evitar o desperdício (Foto: Joni Lang/OP)

Apesar da estiagem prolongada que assolou Marechal Cândido Rondon em praticamente todo o mês de dezembro, o abastecimento de água vem sendo mantido normalmente na sede urbana. Em entrevista ao Jornal O Presente, o diretor técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Vitor Giacobbo, assegura que neste momento não existe planejamento em termos de racionamento no fornecimento de água. “Há quantidade bastante grande de poços artesianos e minas de água, mas somos sabedores que devido à grande estiagem, aliada ao calor registrado nos meses de novembro, dezembro e janeiro, o consumo de água aumenta consideravelmente. Portanto, os poços fornecem menos água e seguimos trabalhando no limite”, menciona Giacobbo, acrescentando: “No momento não existe previsão de racionamento, porém a gente pede e faz campanhas para que a população use água conscientemente”.

O diretor comenta que neste período de calor muita gente tem como hábito molhar as plantas e jardins, por isso, ele faz uma sugestão: “Quem tem poder aquisitivo pode implantar nas suas casas cisternas ou caixas que coletam água da chuva para posterior utilização dessa água para molhar as plantas e lavar as calçadas, porque gera economia de dinheiro e evita o desperdício de água tratada, até porque a água fornecida nas torneiras é tratamento com cloro e outros produtos”, ressalta.

Outra recomendação é instalação de caixa d’água nas residências e empresas, porque durante a noite ela fica cheia e garante o abastecimento ao longo do dia. “Outras formas são captar água da chuva para regar plantas, limpar calçadas e lavar carro sem utilizar água potável, que é a questão da cisterna”, reforça.

 

MAIS QUE O NORMAL

Giacobbo diz que seu trabalho enquanto diretor do Saae é estar alerta para que não seja preciso racionar água, de modo que o papel mais importante nesta fase é a conscientização da população em relação ao consumo. “Isso não significa que se a estiagem persistir mais 60 dias não seja necessário fazer racionamento, mas queremos acreditar que não será preciso”, pondera.

Embora o abastecimento não tenha sido afetado no período de estiagem que durou cerca de um mês, as bombas seguem trabalhando mais do que o normal. “Todas as caixas d’água do Saae são reabastecidas durante noite e madrugada, quando não há consumo, de forma que elas ficam preenchidas e garantem o consumo do dia, no entanto sempre há alguma falta de água por rompimento de tubulação, adutoras com algum problema no motor, ou seja, casos pontuais. Por falta de água ainda não teve esse problema, tanto que por enquanto estão descartados rodízio e racionamento no abastecimento, a não ser que a estiagem dure muito mais tempo”, declara.

 

MONITORAMENTO

Além disso, para evitar problemas no abastecimento, o diretor relata que a equipe de bombeadores se dirige a cada duas horas nos poços de água para conferir se os equipamentos estão funcionando. “Precisa ter monitoramento muito próximo, por isso os bombeadores verificam se os equipamentos funcionam, se o nível está baixando ou não, aí sim, dependendo da situação, acontece o rodízio. Nós temos cinco poços no Arroio Fundo e se em um dia baixar muito o nível, passa a usar o poço do outro lado da cidade, então vamos alternando para não tirar toda água de um lugar só com risco de perder poço. A questão está em acompanhar a cada duas horas para evitar problemas”, expõe.

 

PREOCUPAÇÃO

O consumo de água per capita na sede municipal gira em torno de 200 litros ao dia considerando residências, empresas e indústrias. “Posso dizer que é consumida muita água em toda a cidade. Há muitas indústrias como a Unidade de Aves da Copagril, Frimesa, Sooro, Alibra e o Frigorífico de Suínos da Frimesa que consomem volume expressivo de água, lógico que cada uma possui água, mas retira água do subsolo rondonense, então essa preocupação existe”, pontua Giacobbo.

Ele menciona que o Saae contratou em novembro uma consultoria, cuja empresa terá 18 meses para apontar três alternativas futuras e possíveis para o município buscar água potável. “Um dos itens de trabalho objetiva identificar um novo sistema de abastecimento para os próximos 20 anos. Se seguir no ritmo de consumo existente, considerando que a cidade vai crescer e as empresas vão usar mais recursos, em oito, dez anos vai faltar água, portanto devemos planejar, e é isso o que estamos fazendo. Vamos utilizar água do Arroio Guaçu, Arroio Fundo ou da Itaipu, ou onde vamos pegar? Esses estudos técnicos vão apontar qual o caminho mais prudente, uma vez a gente está no limite da perfuração, pois hoje são 42 poços em volta da sede. Nas linhas e distritos não há problema, contudo a sede do município é o que preocupa por causa do grande consumo. Por outro lado, temos certeza de um resultado muito positivo, especialmente no planejamento de longo prazo”, enaltece.

 

Se seguir no ritmo de consumo existente, considerando que a cidade vai crescer e as empresas vão usar mais recursos, em oito, dez anos vai faltar água em Marechal Rondon (Fotos: Joni Lang)

 

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