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Marechal Entrevista ao O Presente

“Só vejo oportunidades nesta nova fase da Alibra”, afirma CEO da indústria com planta em Marechal Rondon

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CEO da Alibra, Luiz Gonzatti: "Queremos crescer com o que já fazemos e investir em inovação. Queremos fazer novos produtos, com características diferentes" (Foto: João Livi)

O Axxon, gestor de fundo de investimentos de private equity, voltado para empresas de médio porte no Brasil, anunciou, nesta semana, a aquisição do controle acionário da Alibra com o objetivo de acelerar seu crescimento no setor de ingredientes no Brasil e fortalecer sua presença especialmente nos segmentos industrial e food service.

Fundada em 2000, a Alibra Ingredientes é uma empresa especializada em fornecer ingredientes alimentícios lácteos e não lácteos, misturas alimentícias em pó e substitutos de queijos para o mercado de alimentos e de bebidas. Possui duas unidades estrategicamente localizadas, uma em Campinas (SP), que é um polo de inovação no segmento de engenharia de alimentos, e outra em Marechal Cândido Rondon, próxima a importantes produtores de matéria-prima.

Com a nova gestão, a Alibra passa a ter Luiz Gonzatti como CEO, trazendo uma larga experiência na área de ingredientes para a indústria alimentícia. Os ex-sócios João Bosco Dias Pinheiro e Roberto Stefanini deixam de fazer parte do negócio, e o fundador Humberto Salvador Afonso (ex-presidente) passa a atuar como conselheiro.

Conforme o novo CEO da companhia, o projeto faz parte de um plano de expansão da atuação do Axxon. “Nosso plano estratégico está baseado na ampliação do portfólio de marcas e produtos, sustentado por investimentos em marketing e tecnologia. A entrada dos novos investidores possibilitará novas capacidades necessárias para suportar um crescimento acelerado da empresa. É um passo muito importante na história de evolução da Alibra e um momento de muita celebração. Estamos entusiasmados para esta nova fase”, enfatiza.

Gonzatti destaca que a empresa já tem um posicionamento consolidado no Brasil. Segundo ele, tal posição se deve a um modelo de gestão diferenciado, onde executivos e colaboradores demonstram total comprometimento com valores como inovação, tecnologia, qualidade, transparência e integridade nas relações com os parceiros de negócios, o que resultou em diversos reconhecimentos e premiações ao longo de todos estes anos.

Em entrevista ao O Presente, o CEO fala da sua trajetória e explica os planos futuros da Alibra. Destaca que a planta rondonense tem papel fundamental para absorver o crescimento previsto pela nova gestão e diz o que a comunidade pode esperar desta nova fase do empreendimento. Confira.

 

O Presente (OP): O senhor passou a integrar recentemente o grupo Axxon e assume como CEO da Alibra nesta nova gestão. Conte-nos um pouco da sua trajetória profissional.

Luiz Gonzatti (LG): Sou um profissional com mais de 20 anos de experiência nesse mercado de ingredientes para alimentos, com experiência principalmente em posições de venda, marketing, desenvolvimento de produtos. Tenho experiências em fusões, aquisições e integrações. Já trabalhei fora do país, na Argentina e na Alemanha, e agora me junto nesse novo capítulo da Alibra. Tenho trabalhado nesse projeto Axxon/Alibra de abril para cá, até a concretização da operação, ocorrida no fim de semana passado.

 

OP: Nos fale um pouco mais sobre o grupo Axxon.

LG: O Axxon é um grupo de fundo de investimento brasileiro fundado há cerca de 20 anos. É um fundo que capta dinheiro no mercado americano, europeu e investe em empresas do Brasil de médio porte, que tenham alto potencial de crescimento, como a Alibra. A Alibra é o primeiro investimento do fundo no ramo de alimentos ou ingredientes para alimentos. Os investimentos anteriores foram em fábricas de calçados, rede de academias, indústria petroquímica e distribuição de produtos agrícolas.

 

OP: O que levou a Axxon a partir para este ramo e adquirir a Alibra?

LG: O Axxon está sempre olhando oportunidades no mercado e a Alibra se encaixava perfeitamente na estratégia: uma empresa de médio porte, de sucesso, com excelentes resultados e com capacidade de crescimento e poder de aumentar a participação de mercado muito grande. Então, juntou-se todos os fatores com o desejo do Axxon de entrar no segmento próximo ao de alimentos, pois são segmentos com crescimento mais uniforme, com muitas oportunidades ainda no Brasil. Além do negócio, da empresa em si, o fundo de investimentos olha o ambiente, a característica das pessoas, o profissionalismo, a organização da cidade e da região. São atrativos a mais. Então, além de recursos naturais e de acesso à matéria-prima, o engajamento das pessoas e o profissionalismo com que elas fazem as coisas e executam o trabalho seguramente foram uns dos precursores do negócio que ajudaram na tomada de decisão do fundo a fazer esse investimento aqui.

 

OP: Com a aquisição do controle acionário da Alibra a fim de acelerar seu crescimento no setor de ingredientes no Brasil, há projetos novos, planos de expansão ou a planta continua da mesma forma?

LG: A questão de instalações permanece. A unidade produtiva em Marechal e um centro técnico/comercial, um escritório de negócios, em Campinas, continua igual. O fundo ou qualquer empresa tem o objetivo de crescimento. O que nós queremos, como gestores da operação, é acelerar esse crescimento. Identificamos oportunidades de crescer ainda mais rápido do que a Alibra vinha crescendo. Para o futuro, o nosso objetivo é crescer. Crescendo, os investimentos são em Marechal Rondon, porque na unidade produtiva não existe nada diferente do que crescer organicamente e crescer aqui.

 

OP: Hoje a Alibra tem em seu portfólio em torno de 600 produtos. Esse leque será ampliado a partir de agora?

LG: O mix de produtos de qualquer empresa, e principalmente em fase de crescimento, vai mudando ao longo do tempo, porque o mercado muda, porque a legislação muda e porque a tecnologia muda. Nós não pretendemos fazer nenhuma mudança radical. Não há nenhum plano de redução dos itens produzidos ou de ampliação importante. Queremos crescer com o que já fazemos e, sim, investir em inovação. Queremos fazer novos produtos, com características diferentes, mas isso demanda um certo tempo. Então, no curto prazo, queremos crescer com os produtos que existem hoje, talvez aumentando a participação de mercado, atingindo novos mercados. No médio prazo, vislumbramos oportunidades em produtos que estão em fase de desenvolvimento. No longo prazo, é possível, e eu diria que é quase provável, que a gente tenha novos produtos para atender as demandas que o mercado apresenta.

CEO da Alibra, Luiz Gonzatti: “Para o futuro, o nosso objetivo é crescer. Crescendo, os investimentos são em Marechal Rondon, porque na unidade produtiva não existe nada diferente do que crescer organicamente e crescer aqui” (Foto: João Livi)

OP: Em relação ao quadro de colaboradores, há alguma mudança prevista?

LG: Temos uma mudança pontual que é a saída dos sócios, que tinham um papel executivo na organização. Então, o que o fundo está trazendo são somente profissionais para substituir esses sócios. Apresentamos uma pessoa na terça-feira (22), mais um diretor de compra e temos mais uma pessoa que vamos incorporar nos próximos dias. Todo o grupo diretivo, todos os profissionais que a empresa tinha, estão e se mantêm em suas posições. Do quadro de pessoas por completo, queremos crescer e não tem como crescer sem ter mais colaboradores. Não temos nenhum plano de contratar pessoas na próxima semana, mas para realizarmos nosso plano estratégico, que é crescer, vamos precisar de mais pessoas no médio prazo.

 

OP: O que a comunidade pode esperar dessa nova fase da Alibra?

LG: No mínimo a continuidade. Não queremos romper com nada que a Alibra já fazia. Entendemos que a Alibra é uma parte importante do tecido social da cidade, isso está mantido e é ponto de partida. Entendemos que o sucesso financeiro acontece junto com o engajamento social, com a participação ativa na comunidade. Então, pretendemos manter e inclusive crescer neste sentido. O nosso objetivo de médio e longo prazo é, sim, estar engajados e nós temos que estar inseridos na comunidade em que atuamos. Nossa unidade produtiva está em Marechal Rondon e as nossas ações sociais vão ser endereçadas para Marechal Rondon. Os novos gestores da Alibra têm uma meta de crescimento muito forte e para contemplar esse crescimento vamos gerar novas oportunidades, mais impostos pagos à cidade e à região. Só vejo oportunidades para essa nova fase. A questão da pandemia impacta os negócios como um todo. A macro economia pode retardar um pouco alguns planos, mas nós temos um projeto de crescimento muito claro.

 

OP: Como foi a acolhida por parte da administração municipal?

LG: Tivemos uma conversa muito boa com a administração municipal. Deixamos a mensagem de que o fato de o fundo chegar na empresa é realmente para acelerar o crescimento. Talvez, a empresa demorasse cinco anos para realizar determinados projetos e a gente consiga fazer em três. Esse é o nosso objetivo. A equipe da prefeitura se mostrou muito aberta, com políticas claras que a gente pode acessar, como a parte de educação, de infraestrutura. Do mesmo modo nós, do ponto de vista institucional, queremos estar presentes e participar da vida do município e da sociedade.

CEO Luiz Gonzatti: “Todos os profissionais que a empresa tinha, estão e se mantêm em suas posições. Não temos plano de contratar pessoas na próxima semana, mas para realizarmos nosso plano estratégico, que é crescer, vamos precisar de mais pessoas no médio prazo” (Foto: João Livi)

 

 

Os novos gestores da Alibra têm uma meta de crescimento muito forte e para contemplar esse crescimento vamos gerar novas oportunidades e mais impostos

 

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