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Marechal De volta à cena política

“Sou pré-candidato, mas cedo a qualquer outro candidato melhor”, afirma Oscar Nasihgil

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Advogado Oscar Nasihgil: “Não disputaria jamais com meu filho uma candidatura. Se o Arion quiser ser o candidato a prefeito de Marechal Cândido Rondon, ele será o candidato e o pai sai” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

Mencionado muitas vezes em diversas campanhas eleitorais como pré-candidato a prefeito, o advogado Oscar Nasihgil volta à cena política com o seu nome indicado pelo PP para eventualmente compor a chapa majoritária do grupo de oposição em Marechal Cândido Rondon.

Em entrevista concedida ao Jornal O Presente, o advogado disse que das três vezes em que foi chamado para ser pré-candidato, agora foi o momento que mais lhe empolgou. No entanto, ele defende que o grupo deve escolher aquele que for considerado o melhor nome para disputar a eleição eventualmente com o prefeito Marcio Rauber (DEM). Confira.

 

 

O Presente (OP): Na última eleição o seu nome surgiu como pré-candidato a prefeito, mas o senhor desistiu. E desta vez, há motivação para levar a pré-candidatura para as ruas?

Oscar Nasihgil (ON): É a terceira vez que meu nome surge com determinada força para uma pré-candidatura a prefeito. Desta vez ela veio do PP, pois é uma iniciativa do partido. Eu senti um apoio grande do Progressistas e, também, algo interessante é o apoio da grande maioria dos vereadores que estão em uma linha independente. Das três vezes em que fui chamado para ser pré-candidato, essa foi a que mais me empolgou. É uma grande honra ter o nome lembrado desta forma. Eu participei muitas vezes em diversas campanhas e nunca estive em uma posição de ser o candidato. Ainda que tenha sido indicado, vou respeitar as deliberações dos demais partidos que compõem essa base.

 

OP: Na campanha passada, o senhor saiu de uma reunião política como pré-candidato lançado por todos os partidos que eram na época aliados do governo do ex-prefeito Moacir Froehlich (MDB). Por que desistiu?

ON: Desisti porque na época eu não senti a segurança na candidatura. Eu coloquei meu escritório na frente disso. Foi o que eu fiz.

 

OP: O senhor teme em misturar as atividades profissionais com a política, se for confirmado como candidato a prefeito?

ON: Eu tenho muita responsabilidade com os meus clientes. Em uma eventual candidatura, preciso avaliar isso, mas tenho um escritório com uma estrutura grande para definir uma ausência minha, ainda que seja por um mandato. Tenho o próprio Arion (Nasihgil, advogado, filho de Oscar e vereador), a Karina (Nasihgil, advogada) e o Antônio França (advogado). Eu tenho toda equipe no escritório para tocar os processos. Além disso, em especial se for prefeito, o Arion não será presidente da Câmara de Vereadores.

 

OP: No escritório o senhor está preparado para ser eventualmente candidato?

ON: Penso que sim. Já conversei no escritório sobre isso e se eu for candidato tenho estrutura para manter as atividades.

 

OP: Até quando o senhor pretende definir se será candidato ou não?

ON: A questão não é quando eu vou definir. A questão é definir o que os partidos que compõem essa base vão escolher. Eu não sei se sou o nome mais indicado. Fui lançado pelo Progressistas, então estou pré-candidato por uma decisão, que muito me orgulhou, do partido. Agora isso não passa só por mim, mas por um conjunto da nossa estrutura.

 

OP: Praticamente de forma simultânea a sua indicação, o PSL lançou a ex-secretária de Assistência Social e ex-primeira-dama, Maria Cleonice Froehlich, como pré-candidata a prefeita. Isso foi uma estratégia da oposição ou cada partido pensa o que é melhor?

ON: Cada partido está fazendo o que pensa que seja o melhor. O MDB não se manifestou ainda, mas tem o vereador Josoé Pedralli com pretensões, assim como o ex-prefeito Moacir Froehlich. No PDT, aparentemente o Elemar Lamberti já sinalizou que não pretende ser candidato. Penso que é uma maneira certa de agir. O Progressistas lançou o meu nome, o PSL lançou a Maria Cleonice, o MDB deve lançar alguém, assim com o PSD talvez também lance algum nome. Desta forma conseguimos definir quem tem mais condições de enfrentar o atual prefeito (Marcio Rauber, DEM) em uma eventual reeleição dele.

 

OP: Dentro deste quadro de vários postulantes haverá possibilidade de gerar uma união do grupo de oposição?

ON: Penso que sim. A oposição está bem unida, salvo qualquer outro contexto. Os partidos que compõem essa base de oposição estão unidos. A aceitação do Oscar é absoluta? Claro que não. Precisamos saber quem é o melhor para disputar a eleição. Mas há uma união dos partidos sim.

 

OP: O presidente do MDB, vereador Josoé Pedralli, tem declarado categoricamente que o partido terá candidato a prefeito. Isso pode causar alguma dificuldade nas discussões para composição da majoritária?

ON: Inicialmente pode ser que sim, mas tenho impressão que isso vai se acomodar posteriormente. Até porque aquilo que falei: sou pré-candidato, mas cedo a qualquer outro candidato melhor. Estou em uma indicação do Progressistas. Não estou levando isso como uma brincadeira, levo como algo sério. Se qualquer outro pré-candidato aliado ao nosso grupo se mostrar com mais condições de enfrentar o atual prefeito, sai outro nome. Eu apenas coloquei meu nome à disposição.

 

OP: O senhor foi durante muito tempo o principal defensor das ações do ex-prefeito Moacir. Caso seja pré-candidato, ele tem a preferência dentro do grupo?

ON: Ele tem uma preferência respeitadíssima, mas o que o grupo pretende fazer é saber quem é o melhor pré-candidato, se é o Oscar, Moacir, Pedralli, quem for que venha a aparecer. Alguém terá que ser o melhor para disputar a eleição. Se o Moacir quiser ser o candidato, ele será candidato se o grupo aceitar. Não vejo problema algum.

 

OP: Como o senhor entende que deve ser feita essa escolha?

ON: Através de pesquisa e uma avaliação popular. Penso que deve ser assim. Quem é o melhor para disputar a eleição? Essa é a posição.

 

OP: O senhor se notabilizou nos últimos meses por ter articulado uma aliança de oposição que ganhou a eleição da mesa diretiva na Câmara, em dezembro. Mais recentemente, o senhor também aparece como principal responsável em manter o grupo de vereadores unidos diante das investidas do prefeito, que convidou ao menos um vereador para ser secretário. O senhor acha que é possível manter esse grupo unido para as eleições, mesmo não sendo candidato a prefeito?

ON: Acho que fui um auxiliar dessas situações, tanto na eleição da Câmara como na manutenção do grupo. Com a recusa dos vereadores Adriano Backes (DEM) e do Ronaldo Pohl (PSD) (para assumir secretarias), acho que o grupo está fortalecido. Isso é importante. Acredito que qualquer eleição para prefeito vai passar obrigatoriamente na mão destes sete vereadores. Tenho impressão que este grupo está unido e fortalecido.

 

OP: O senhor disputaria uma candidatura com o seu filho, vereador Arion, cujo nome é defendido por alguns grupos para compor a majoritária? Como o senhor conversa com ele a respeito de uma possível candidatura a prefeito?

ON: Não disputaria jamais com meu filho uma candidatura. Se o Arion quiser ser o candidato a prefeito de Marechal Cândido Rondon, ele será o candidato e o pai sai. Hoje um dos ícones da política do município é ele. Mas em conversa com o Arion, pelo menos até este momento, ele disse que não tem interesse. A minha pré-candidatura passa pela mão do meu filho. Se ele quiser ser o candidato, estou fora.

 

OP: Qual dimensão ocupa hoje a figura do ex-deputado Ademir Bier (PSD) na articulação?

ON: O Ademir é uma pessoa a ser ouvida e é uma pessoa que tem participado das reuniões, tem conversado e está ativo nessa composição. O Ademir está dentro da composição de todos os partidos. Ele é bem visto em todos os partidos.

 

OP: O senhor tem uma relação muito estreita com o ex-deputado federal Werner Wanderer. Ele viria para uma campanha somar com o senhor e, eventualmente, até ser o candidato a vice-prefeito?

ON: Como candidato a vice ele não vem, mas viria para somar na campanha. Conversei com o Werner na semana passada e ele deixou muito claro que não quer nenhum tipo de candidatura. Ele está cuidando das coisas dele. Mas vem apoiar o grupo, sim. Está unido com esse grupo.

 

OP: Durante muitos anos o senhor teve um programa de rádio em Marechal Rondon. Há alguns meses houve um afastamento da emissora. Isso lhe prejudica na campanha?

ON: Absolutamente não. O programa era informativo, que fazia com um espírito de auxílio às pessoas. Houve um entendimento da emissora que o programa deveria acabar e respeito isso, mas não influencia em nada. Foram 16 anos de programa e o que deveria ser conhecido já foi. Além disso, eu teria que me afastar do programa caso seja candidato.

 

OP: O prefeito Marcio Rauber declarou na semana passada que é pré-candidato à reeleição. É algo que lhe surpreendeu?

ON: Absolutamente não. Acho que ele seria o pré-candidato natural. Só quero saber quem será o vice dele para fortalecer mais a situação do prefeito.

 

OP: O senhor considera que o atual vice-prefeito Ilario Hofstaetter (Ila) (PSB) não fortalece uma eventual candidatura à reeleição?

ON: Não sei. Estou falando em conjecturas. Fala-se muito em outras pessoas como vice do Marcio. Acredito que o Ila é um nome forte. O Marcio declarou que é pré-candidato, mas não disseram se o Ila será o vice. Então precisamos saber quem será o vice. Essa é minha expectativa. Se eu fosse ele (prefeito) não trocaria o vice.

 

OP: Na eleição passada, em 2016, a escolha do empresário Elemar Lamberti como candidato a prefeito ocorreu em cima da hora…

ON: Foi muito em cima da hora.

 

OP: Desta vez, até quando o grupo pretende escolher os nomes dos pré-candidatos?

ON: Não posso falar pelo grupo, mas a minha opinião é de que deveríamos ter um nome definido até outubro ou novembro deste ano.

 

OP: Se o senhor for candidato, de que forma pretende se posicionar em relação à atual conjuntura? Deve ser um candidato radical ou que pondera as coisas boas que aconteceram no atual governo?

ON: Eu não gosto de falar mal do atual governo. Acho que o prefeito Marcio tem caminhado de acordo com suas prerrogativas e está encaminhando o município. Acho que o Marcio é um homem honesto, tem uma boa desenvoltura, mas é totalmente inábil no campo administrativo e político. É só observar a questão da Câmara de Vereadores. Ele perdeu a maioria no Legislativo e mesmo assim não soube conversar com a maioria. A Câmara está hoje mais eficiente para discutir e votar os projetos de lei do que nos últimos dois anos. Embora nenhuma das comissões seja do grupo de situação, estão fazendo caminhar os projetos melhor do que na legislatura passada da Câmara.

 

OP: Na eleição de 2016 o senhor se envolveu fortemente na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL). No domingo (30) houve uma manifestação nacional em prol da Operação Lava Jato e das reformas propostas pelo governo federal. Como o senhor acompanha isso e os primeiros meses do governo de Bolsonaro?

ON: Estou feliz com o governo Bolsonaro. Estou muito feliz. Acho que o presidente está fazendo aquilo que era necessário fazer e que ninguém vai conseguir fazer em seis meses o que todos estão cobrando dele. O Bolsonaro tem uma equipe de governo muito bem definida e está enfrentando problemas naturais, que é a Câmara dos Deputados e o Senado, que são as conjecturas de oposição. Ele está trabalhando bem. Confio no Bolsonaro e acho que pode sair como um dos grandes presidentes brasileiros.

 

OP: E em relação ao ministro da Justiça e Segurança Nacional, ex-juiz federal Sergio Moro?

ON: Para mim, o Sergio Moro é um ícone do Judiciário. É uma pessoa que precisa ser respeitada. Sobre a divulgação das conversas, eu não acredito em interceptação, mas em vazamento. São duas coisas diferentes. Eles estavam em uma operação grande e as conversas entre procuradores e juiz são apenas para poder delimitar as ações. Não que os advogados ficaram afastados, pois nenhum teve cerceamento de defesa nas pessoas envolvidas na Lava Jato.

 

Advogado Oscar Nasihgil, pré-candidato a prefeito indicado pelo PP: “Acredito que qualquer eleição para prefeito vai passar obrigatoriamente na mão destes sete vereadores” (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

 

 

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