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Marechal Mobilidade Urbana

Trânsito rondonense deve ter novas intervenções já no início do ano

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Rotatória autorizada pelo Coetran será construída no começo do ano na esquina das ruas Independência e Goiás, perto da rodoviária (Foto: Joni Lang/OP)

Após décadas de atuação destacada na Polícia Militar do Paraná, o coronel Welyngton Alves da Rosa encerra na quinta-feira (31) quatro anos de trabalho no cargo de secretário de Mobilidade Urbana de Marechal Cândido Rondon. Ele desempenha a função desde o início da atual administração do prefeito e vice Marcio Rauber e Ilario Hofstaetter (Ila).

Em entrevista ao O Presente, Welyngton fala da experiência à frente da pasta e aponta avanços em termos de segurança e trafegabilidade no trânsito rondonense. Também enaltece a redução de acidentes e a preservação de vidas humanas.

Ele ainda não sabe se vai permanecer no comando da secretaria na segunda gestão Marcio/Ila, mas adianta que inúmeros projetos estão programados para o ano que vem, entre eles a revitalização da Avenida Maripá, a construção de uma rotatória no cruzamento das ruas Goiás e Independência, próximo à rodoviária, e a quebra de preferencial na esquina das ruas Santa Catarina e Amir Dalla Vecchia. Confira a entrevista.

 

O Presente (OP): O trânsito rondonense passou por uma completa reformulação a partir de 2017, com muitos avanços até 2020. Foram implantadas rotatórias, feitas mudanças de vias, houve melhorias na sinalização, entre outras ações. Quais são as mudanças mais marcantes?

Welyngton Alves da Rosa (WAR): Nós tivemos a coragem de fazer uma coisa que o trânsito de Marechal Cândido Rondon precisava há muito tempo: fechar retornos irregulares e melhorar as rotatórias que existiam e eram de tachões e que não surtiam efeito para que os veículos realmente fizessem conversão com velocidade menor e com segurança. Colocamos mais de quatro mil placas de sinalização nesses quatro anos. Fizemos quebras de preferenciais tornando ruas que não têm grande movimento como preferenciais, fazendo com que ocorresse diminuição da velocidade dos veículos em determinados pontos da cidade. Implantamos a cidadania no trânsito para as nossas crianças das escolas municipais, tendo atendido oito mil pessoas. Se a comunidade pede trabalho, rapidamente a gente atende. Diminuímos os acidentes em quase 50% na cidade e conseguimos reduzir nos últimos quatro anos em 90% o número de mortes no perímetro urbano. São números significativos de um trabalho com muita força. Adquirimos veículos de pintura, com sinalização constante para que veículos não venham a incorrer em erros, que os pedestres tenham faixa de pedestre, além de realizar campanhas educativas com ciclistas e parcerias com clubes de serviço buscando chamar atenção da comunidade sobre a importância de falar e respeitar a questão de trânsito.

 

OP: Qual a sua avaliação sobre as intervenções realizadas nos últimos anos?

WAR: Quando a gente fala do fechamento de um retorno, da elaboração de uma rotatória de alvenaria, fechamento de ruas que cruzam as nossas principais avenidas, como a Rio Grande do Sul, temos uma avaliação extremamente positiva. Temos buscado junto às autoridades de fiscalização, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar o feedback e eles têm nos falado exatamente isso. Na Rua XV de Novembro com a Avenida Rio Grande do Sul, que era campeã de acidentes, inclusive com óbitos, hoje os acidentes ali praticamente são nulos. É isso o que queremos. A gente sabe que falar de trânsito nunca vai agradar todo mundo, até por questão de hábitos. De repente a prefeitura vai lá e faz uma intervenção naquela rua e eu tenho que mudar meu hábito para outra, então muitas vezes a gente reclama sem pensar que a longo prazo serão preservadas vidas humanas e reduzidos os acidentes. A resposta da comunidade é positiva, pois a grande maioria das pessoas elogia o trabalho desenvolvido no trânsito. Óbvio que reclamações sempre vão existir, mas a gente trabalha para a coletividade, que tem dado respaldo de que nosso trabalho está no caminho certo e a gente vai procurar manter isso dentro da legalidade e de um diálogo muito franco. Temos um pensamento de que a comunidade precisa se acostumar com o trânsito da cidade sem mudanças drásticas para que também se acostume com as regras de circulação, evitando abusos e sabendo que o meu direito de trânsito vai até onde inicia o direito do outro motorista. A gente quer propiciar um trânsito seguro e que as mudanças que a prefeitura venha a fazer surtam efeito. Nosso trabalho na área de trânsito tem o único objetivo de diminuir acidentes e preservar vidas humanas.

 

Secretário de Mobilidade Urbana, Welyngton Alves da Rosa: “Diminuímos os acidentes em quase 50% na cidade e conseguimos reduzir nos últimos quatro anos em 90% o número de mortes no perímetro urbano. São números significativos de um trabalho com muita força” (Foto: Joni Lang/OP)

 

OP: No que tange aos acidentes, foi observada melhora nos números?

WAR: Bastante. Alguns acidentes vão ocorrer, mas os números têm mostrado significativamente que vidas têm sido preservadas. Os números de acidentes ainda são altos em Marechal Rondon. Outro dado que chama atenção é que até meados de julho 67 pessoas foram encaminhadas para a delegacia por dirigirem sem possuir habilitação, o que é muito alto para essa condição, pois isso aumenta o número de acidentes. Contudo, a polícia tem trabalhado forte em relação a isso. Temos observado que o nosso trânsito está mais seguro, sim.

 

OP: Apesar das melhorias, sempre há o que evoluir em termos de trafegabilidade e segurança. O que está programado de mudanças para 2021?

WAR: Observamos e até mesmo no plano de governo do prefeito reeleito Marcio Rauber consta a revitalização da Avenida Maripá, via de fundamental importância para o trânsito de Marechal Rondon, seja para circulação, escoamento, entrada e saída da cidade. Vejo que esta mudança vai surtir efeito muito positivo porque os acidentes de trânsito migraram da Avenida Rio Grande do Sul para a Maripá, então precisamos melhorar esta via. Temos diminuição sensível de números na Avenida Írio Jacob Welp, mas faltam algumas intervenções principalmente na rotatória com a Rua Espírito Santo e na parte nova dos 200 metros feitos recentemente da Rio Grande do Sul até a Rua Mato Grosso, onde há necessidade de semáforo ou travessia elevada porque o excesso de velocidade dos veículos naquele trecho está muito grande e tem motivado inúmeras reclamações. Necessidade de melhoria na Rua Minas Gerais porque com a retirada do trânsito pesado há possibilidade de fazer intervenções, tais como estacionamento oblíquo para aumentar a capacidade de veículos estacionados na via. Trata-se de um pedido de comerciantes da localidade e que antes não era possível devido ao trânsito de caminhões. Tudo isso vem sendo estudado e pode ser colocado em prática já no início de 2021.

 

OP: Há alguma ação em específico que vai iniciar já no começo do ano que vem?

WAR: O trabalho não para. A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana tem inúmeros protocolos abertos e pedidos da comunidade, dos vereadores e demandas do Poder Executivo que estão sendo feitos. Uma rotatória autorizada pelo Coetran (Conselho Executivo de Trânsito) será construída no início do ano na Rua Goiás com a Independência, próximo à rodoviária, ponto de muitos acidentes. No cruzamento das ruas Amir Dalla Vecchia e Santa Catarina há um pedido de quebra de preferencial porque o excesso de velocidade coloca em risco a vida das pessoas, além de ocorrerem acidentes. Trabalhamos essas duas possibilidades já para o início do ano.

 

OP: Este ano de pandemia, que teve respingos para todos os lados, prejudicou de alguma maneira os trabalhos da secretaria?

WAR: Basicamente quando a prefeitura fechou todos os serviços no início da pandemia, a equipe foi desativada e os funcionários ficaram um período afastados. De regra geral nossa equipe é pequena, manteve os cuidados sanitários com aplicação de álcool gel, distanciamento sempre com uso de máscara e os trabalhos foram realizados. As empresas que ganharam as licitações e nos fornecem placas, tinta, tachão, tachinha, material de sinalização, muitas delas tiveram dificuldade de entrega, então alguns trabalhos foram prejudicados por atrasos, mas não quebrou uma sequência. Acredito que mesmo em um ano de pandemia os trabalhos da secretaria foram quase que totalizados.

 

OP: O planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana contempla fechamento de contornos em outras avenidas e ruas?

WAR: Contempla. Nós estamos esperando a definição da Secretaria de Coordenação e Planejamento em relação à Avenida Maripá, mas existem muitos pedidos da comunidade para que alguns retornos irregulares sejam fechados, então estamos esperando iniciar o ano para trabalhar em conjunto com a pasta uma futura revitalização da Avenida Maripá para ver o que pode ser feito. Existem pedidos de outros pontos da cidade, mas principalmente a avenida tem esse problema. A comunidade verificou que com o fechamento dos retornos irregulares e alguns cruzamentos com a Avenida Rio Grande do Sul nós eliminamos alguns pontos de acidentes e agora quer este mesmo trabalho na Maripá.

 

OP: Além de muitos veículos, Marechal Rondon também possui milhares de bicicletas. Há previsão de construção de mais ciclovias ou na reforma das atuais, que estão bastante deterioradas?

WAR: Pensamos e é uma demanda do Poder Executivo, que quer dar uma resposta à população. Quando a gente fala de revitalização da Avenida Maripá obviamente fala da criação de novas ciclovias. Quando se fala que hoje nosso município tem 27 quilômetros de ciclovias, nós precisamos dobrar este número porque Marechal Rondon é a Cidade Amiga da Bicicleta, título concedido pela Assembleia Legislativa, e tem também a expectativa neste sentido por parte dos clubes de ciclistas, associações, empresários, pois hoje Marechal Rondon tem próximo de 50 mil bicicletas. É um número muito alto. A cidade é plana, com ruas largas e propícia para o uso desse meio. Uma demanda muito grande é a malha viária das ciclovias que estão bem desgastadas e precisariam de um reperfilamento asfáltico. O trecho da entrada do Clube Lira até a Vila Gaúcha foi municipalizado e vai ser revitalizado, estando amparado por ciclovias. Não vi o projeto final, sei de rotatórias para facilitar a circulação de veículos, divisores de pistas para evitar cruzamentos irregulares e ciclovias para facilitar o acesso à Unidade Industrial de Aves e bairros daquela região.

 

OP: O que se programa na questão de estacionamento? Há algo sobre estacionamento rotativo (regulamentado)?

WAR: Não podemos implantar, pois só é permitido onde a municipalização já ocorreu. Quando municipalizar e for fiscalizar, aí o município passa a cuidar do estacionamento. Hoje não temos como forçar o motorista a sair de um local público, isso é improbidade e abuso. Mas se for local pago, você tem como punir quem não pagar. Estamos caminhando para isso, porém ainda distantes porque nossa cidade não comporta. Não está sendo discutida nenhuma possibilidade de estacionamento regulamentado pago na cidade.

 

OP: Existem outras intervenções previstas? Quais temas devem ser a tônica dos debates do Coetran e por consequência alvos de mudanças?

WAR: Existem muitos, visto que o trânsito é bastante rápido. Precisamos colocar várias situações no debate permanentemente. Uma proposta da Secretaria foi criar uma lei onde a grade de educação de trânsito seja obrigatória nas escolas municipais, muito parecido com o Proerd (Programa de Erradicação das Drogas e da Violência), com dez lições de trânsito no contraturno aplicadas pela Mobilidade Urbana em parceria com a Polícia Militar. Esta é uma das fases da municipalização. A administração está muito madura e preparada para colocar educação de trânsito nas escolas. Intervenções junto ao Coetran vão acontecer permanentemente. Esperamos que 2021 volte a ser um ano normal, possibilitando o retorno de reuniões frequentes para debater o trânsito com a comunidade para melhorar cada vez mais.

 

Pedido de quebra de preferencial no cruzamento das ruas Amir Dalla Vecchia e Santa Catarina está sendo analisado (Foto: Joni Lang/OP)

 

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