Municípios Intervenção de Deus
Amanhã é Natal: “Tempo de renascimento, de recomeços, de renovar e reforçar a fé”, enaltece padre Sérgio
Amanhã (25) é Natal e o menino Jesus será colocado no centro do presépio, após semanas de preparação e, sobretudo, reflexão. “O Natal sempre toca a todos nós. Desperta sentimentos, refaz nossas forças e laços de amizade. É tempo de renascimento, de recomeços, de renovar e reforçar a fé. É tempo de despertar o amor”, enaltece o pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, matriz católica de Marechal Cândido Rondon, padre Sérgio Augusto Rodrigues.
A comoção se remete a uma das famílias mais conhecidas do mundo, que, segundo o padre, serve de exemplo de amor e união para toda a humanidade. “O Natal é tempo de família, de compartilhar com nossos familiares e amigos nossos sentimentos, angústias e alegrias. Também é tempo de olhar para o próximo que precisa da nossa atenção e solidariedade. Não tem como celebrar o Natal e não fazer sentir em nós o sofrimento da humanidade. Nossos irmãos e irmãs que pedem por justiça. A natureza tão ameaçada que clama por cuidados. Um olhar e atos de amor pelos idosos, enfermos, jovens e crianças. Natal é tempo de perdoar, de amar e de receber a bênção de Deus, o nosso grande Pai”, ressalta.
De volta à celebração
O Natal de 2021 ainda será comemorado sob contexto da pandemia. Porém, as restrições estão mais brandas do que no ano anterior e as pessoas voltarão a celebrar a data em família e amigos. Na igreja também se vê o movimento dos fiéis aumentar.
“Muitos estavam com saudade de participar das celebrações e estão retornando, mantendo os cuidados. Sabemos que alguns até gostariam de retornar, mas ainda estão aguardando. Outros, por outro lado, acabaram por se acomodar e usam a pandemia para justificar o comodismo e a sua ausência na igreja”, menciona padre Sérgio.
Diante das inúmeras mortes e outros efeitos da pandemia, o pároco considera que as pessoas têm se mostrado mais gratas. “Este Natal se torna ainda mais especial pelo dom da vida. É momento de agradecer a Deus por estarmos aqui. Quantos irmãos e irmãs não estão tendo esta graça. Muitos ainda estão sofrendo a partida de seus entes queridos”, pontua.
Esse é o primeiro Natal do padre na paróquia rondonense. Segundo ele, o tempo do advento foi vivido com intensidade pelos católicos como preparação ao Natal e é prova de uma comunidade mais presente na igreja.
Não apenas tradição
Padre Sérgio diz que até aqueles que não professam a fé em Cristo são arrebatados pelo espírito natalino. Contudo, até entre cristões acontece a diminuição do Natal a uma simples confraternização. “Infelizmente, por vezes prevalece o que é externo em detrimento ao essencial. Não que esses elementos não tenham validade, mas não podem substituir o verdadeiro sentido do Natal. Não podemos ver o dia 25 apenas como um item da tradição, uma festa de fim de ano ou uma simples celebração em família. O Natal é uma intervenção de Deus, mudando a história humana ao enviar seu filho para a salvação do mundo”, frisa.
Mesmo o presépio, que reproduz a cena do nascimento de Jesus, deve ser visto para além do figurativo, menciona o religioso. “O presépio já está montado e é uma catequese para o povo. O presépio, quando contemplado, propicia um momento de reflexão para nós e nos encaminha para o verdadeiro sentido do Natal”, sintetiza.
Árvore viva
Na entrada da igreja matriz, fiéis se deparam com uma árvore de Natal diferenciada. Os penduricalhos antes simplesmente decorativos ganharam vida e, neste ano, representam a comunidade. “Neste ano a decoração da árvore foi feita com a colaboração de toda a comunidade. Ao invés dos tradicionais enfeites, cada fiel colocou num papelote o nome de sua família, de um ente querido ou um desejo para este Natal: paz, alegria, vida, esperança e saúde. É a vida da comunidade que estará presente neste símbolo do Natal”, evidencia.
Decoração da árvore na matriz da Igreja Católica neste ano contou com a participação da comunidade. Cada papelote colorido representa um desejo para o Natal de 2021 (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)
Oitava de Natal e Ano Novo
Devido à maior presença de fiéis, o padre informa que a missa será transmitida também em um telão na parte externa da igreja. “Além das missas que costumeiramente celebramos, vamos cumprir com um preceito importante para este tempo: a Oitava do Natal. Ou seja, a alegria do Natal se torna tão grande que não cabe num dia só e estende-se por toda a semana, chamada na igreja de oitava”, explica.
Hoje (24), as celebrações acontecem às 20 horas na igreja matriz e no Jardim Marechal. Amanhã (25), as missas de Natal serão às 08h30 na matriz, no Bairro Ana Paula e na Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; às 10 horas as missas serão celebradas no distrito de Vila Curvado e nos bairros São Francisco e São Lucas; e no fim do dia, às 19 horas, mais uma missa será celebrada na matriz. No domingo (26), a missa será realizada às 08h30 na matriz, no Jardim Marechal e na Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; já às 19 horas há outra celebração na matriz.
Nos dias 27, 28, 29, 30 e 31 de dezembro e 1º e 2º de janeiro as missas acontecem às 19 horas na igreja matriz. No dia 31 haverá celebração também às 19 horas no Jardim Marechal e no dia 02 às 08h30 na matriz e às 10 horas em Vila Curvado.
Padre Sérgio Augusto Rodrigues comemora seu primeiro Natal como pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Foto: Raquel Ratajczyk/OP)
“Já me sinto em casa”
Padre Sérgio assumiu a Paróquia Sagrado Coração de Jesus cerca de seis meses depois do previsto. Ele foi empossado no dia 27 de junho, após meses em recuperação por complicações e sequelas da Covid-19. Este será o primeiro Natal junto à comunidade rondonense.
De junho até aqui, o processo tem sido de adaptação, menciona o pároco. “A gente vai conhecendo a comunidade naquilo que tem de positivo e precisa ser cultivado, bem como naquilo que precisa ser melhorado e exige um pouco mais de tempo e empenho. Eu já conhecia a comunidade católica de Marechal Rondon de quando trabalhei por aqui, anos atrás, mas agora é outra realidade, outro momento e outra função. Já me sinto em casa”, afirma.
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