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Hospital de Retaguarda entra em colapso e suspende atendimento para consultas em Cascavel

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(Foto: Manoel Teixeira/SECOM Cascavel)

O Hospital de Retaguarda Allan Brame Pinho, em Cascavel, passará a receber exclusivamente pacientes encaminhados pela Central de Leitos, a partir desta quarta-feira (3), conforme a prefeitura.

A medida foi necessária após a unidade entrar em colapso com atendimento acima da capacidade, com seis leitos a mais do que o previsto.

Conforme a prefeitura, o ambulatório do hospital foi fechado definitivamente para consultas. Por isso, os moradores deverão buscar atendimento nas 43 unidades unidades de saúde da cidade, sem necessidade de agendamento.

As pessoas com sintomas respiratórios devem procurar, preferencialmente, as três unidades de referência: Santa Cruz, Floresta e Nova Cidade, das 7h às 22h. Nas demais unidades o atendimento é das 8h às 17h. Durante a madrugada, se necessário, os pacientes acima de 14 anos poderão procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília.

“Nós não temos mais condições técnicas, está no limite, a única coisa que tem agora é o comportamento da população e as vacinas, mas a vacina depende do Ministério da Saúde. O que se pode fazer agora é ter respeito, disciplina para salvar a cidade. Chegamos ao caos, existe um problema de saúde, as pessoas estão morrendo, não tem mais condições de atender, não tem onde colocar. Daqui a pouco vamos ter óbitos dentro de ambulâncias, na rua. A situação é de emergência. Todos estão sofrendo, alguns pelo comércio, pela economia, mas muitos estão sofrendo em busca de ficar vivo”, disse o prefeito.

Conforme dados da Central de Leitos, na terça-feira (2), 35 pessoas aguardavam por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outras 40 por uma vaga nas enfermarias da 10ª Regional de Cascavel.

“A gente faz mais um alerta, se cuidem, usem máscara, evitem aglomerações. Nós estamos fazendo esse alerta há muito tempo, mas nós chegamos praticamente no final das nossas forças, então precisamos da ajuda de vocês, população”, disse o diretor do Hospital de Retaguarda, Lísias Tomé.

No domingo (28), o Hospital de Retaguarda emprestou nove bombas de infusão do zoológico da cidade para tratar pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19.

Com a lotação dos hospitais de Cascavel, na segunda-feira (1º), o Ministério da Saúde repassou 15 novos respiradores para a Secretaria Municipal de Saúde. Os equipamentos devem possibilitar a abertura de leitos em até três dias.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até terça, Cascavel registrou 24.603 casos confirmados do novo coronavírus e 336 mortes pela Covid-19.

“Não há mais capacidade operacional, recursos humanos, servidores, equipamentos. Precisamos que cada um reflita sobre o que está acontecendo e muita oração para os nossos profissionais da saúde”, disse o secretário de Saúde, Thiago Stefanello.

Profissionais de saúde
O Consórcio de Saúde dos municípios do Oeste (Consamu) informou que apesar de terem contratado mais profissionais durante a pandemia, ainda faltam trabalhadores da saúde.

Diante da grande demanda, o consórcio está contratando médicos em Guaíra, Cascavel e Toledo. Há vagas para enfermeiros e técnicos em Cascavel, e para técnico em enfermagem em Toledo.

Os interessados devem ligar para o telefone: (45) 3036-7112.

 

Carta solicitando transferência de pacientes
Devido à situação do sistema de saúde, a Prefeitura de Cascavel enviou nesta terça-feira uma carta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e ao secretário da Saúde do Paraná, Beto Preto, solicitando “apoio imediato de caráter urgentíssimo” para que pacientes com Covid-19 sejam transferidos para outras regiões ou estados.

O documento cita que na macrorregião existem 160 pacientes aguardando por leitos de UTI ou enfermaria para Covid-19.

Na tarde de terça-feira, também, o prefeito Leonaldo Paranhos fez um convite ao ministro Eduardo Pazuello para que ele visite Cascavel ainda nesta semana para ver a realidade da saúde pública na cidade.

De acordo com o prefeito, existe a possibilidade de o ministro estar na cidade na quinta-feira (4).

Em resposta à carta, a Sesa encaminhou uma nota dizendo que possui uma Central de Regulação de Leitos e uma ampla rede hospitalar, onde são concentrados os pedidos de transferências de pacientes entre os serviços de saúde.

Informou ainda que este remanejamento de pacientes é comum e pode ocorrer dentro das macrorregiões ou entre as macros, de acordo com a disponibilidade de leitos e visando um melhor e pronto atendimento ao paciente.

“A Sesa não tem medido esforços para ampliar o maior número de leitos possíveis evitando que qualquer paciente fique desassistido. Está sendo solicitado pela Sesa aos hospitais da região a possibilidade de receber estes pacientes o quanto antes”, diz trecho da nota.

 

Com G1

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