Municípios Conquista histórica
Hospital público microrregional deve ser aberto dia 02 em Santa Helena
Um passo importante será dado em breve para o melhoramento da saúde pública no município de Santa Helena e região, com a abertura do Hospital Beneficente Moacir Micheletto, uma unidade ligada à instituição existente em Assis Chateaubriand.
Por se tratar de um hospital beneficente, vai atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), convênios, planos de saúde e particular, no entanto, o lucro obtido deve ser destinado a melhorias internas na própria estrutura hospitalar.
Além de santa-helenenses, a instituição poderá receber pessoas de cidades da região, as quais terão à disposição médicos especialistas em diversas áreas da medicina.
O atendimento nas especialidades deve ser gradativo e a expectativa da prefeitura é ter à disposição da população, ainda este ano, ortopedia, pediatria, otorrinolaringologia, neurologia, angiologia, urologia, dermatologia, geriatria, ginecologia e obstetrícia e cardiologia.
Atualmente, além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que atende como mini-hospital, e das Unidades Básicas de Saúde (UBS), o município possui um hospital privado credenciado para receber casos de Covid-19. “Utilizamos a UPA como mini-hospital em razão de estarmos sem está retaguarda hospitalar, mas isso deverá ser sanado com a vinda do hospital”, menciona a secretária de Saúde, Cristiani Mozer Binko.
Secretária de Saúde de Santa Helena, Cristiani Mozer Binko: “Nossa expectativa com a vinda do hospital é fazer as cirurgias eletivas destes pacientes que aguardam estes procedimentos há muito tempo” (Foto: Sandro Mesquita/OP)
ATENDIMENTOS
A exemplo de muitos municípios brasileiros, Santa Helena tem atualmente uma longa lista de espera para realização de consultas e cirurgias eletivas, ou seja, aquelas não consideradas de urgência ou emergência, principalmente em ortopedia.
De acordo com a secretária de Saúde, alguns pacientes demoram anos para serem atendidos. “Para ortopedia nossa fila de espera está próxima de mil pacientes”, revela.
Segundo ela, destas 11 especialidades que passarão a ser oferecidas, todas que demandarem cirurgias de baixa e média complexidade serão feitas na nova unidade hospitalar. “Nosso objetivo é atender toda a população de Santa Helena com resolutividade e qualidade para reduzir as listas de espera”, destaca.
De acordo com Cristiani, pacientes de outros municípios da região poderão ser atendidos por meio das Autorizações de Internações Hospitalares (AIH’s). “Qualquer município que tiver interesse pode fazer essa captação para encaminhar os atendimentos para cá”, expõe.
GESTÃO
A gestão da unidade será responsabilidade do Hospital Beneficente Moacir Micheletto, inclusive a contratação dos profissionais que atuarão no local. Conforme o diretor administrativo do hospital, Dilson Luis Dill, o processo encontra-se em fase de seleção para escolha do corpo clínico e demais funcionários.
Segundo ele, a previsão de abertura do hospital é para o dia 02 de agosto, porém, o atendimento será gradativo e não atenderá de início todas as especialidades. “Acreditamos que em um curto prazo, de 30 a 60 dias, todas as especialidades serão atendidas”, projeta.
O gestor explica que para iniciar o atendimento parcial a administração do hospital aguarda a liberação do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), que deve ser efetivada nos próximos dias. “Nossa expectativa é vencer essa questão burocrática, o restante está tudo encaminhado. Após a liberação do CNPJ começaremos o processo de contratação”, informa.
A secretária de Saúde menciona que, com exceção da parte burocrática, o hospital está pronto para iniciar os atendimentos. “Esses pequenos ajustes da infraestrutura, material, insumos e medicamentos já estão preparados”, garante.
VIABILIDADE
Para saber se era viável a implantação do hospital, foi criada uma comissão formada por integrantes do Poder Executivo, Secretaria da Saúde, Conselho Municipal de Saúde e alguns vereadores.
Em junho, a comissão finalizou os estudos, no qual foram levados em consideração aspectos financeiros, como o valor que o município emprega atualmente no custeio de consórcios intermunicipais, despesas com transporte, manutenção do Pronto Atendimento, entre outras despesas que serão suprimidas pelo hospital, explica Cristiani. “As vagas de internação hospitalar são reguladas através da Central de Leitos e podem sair a qualquer momento e para qualquer lugar, como Londrina, Maringá, Toledo, Assis, Curitiba, e essa logística fica muito desfavorável”, aponta.
Segundo ela, o levantamento aprofundado possibilitou o direcionamento para as especialidades médicas que representam maior carência entre a população. “Fizemos toda essa análise do perfil do município, do nosso vazio assistencial e das necessidades que Santa Helena tem. Chegou-se, assim, à indicação de qual seriam as especialidades que gostaríamos que o hospital trouxesse para prestar serviço aqui”, ressalta.
ESTRUTURA
O local escolhido pela comissão que viabilizou a instalação do hospital é o prédio onde funcionou o Hospital Doutor Ciro, na Avenida Rio Grande do Sul.
O imóvel foi locado pela instituição gestora e a estrutura terá inicialmente 33 leitos. No entanto, de acordo com a secretária de Saúde, esse número pode ser ampliado. “Temos a possibilidade de criação de novos leitos com pequenas modificações”, comenta.
Ela acrescenta ainda que existe a previsão de ampliação da estrutura física dentro do próprio terreno do hospital. “O terreno ao lado está sendo adquirido para aumentar a capacidade, tanto de atendimento quanto de internamento”, revela.
De acordo com o diretor administrativo do Hospital Beneficente Moacir Micheletto, a princípio a unidade não terá leito de unidade de terapia intensiva (UTI). “Há na programação do hospital que tenhamos em breve leito de UTI, mas primeiramente precisamos fazer aquilo que foi destinado, ou seja, organizar o atendimento, que será humanizado, o que, inclusive, é uma filosofia do Hospital Moacir Micheletto”, evidencia Dill.
Diretor administrativo do hospital, Dilson Luis Dill: “Teremos médicos que conhecem todo esse processo de gestão do Hospital Micheletto e que participarão aqui, então, traremos toda a bagagem de Assis para Santa Helena” (Foto: Sandro Mesquita/OP)
INÍCIO DOS ATENDIMENTOS
Para a concretização da instalação do hospital, o prefeito Evandro Grade (Zado) reforça que a gestão da unidade hospitalar aguarda a liberação do CNPJ, que deve acontecer nos próximos dias. Enquanto isso, de acordo com ele, a entidade está providenciando os equipamentos e finalizando os detalhes que antecedem o funcionamento. “Eles já estão trabalhando para deixar em dia a mobília, medicamentos, equipamentos, pintura e demais utensílios. Nesta semana, por exemplo, começou a chegar o enxoval para uso interno”, menciona.
Segundo o prefeito, a instalação do hospital é resultado do esforço da administração municipal, Câmara de Vereadores e Governo do Estado, juntamente com a sociedade civil organizada. “Esta conquista vem ao encontro de um anseio antigo da comunidade, que cobra maior investimento em especialidades, bem como a diminuição do transporte de pacientes para outras cidades, gerando gastos, desgaste e perigo nas estradas”, enfatiza.
Prefeito Evandro Grade (Zado): “A união entre os poderes Executivo e Legislativo e o apoio do Governo do Estado estão sendo fundamentais para esta conquista. Graças a esta soma de esforços, o hospital público microrregional será realidade Santa Helena” (Foto: Divulgação)
RECURSOS
Na quarta-feira (21), Zado e os vereadores Valmir Federizzi, Anderson Draghetti e a presidente da Câmara, Fabricia Bedendo, estiveram em Curitiba, onde participaram de uma série de reuniões nas secretarias de Estado e na Assembleia Legislativa, com o objetivo angariar recursos para o município.
De acordo com o prefeito, através de um pedido dos vereadores, o município foi contemplado com R$ 2 milhões do Governo do Estado para a aquisição de equipamentos e custeio no novo Hospital Beneficente Moacir Micheletto. “A união entre os poderes Executivo e Legislativo e o apoio do Governo do Estado estão sendo fundamentais para esta conquista. Graças a esta soma de esforços, o hospital público microrregional será realidade em Santa Helena” comemora.
Equipe trabalha para deixar em dia a mobília, medicamentos, equipamentos, pintura e demais utensílios. Enxoval para uso interno chegou nesta semana (Foto: Divulgação)
INVESTIMENTO
A secretária de Saúde informa que a comissão que estudou a viabilidade do projeto indica que o custo mensal para manter todo o atendimento na estrutura será de R$ 1,3 milhão. “Esse valor seria para manter todo o serviço que o município está conveniando com o hospital”, expõe.
Segundo ela, a instituição de saúde que irá gerir o hospital tem a prerrogativa para buscar recursos por meio de convênios com outros municípios, planos de saúde e atendimento particular. “Por ser uma entidade sem fins lucrativos e com uma prestação de conta completamente transparente, que é feita diretamente no Sistema Integrado de Transferências (SIT), toda essa captação de recursos será revertida em prol da melhoria do serviço de saúde”, frisa.
Cristiani diz que a unidade atenderá pacientes santa-helenenses através de um termo de convênio firmado com a prefeitura. “O município fará um repasse financeiro mensal para a execução de todos os serviços”, expõe.
O diretor administrativo da instituição explica que os recursos poderão ser investidos em melhorias, compra de equipamentos e ampliações, tanto no atendimento quanto na estrutura física do hospital. “Mas isso envolve uma série de questões estruturais e deve acontecer naturalmente, conforme é ampliada a demanda de atendimentos”, ressalta.
Para a secretária de Saúde, com a possibilidade de investimentos futuros no hospital é possível que os atendimentos se ampliem para mais especialidades ou para pacientes que apresentem casos de alta complexidade. “É possível que o hospital oferte a médio prazo mais do que isso que está se propondo de início”, sugere.
Cristiani afirma que a expectativa da prefeitura é atrair para o município empresas prestadoras de serviços ligadas ao segmento médico-hospitalar. “Teremos médicos vindo se instalar aqui, clínicas de imagens, laboratórios e outras atividades que, com certeza, movimentarão a nossa economia”, projeta.
SISTEMA INTEGRADO DE TRANSFERÊNCIA
O Sistema Integrado de Transferências (SIT) é uma ferramenta informatizada de prestação de contas de transferências voluntárias, instituído em 2011 pela Resolução nº 28/2011 do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR). A partir de 2012, a utilização do SIT se tornou obrigatória para os órgãos repassadores e para os entes públicos ou entidades privadas que recebem recursos de convênios, acordos, parcerias e outros instrumentos similares.
Hospital Beneficente Moacir Micheletto vai funcionar no prédio do Hospital Doutor Ciro, na Avenida Rio Grande do Sul: imóvel foi locado pela instituição gestora e a estrutura terá inicialmente 33 leitos (Foto: Sandro Mesquita/OP)
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