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Trote UFPR/Palotina: acadêmica deixa prisão após conseguir habeas corpus no TJ; ela não tinha condições de pagar fiança

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Estudantes da UFPR de Palotina são feridos em trote com creolina — Foto: Correio do Ar

Os quatro estudantes suspeitos de lesão corporal e constrangimento a calouros durante trote na Universidade Federal do Paraná (UFPR) de Palotina deixaram a prisão.

O caso ocorreu na quarta-feira (30). Três deles foram soltos na sexta-feira (1º) após pagarem fiança de R$ 10 mil, e um foi liberado neste domingo (03) por meio de decisão liminar.

O último a ser liberado é uma estudante. Segundo o advogado dela, Gustavo Sabino Teixeira, a indiciada conseguiu o habeas corpus no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) porque não tinha condições financeiras de pagar a fiança.

Conforme a defesa dela, a indiciada está em casa, cumprindo as determinações judiciais, e aguardando para colocar a tornozeleira eletrônica, que tem prazo para ser instalada até quarta-feira (06).

A defesa da jovem informou ainda que ela está sofrendo emocionalmente. Além disso, que a indiciada sente muito pelo sofrimento das vítimas e que também está com queimaduras.

Os demais suspeitos que foram soltos saíram com monitoramento de tornozeleira eletrônica, segundo a polícia.

O g1 não teve retorno da defesa dos suspeitos até a publicação desta reportagem.

O trote, segundo a Polícia Civil, foi organizado por alunos do curso de medicina veterinária para recepcionar os novos estudantes do curso. Veja outros detalhes mais abaixo.

Os veteranos passaram nos estudantes um produto ainda não identificado que estava dentro de garrafas de creolina, de acordo com o delegado Pedro Lucena, que investiga o caso.

De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos devem responder pelos crimes de lesão corporal e constrangimento.

 

 

Exames no IML

Na sexta-feira, alunos feridos passaram por exames de lesão corporal no Instituto Médico-Legal de Toledo. A Polícia Científica não informou quantos estudantes foram atendidos.

Eles foram levados até o IML por um ônibus da UFPR e são acompanhados por um psicólogo e uma assistente social.

 

O que diz a UFPR

Em vídeo divulgado na sexta, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo da Fonseca, informou que a universidade tem prestado todo apoio aos alunos e alunas vítimas do trote e reforçou que a instituição não tolera este tipo de procedimento.

“A prioridade da universidade neste momento está sendo fazer um acompanhamento de perto destes estudantes que foram vítimas dessa violência no trote em Palotina. Professores de Medicina de Toledo, da parte de dermatologia, farão acompanhamento individualizado desses estudantes. Ao mesmo tempo, o atendimento psicossocial, já esta dando todo apoio. […] reiteramos que a universidade não tolera qualquer tipo de violência.”

 

O trote

O trote com os calouros aconteceu na noite de quarta-feira em um terreno baldio há menos de 100 metros da entrada do campus de Palotina da UFPR.

Conforme a Polícia Civil, as vítimas relataram que, inicialmente, tiveram que pedir dinheiro pelas ruas da cidade. Depois, o grupo foi levado ao terreno e foi obrigado a se ajoelhar. Imagens mostram os calouros também ajoelhados passando uma cebola de boca em boca.

Lá, o produto que provocou as queimaduras teria sido derramado sobre os estudantes. O episódio foi relatado à polícia ainda na mesma noite.

Segundo o Hospital Municipal de Palotina, para onde foram levados os alunos feridos, eles tiveram queimaduras de 1° e 2° grau. Uma aluna, segundo a instituição, chegou a inalar o produto e desmaiar.

Dos 21 estudantes que foram encaminhados ao hospital, 20 foram liberados ainda na noite de quarta. A jovem que inalou o produto, segundo o hospital, ficou em observação e teve alta na quinta.

 

Com G1

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