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Câncer faz uma vítima a cada cinco dias em Marechal Rondon

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Mirely Weirich/OP

Diretora da Unidade de Saúde 24 Horas, Patricya Priesnitz Fietz, e a secretária de Saúde, Marciane Specht, destacam que o custo inerente à vinda dos profissionais é amortizado pelos hospitais que são contratados, então não há dispêndio financeiro ao município

 

Muitas vezes silencioso, mas igualmente temido por homens e mulheres, jovens ou idosos. O câncer, nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo, tem feito cada vez mais vítimas na região.

De acordo com dados da 20ª Regional de Saúde, somente no ano passado foram 464 óbitos registrados nos 18 municípios abrangidos pela regional de Toledo – a maioria no município-sede, onde 128 pessoas faleceram. Por outro lado, na região, Entre Rios do Oeste registrou apenas um óbito pela doença, de uma pessoa do sexo masculino.

 

A CADA CINCO DIAS, UMA MORTE

Marechal Cândido Rondon aparece logo atrás de Toledo na tabela, com 69 óbitos pela doença registrados em 2016. As estatísticas apontam que, a cada 5,28 dias, uma pessoa morre vítima do crescimento desordenado das células e neste grupo a maioria são de mulheres: 41, frente aos 28 homens que morreram da doença em 2016.

Conforme dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) ligado à 20ª Regional de Saúde, no município, os cânceres malignos que fizeram o maior número de vítimas foram dos brônquios e pulmões, com oito mortes, seguida pelo câncer do pâncreas, com seis óbitos, estômago, cólon e mama, cinco óbitos cada, e da próstata e encéfalo, com quatro óbitos cada.

 

FILA ZERADA

Apesar dos dados sombrios acerca do câncer, o município rondonense tem trabalhado para melhorar a qualidade do atendimento e trazer alento para pacientes e familiares que enfrentam o diagnóstico e o tratamento agressivo. Além da parceria com o Centro de Oncologia de Cascavel (Ceonc), que oferta dois profissionais semanalmente para a realização de consultas na cidade, a partir da próxima semana, um cirurgião oncológico da União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer (Uopeccan) também passará a atender no município uma vez por semana. Não existe nenhum contrato ou convênio com o Ceonc nem com a Uopeccan para pagamento de especialistas ou serviços médicos. O que existe é uma parceria de longa data entre o município e o Ceonc, que disponibiliza dois oncologistas, e agora nos mesmos moldes fi rmamos a parceria com a Uopeccan, explica a secretária de Saúde, Marciane Specht.

A parceria firmada entre o Poder Público e a casa de saúde partiu de uma via de mão dupla. Segundo a responsável pela pasta, Marechal Rondon possui uma demanda considerável de pacientes na área oncológica, tendo em vista que municípios do entorno também buscam atendimento em Marechal Rondon. De outro lado, a Uopeccan também buscava ampliar a prestação de serviços na região. Tanto os profissionais do Ceonc quanto os da Uopeccan vêm para Marechal Cândido Rondon de forma voluntária. O custo inerente à vinda desses profissionais é amortizado pelas casas de saúde que eles são contratados, então não há dispêndio financeiro ao município, contratos ou convênios com as instituições de saúde, declara.

 

FORA DAS ESTATÍSTICAS

A professora Roseli de Fátima Gonçalves da Silva é uma das rondonenses que está fora das estatísticas. Em 2015, na realização de uma mamografia de rotina, ela descobriu que estava com o seio direito tomado pelo câncer – que não era sensível ao toque. Em um intervalo de seis meses entre duas mamografias o câncer apareceu. Foi bastante difícil lidar com o diagnóstico porque eu já havia feito duas biópsias por conta de um nódulo no seio e cerca de três anos meu pai havia falecido de câncer e eu tinha outros casos na família, relembra.

Apesar do choque pela descoberta da doença, Roseli conta que manteve muita confiança na cura, fé em Deus e apoio da família, especialmente do marido, Castinei, do filho André, que acabava de completar um ano, e da filha Fátima, com nove anos na época. Eu tive todo o apoio da minha família, meu marido estava sempre junto comigo. Eu fiquei seis meses afastada do meu trabalho, mas eu sempre recebi apoio dos meus amigos e tive pensamento positivo e fé que seria curada, menciona.

Cerca de um mês após o diagnóstico, Roseli passou pela mastectomia total da mama direita, e já saiu do centro cirúrgico com o expansor, considerado uma prótese provisória. Dois meses após a recuperação da cirurgia, foi a hora de iniciar a quimioterapia. Eu fiz seis ciclos de três tipos de quimioterapia e ficava em torno de sete horas no hospital, relembra. Foi bastante difícil. Às vezes eu saia do hospital bem, mas dali três dias eu começava a ter enjoo, ânsia de vômito, dor no corpo e em outros momentos lá mesmo eu ficava mal. Como sou hipertensa, tive que trocar meu medicamento, e havia dias em que tinham que me medicar lá mesmo, expõe a professora.

Reprodução/O Presente

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